Política

Discussão

Polêmica, diversidade de gênero deve ser vetada em plano municipal de educação

Prazo para sanção do Plano Municipal de Educação termina amanhã

KLEBER CLAJUS

23/06/2015 - 09h30
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Com prazo no limite e risco de perder recurso, o Plano Municipal de Educação deve enfrentar nova polêmica na Câmara Municipal de Campo Grande. Movimentos religiosos pressionam vereadores a vetar pontos do projeto voltados à promoção de políticas públicas de diversidade de gênero nas escolas.

O presidente da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, Airton Saraiva (DEM), confirmou ao Portal Correio do Estado que católicos e evangélicos solicitam a retirada de pontos polêmicos que incluem avaliar e estimular a confecção de cartilhas sobre diversidade, orientação sexual e identidade de gênero.

“Está tendo essa conversa e vamos acompanhar o que a sociedade pensa. Se tiver que suprimir, vamos suprimir”, declarou o democrata.

De acordo com a assessoria de imprensa da Arquidiocese de Campo Grande, o arcebispo metropolitano Dom Dimas Lara Barbosa e famílias que se mobilizaram por redes sociais estarão presentes durante a votação, nesta terça-feira (23). Eles seguem posicionamento do Papa Francisco de que a “ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus”.

O prazo final para a sanção do Plano Municipal de Educação vence nesta quarta-feira (24). Os municípios que não cumprirem o prazo poderão perder repactuação de repasses financeiros voltados para a Educação.

Polêmica semelhante foi enfrentada nos municípios de Dourados, Itaporã, Sidrolândia e Deodápolis, onde vereadores optaram em suprimir pontos voltados a diversidade sexual e de gênero. A Capital, conforme Paulo Pedra (PDT), pode seguir a mesma tendência.

A reportagem tentou contato com representantes da Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATMS), Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) e da Rede de Homens Gays e Bissexuais de Mato Grosso do Sul (Rede Apolo), porém não obteve retorno.

CONFIRA OS PONTOS PRESENTES NO PLANO DE EDUCAÇÃO:

Meta 2 – Ensino Fundamental

2.14 fomentar e apoiar políticas de promoção de uma cultura de direitos humanos no ensino fundamental, pautada na democratização das relações, respeitando as diversidades de orientação sexual e identidade de gênero, e na convivência saudável com a comunidade escolar;

2.15 implementar políticas de prevenção à evasão, motivada por preconceito e discriminação racial, por orientação sexual ou identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão;

2.16 promover ações pedagógicas com os alunos matriculados nas instituições de ensino públicas e privadas do município de Campo Grande/MS, com vistas à prevenção da violência sexista e homotransfóbica;

Meta 3 – Ensino Médio

3.3.1 assegurar que a Educação em Gênero e Sexualidade seja contemplada, como tema transversal, conforme estabelece o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos;

3.8.3 garantir que as unidades escolares de Ensino Médio, no exercício de suas atribuições no âmbito da rede de proteção social, desenvolvam ações com foco na prevenção, detecção e encaminhamento das violações de direitos das crianças e adolescentes (violências psicológica, física e ou sexual, negligência, constrangimento, exploração do trabalho infanto-juvenil, uso indevido de drogas, discriminação racial, orientação sexual e identidade de gênero entre outras), por meio da inserção dessas temáticas no projeto político pedagógico e no cotidiano escolar, identificando, notificando e encaminhando os casos aos órgãos competentes;

3.13.2 implementar políticas de prevenção à evasão, motivada por preconceito e discriminação racial, por orientação sexual ou identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão;

3.13.3 implementar ações de orientação e informação que assegurem o tratamento não diferenciado aos estudantes, funcionários e profissionais da educação, por motivo de orientação sexual ou identidade de gênero, a fim de evitar a evasão;

3.13.4 investir em campanhas educativas e informativas, voltadas para a conscientização da comunidade escolar quanto à população LGBT, a fim de promover o acolhimento humanizado de jovens e adolescentes LGBT nos ambientes escolares;

3.13.5 estabelecer mecanismos para diagnosticar, avaliar, monitorar, que permitam denúncias de atos homofóbicos e discriminatórios contra a população LGBT, nos ambientes escolares públicos e privados do município de Campo Grande/MS;

Qualidade de Educação - Estratégias

7.1.1 assegurar que a Educação em Gênero, Étnico racial e Sexualidade seja contemplada conforme estabelece o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos;

7.1.2 implementar políticas de promoção de direitos humanos no Ensino Básico, pautada na democratização das relações, respeitando as diversidades de orientação sexual e identidade de gênero, e na convivência com respeito as diferenças na comunidade escolar;

