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Senado votará liberação de jogos de azar na próxima semana

Senado votará liberação de jogos de azar na próxima semana

FOLHAPRESS

30/06/2016 - 18h00
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Na tentativa de imprimir uma agenda positiva em meio à crise política e econômica, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quinta-feira (30) uma agenda de votações até 13 de julho, quando a Casa fará um recesso. O principal projeto que pode ser votado é o que regulamenta a exploração de jogos de azar no país.

Os senadores também podem analisar o projeto que trata do limite global da dívida da União, a proposta que institui consórcios públicos de saúde e o projeto que fixa um limite para despesas dos Legislativos e Tribunais de Contas estaduais.

As quatro propostas já estão prontas para serem votadas pelo plenário da Casa e devem ser pautadas nas próximas duas semanas.

Renan anunciou também que o Senado fará um recesso mesmo que o Congresso não vote a Lei de Diretrizes Orçamentárias. De acordo com a Constituição, o Legislativo só pode entrar em férias com a LDO aprovada. Caso isso não aconteça, no entanto, os senadores farão um recesso branco, que é quando o Senado mantém as atividades básicas mas não realiza votações.

O calendário do impeachment, no entanto, não será afetado. As atividades da comissão especial que analisa o caso funcionará normalmente. A previsão é de que a comissão encerre seus trabalhos no início de agosto e que o julgamento final da presidente afastada, Dilma Rousseff, ocorra entre 25 e 27 de agosto.

Durante o recesso branco, os integrantes do colegiado não devem se reunir, porque será o período para a apresentação das alegações finais da acusação e da defesa e para a elaboração do parecer do relator.

PAUTA

Em uma entrevista à imprensa, Renan afirmou que irá reativar três comissões especiais na Casa para dar celeridade à análise de projetos que podem ajudar na retomada do crescimento econômico. Apesar do pouco tempo para que a Casa analise as matérias, o peemedebista disse acreditar que é possível aprová-las até o início do recesso branco.

Na Comissão de Regulamentação da Constituição, o presidente do Senado quer votar o projeto de lei que estipula regras para que haja punição quando houver abuso de autoridade.

"Tínhamos uma cobrança do STF (Supremo Tribunal Federal) e, como a Câmara não deu andamento à questão, resolvemos trazê-lo para cá. O mesmo texto apresentado lá vai tramitar no Senado", explicou Renan.

O peemedebista negou que a prioridade dada à proposta tenha relação com a Lava Jato e voltou a dizer que "ninguém vai interferir" no curso da operação. "O discurso de que algumas pessoas querem interferir, é político. A operação está caminhando, tem muita gente presa e hoje tem muita pressão da sociedade para que as coisas se esclareçam", disse.

Na comissão do Pacto Federativo, Renan que votar o projeto que estimula investimentos em saneamento básico, com créditos do PIS/Cofins e o que reajusta as alíquotas dos impostos incidentes sobre doações e herança. De acordo com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que será o relator do segundo projeto, ele será uma alternativa a falta de um imposto para taxar grandes fortunas.

Coelho explicou que atualmente, só os Estados podem taxar, em até 8%, a transferência de doações ou de herança. A ideia é acrescentar mais um imposto federal, com alíquotas que variem entre 8% e 27,5% para valores acima de R$ 3 milhões.

"Isso pode gerar uma renda adicional de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões por ano. Isso é importante no momento em que todos são chamados a colaborar com a retomada da economia", disse. Os senadores, no entanto, ressaltaram que não há acordo para esta proposta e que a decisão terá que ser feita no voto.

Já na comissão de Desenvolvimento Nacional, Renan quer aprovar o projeto que trata do abastecimento de água por fontes alternativas e o que atualiza a lei de licitações. Em relação à segunda proposta, o peemedebista afirmou que ela pode ajudar em sua proposta de impedir que o número de obras públicas inacabadas continue a crescer no país.

Renan voltou a falar sobre a sua iniciativa de realizar um grande levantamento nacional de obras inacabadas em todo o país para que governadores e prefeitos possam estabelecer prioridades de conclusão. O peemedebista criou uma subcomissão no Senado para fazer o levantamento e criar regras para que se evite o desperdício de dinheiro público desta forma, inclusive com a determinação de que novas obras, exceto as emergenciais, só possam ser iniciadas quando as anteriores forem concluídas.

"Hoje existem grandes cemitérios pelo país. São cerca de 30 mil obras entre grandes e pequenas que somam um resto a pagar de R$ 250 bilhões", explicou Renan. Na próxima terça (5), ele e outros senadores se reunirão com o presidente interino, Michel Temer, para tratar do assunto. Sua ideia é pedir ao presidente que peça a ajuda dos Estados e municípios no levantamento e que seus ministros também ajudem a rastrear as obras no âmbito federal.

AUMENTO DOS SERVIDORES

Questionado sobre o andamento que a Casa dará ao pacote de propostas de aumento salarial para diversas categorias do funcionalismo público, Renan tergiversou e disse apenas que, conforme os projetos sejam analisados pela Comissão de Assuntos Econômicos, eles devem seguir para análise do plenário.

Nesta quarta (28), o Senado aprovou o reajuste de 41,5% para servidores do Judiciário e de 12% para os funcionários do Ministério Público da União, com impacto calculado de cerca de R$ 26 bilhões nos próximos quatro anos. Alguns senadores, no entanto, sinalizaram nos últimos dias não querer votar os 12 projetos em um ano de crise econômica e deficit fiscal de R$ 170,5 bilhões.

FIM DO ANO

Na apresentação da agenda de votações, o presidente do Senado destacou que a Casa deverá votar outros três temas importantes em novembro e dezembro, após a realização das eleições municipais. De acordo com Renan, deverão ser analisados os projetos de autonomia do Banco Central, com o estabelecimento de mandato para o presidente da instituição; a regulamentação do trabalho terceirizado; e a reforma do Código Penal.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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