Política

MUDANÇAS NO SORTEIO

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Prêmio maior aumentaria arrecadação
da loteria ligada ao esporte

Assunto é debatido no Senado para elaboração de anteprojeto

AGÊNCIA SENADO

23/10/2016 - 14h00
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A destinação de uma parte maior da arrecadação com loterias esportivas para os prêmios foi um dos pontos sugeridos pelos especialistas que participaram de audiência pública nesta sexta-feira (21). O debate foi promovido pela comissão de juristas que trabalha para elaborar um anteprojeto da Lei Geral do Desporto Brasileiro.

O representante da caixa Econômica Federal na audiência, Gilson Cesar Pereira, explicou que as loterias existem para fazer uma redistribuição de renda, em que os apostadores pagam uma espécie de “imposto voluntário”. O dinheiro que não vai para os prêmios é aplicado em projetos sociais.

Para ele, destinando uma parte maior desse total ao prêmio, seria possível aumentar o número de apostas, e isso geraria mais arrecadação e mais repasse para as entidades do esporte. Como exemplo, citou a Mega Sena, que, no final do ano tem as apostas multiplicadas por oferecer um prêmio maior, a Mega da Virada.

"Hoje, no Brasil, o nosso payout, a parte do prêmio, é muito baixo e isso nos prende um pouco na parte de arrecadação porque o apostador joga pensando no prêmio e naquilo que ele pode ganhar", explicou.

O representante da Caixa Econômica também defendeu uma simplificação nas leis que tratam das loterias. Para ele, são muitas leis que remetem a outras e dificultam a transparência. Ele disse considerar que a elaboração do anteprojeto é a oportunidade de fazer uma lei mais direta e simples sobre o tema.

SIMPLES

Quanto à simplificação do regime tributário para os clubes, com a adoção do Simples, a opinião de representantes da Receita é de que provavelmente não mudará a inadimplência dos clubes, que acumulam dívidas. O subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso, disse acreditar que não é a questão tributária que onera os clubes.

"Não nos parece que haja um peso tributário. Não e a questão tributária que traz um peso e evita que os clubes possam crescer".

Ele lembrou que os clubes se organizam como associações sem fins lucrativos e já pagam menos impostos que outros setores. A maior parte das dívidas, destacou, tem relação com imposto de renda retido dos salários dos empregados e com a previdência.

Integrante da comissão, o professor Pedro Trengrouse, da Fundação Getúlio Vargas, defendeu a criação de um formato que permita a estruturação dos clubes como empresas, mas mantenha os benefícios tributários. No modelo atual, os clubes não se organizam como empresas porque pagariam mais impostos.

"Talvez fosse uma saída inteligente para promover essa migração de um regime de organização que já é obsoleto, antiquado. É preciso pensar num modelo de governança adequado para esse grande negócio que se transformou o esporte no mundo."

Para ele, a organização como associações faz com que seja praticamente impossível punir dirigentes por má gestão. Além de oferecer maior transparência e melhor qualidade na gestão, a organização como empresas permitiria, por exemplo a emissão de títulos de crédito.

CRONOGRAMA

A comissão temporária foi instalada em outubro de 2015 para sistematizar a legislação em vigor e regulamentar relações jurídicas da prática desportiva. A previsão era de conclusão dos trabalhos em seis meses, mas o prazo final foi prorrogado para 16 de dezembro deste ano.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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