7.23.2 elaborar e distribuir, em parceria com os órgãos competentes, material didático para educadores (as), estudantes e pais e/ou responsáveis sobre direitos humanos, promoção da saúde e prevenção das IST/AIDS, alcoolismo e drogas,em sua interface com as questões de gênero e sexualidade, questões étnico-raciais e geracionais;

7.23.4 estabelecer mecanismos para diagnosticar, avaliar, monitorar e que permitam denúncias de atos homofóbicos e discriminatórios contra a população LGBT nos ambientes escolares e instituições de ensino superior público e privado do município de Campo Grande/MS;

7.23.5 implementar ações de orientação e informação que assegurem o tratamento não excludente aos estudantes, funcionários e profissionais da educação, por motivo de orientação sexual ou identidade de gênero;

7.29.1 fomentar e apoiar políticas de promoção de uma cultura de direitos humanos no ensino básico, pautada na democratização das relações, respeitando as diversidades de orientação sexual, identidade de gênero e étnico-racial e na convivência saudável com toda a comunidade escolar;

7.29.2 investir em campanhas educativas e informativas voltadas a conscientização da comunidade escolar quanto à população LGBT, a fim de promover o acolhimento humanizado e a permanência de jovens e adolescentes LGBT nos ambientes escolares;

7.37 criar e qualificar uma equipe multidisciplinar para avaliação de livros e materiais didáticos e pedagógicos ofertados nos sistemas de ensino públicos e privados, que versam sobre orientação sexual, identidade de gênero e étnico racial e estimular a confecção de materiais de divulgação sobre diversidade, orientação sexual, identidade de gênero e étnico racial, contemplando todas as diversidades, e estabelecendo parcerias com as instituições de pesquisa;

7.38 orientar as unidades escolares quanto à aquisição de acervos bibliográficos que contribuam para o respeito e o reconhecimento da diversidade de orientação sexual, identidade de gênero e étnico racial para os públicos infanto-juvenil e adulto;

Meta 12 – Ensino Superior

12.9.1 estabelecer parcerias para a realização de estudos e pesquisas sobre as relações de gênero e sexualidade, para formação de toda a esfera educacional, a partir da articulação com núcleos de estudos acadêmicos e pesquisas sobre educação em gênero, sexualidade e orientação sexual;

ELEIÇÕES 2026

Simone só definirá onde disputará uma vaga ao Senado após conversa com Lula

A ministra do Planejamento e Orçamento revelou que, se depender dela, a pré-candidatura será por Mato Grosso do Sul

17/12/2025 08h20

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado Valter Campanato/Agência Brasil

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Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciar que deixará o governo até fevereiro de 2026, negando ser candidato a governador de São Paulo ou a senador para ajudar na reeleição presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja como coordenador da campanha, seja na formulação do programa de governo, o nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), voltou a ganhar força para ser a aposta do governo federal ao Senado naquele estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, ela admitiu que neste momento não tem mais como deixar de ser candidata nas eleições de 2026, porém, não bateu o martelo se disputará uma cadeira ao Senado ou, talvez, à Vice-Presidência da República em uma chapa encabeçada pelo presidente Lula. 

“Acho difícil agora fugir da missão de ser candidata a alguma coisa no próximo ano”, declarou.

No entanto, sobre a possibilidade de ser a candidata do presidente Lula ao Senado por São Paulo, já que o ministro Fernando Haddad descartou essa probabilidade, Simone Tebet disse que, caso a escolha fosse somente sua, a preferência é por disputar a vaga de senadora da República por Mato Grosso do Sul. “Se eu puder, quero ser candidata ao senado pelo meu Mato Grosso do Sul”, assegurou.

A ministra do Planejamento e Orçamento explicou que a decisão não depende mais somente dela, pois precisa ouvir também o posicionamento do presidente Lula.

“Quero ser candidata por Mato Grosso do Sul, mas o Lula vai conversar comigo até fim de janeiro de 2026 e preciso saber qual é o projeto político do grupo”, afirmou.

Ela reconheceu que, apesar de faltar pouco tempo para o início da campanha eleitoral, o jogo político para 2026 ainda apresenta inúmeras variáveis.

“Porém, posso afirmar mais uma vez que, se eu puder escolher, já está escolhido, minha pré-candidatura ao Senado será por Mato Grosso do Sul”, argumentou.

Caso o presidente Lula decida que Simone Tebet tenha de disputar a vaga por São Paulo, afinal, ela teve no estado o maior número de votos proporcionais nas eleições presidenciais de 2022, a ministra terá até o dia 6 de maio de 2026 para fazer a mudança de domicílio eleitoral ou ficará impedida de concorrer ao cargo pelo estado vizinho.

Entretanto, pelas regras de troca de domicílio eleitoral, ela precisa residir no novo município, São Paulo (SP), há pelo menos três meses, algo que não será problema, pois Tebet também tem residência na capital paulistana.

PRERROGATIVAS

Na sexta-feira, Simone Tebet, Fernando Haddad e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), foram homenageados na festividade de fim de ano do Prerrogativas, grupo de advogados progressistas próximo ao presidente Lula, que também esteve presente no evento. 

A escolha dos três não foi à toa, pois eles representam nomes defendidos pelo grupo para as eleições de 2026 e, por isso, a cerimônia foi em clima de campanha eleitoral.

“Eu vi o projeto do presidente Lula no passado, porque eu era contra o regime fascista e o negacionismo do então presidente Bolsonaro. Hoje, estou no governo e estarei no palanque em 2026 com o presidente Lula”, afirma Tebet.

Na plateia, vários presentes entoaram gritos de “governadora” durante a fala dela, mas o plano que tem se costurado nos bastidores é de que ela saia candidata ao Senado por São Paulo.

Em setembro, ela esteve em um jantar, também com membros do Prerrogativas, com vários empresários paulistanos.

O bom diálogo da ministra do Planejamento e Orçamento com setores do mercado financeiro e do agronegócio conta pontos a seu favor em uma eventual candidatura. 

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Câmara dos Deputados

Camila Jara pode perder mandato por confusão em plenário

O episódio aconteceu na última quarta-feira (9) e a representação foi feita à Câmara pelo Partido Novo por suposta violação ao decoro parlamentar

16/12/2025 18h15

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro Reprodução

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A deputada federal sul-mato-grossense Camila Jara (PT) pode perder o mandato por causa de uma confusão no plenário da Câmara dos Deputados durante sessão realizada na última quarta-feira (9).

O Partido Novo apresentou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada por suposta violação ao decoro parlamentar. 

Segundo o documento, Jara teria agredido fisicamente o secretário-geral da Mesa da Câmara, Lucas Ribeiro Almeida Júnior, quando ela teria, supostamente, o empurrado e apontado o dedo em seu rosto, além de proferir ofensas verbais. 

O episódio aconteceu durante uma confusão no plenário quando o deputado Glauber Braga (PSOL) teria se recusado a deixar a cadeira destinada ao presidente da Câmara, Hugo Motta, assumindo de forma irregular a presidência dos trabalhos e se recusar a repassá-la ao deputado Carlos Veras (PT), precisando ser retirado à força. 

Enquanto isso, Camila foi vista discutindo de forma acalorada com o Lucas Ribeiro de forma acalorada, apontando o dedo para o rosto do parlamentar e o empurrando. 

O vídeo foi gravado pelo deputado Nikolas Ferreira, que chamou a parlamentar de “descontrolada”.

Em sua representação, o partido Novo sustenta que a conduta da petista viola deveres previstos no Código de Ética, como o exercício de mandato com dignidade e o tratamento respeitoso a servidores da Casa. 

Além disso, o partido também mostrou outros comportamentos que enquadram ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara como atentado ao decoro parlamentar. 

O documento ainda menciona um episódio anterior, ocorrido no mês de agosto de 2025, quando Camila teria se envolvido em “agressão” contra o deputado Nikolas Ferreira (PL), sendo apontado como uma conduta reincidente. 

O partido pediu, então, que o Conselho de Ética instaure um processo disciplinar e aplique a penalidade de perda do mandato ou, de forma alternativa, a suspensão do exercício do mandato da parlamentar pelo período de seis meses, após a instrução do caso e a oitiva das partes e testemunhas. 

Resposta de Jara

Em nota enviada ao Metrópolis, Camila Jara afirmou que o fato na audiência foi um “tumulto generalizado, com cenas até de violência física”. 

“Recebo com indignação a representação do partido Novo no Conselho de Ética. Agi em defesa das jornalistas, deputadas e deputados que vi serem agredidos por policiais legislativos. Sempre pautei minha atuação pelo respeito institucional, pela defesa da democracia e pela valorização dos servidores do Parlamento”, declarou.

A parlamentar disse ainda que “qualquer narrativa que me imputasse condutas violentas ignoraria o contexto dos fatos e, antes disso, os próprios fatos. E seria estória, e não história”.
 

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