Política

LAVA JATO

A+ A-

Paulo Roberto Costa acusa cartel e aponta erros da Petrobras

Costa negou que as propinas eram fruto de "achaque" por parte dos diretores

DA REDAÇÃO

05/05/2015 - 21h38
Continue lendo...

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa atribuiu a falhas de gestão na Petrobras parte da responsabilidade pela existência do esquema de desvio de dinheiro na estatal e pelos prejuízos que a Petrobras sofreu nos últimos anos.

Segundo ele, a “pressa” com que a Petrobras decidiu fazer investimentos a partir de 2003 permitiu a prática de sobrepreço pelas empresas contratadas, já que os projetos básicos de engenharia eram deficientes, o que gerava uma série de aditivos contratuais. “Foi um erro da Petrobras decidir fazer licitações com projetos não concluídos”, disse.

Sem concorrência

Segundo ele, isso facilitou a atuação das empresas no esquema de corrupção. “Como as empresas formavam um cartel, era fácil embutir o pagamento de propina, de 3%, dentro da margem do lucro, já que não havia concorrência”, disse.

O ex-diretor explicou isso ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que questionou variações em seus depoimentos a respeito da origem da propina: se saía da margem de lucro ou era derivada de um sobrepreço nas licitações. “Se a empresa achava que para ela era confortável ganhar 12%, ela acrescentava 3% de propina dentro da margem de lucro”, disse.

Costa negou que as propinas eram fruto de “achaque” por parte dos diretores, como afirma a defesa das empresas acusadas de formação de cartel e pagamento de propina. À Justiça, ele listou as principais empresas do cartel: Galvão Engenharia, Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, Setal, GDK e OAS.

Conselho de Administração

Ele também apontou responsabilidade do Conselho de Administração da Petrobras nas decisões da empresa no período em que era diretor de Abastecimento – conselho presidido, no período, respectivamente pela então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, e pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Costa atribuiu ao conselho a decisão de comprar a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. “É uma distorção dizer que essa decisão é da diretoria executiva. Só o Conselho de Administração da Petrobras tem esse poder”, disse. Ele acrescentou que na época não dava para afirmar que era um mau negócio. “Comprar uma refinaria nos Estados Unidos era um bom negócio”, defendeu Costa.

O acusado fez a afirmação ao responder pergunta do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), um dos sub-relatores da CPI da Petrobras. A compra da refinaria, em 2006, deu origem à CPI mista da Petrobras, no ano passado, e o negócio foi apontado como um prejuízo pelo Tribunal de Contas da União.

A refinaria foi comprada pela empresa Astra Oil, em 2005, por 42,5 milhões de dólares. Um ano depois, a Petrobras decidiu adquirir 50% da refinaria ao custo de 360 milhões de dólares, e se tornou sócia da emprega belga.

Em 2008, as companhias entraram em desacordo e a Astra Oil se baseou na cláusula Put Option para exigir na Justiça que a Petrobras comprasse o restante da refinaria. O valor determinado por um juiz dos EUA foi 820,5 milhões de dólares, pagos em 2012.

No total, o negócio custou 1,18 bilhão de dólares à empresa brasileira, valor quase 27 vezes superior ao que a Astral Oil pagou pela refinaria em 2005.

Preço dos combustíveis

Segundo Costa, o maior problema financeiro da estatal nos últimos anos não foram os R$ 6 bilhões desviados em esquema de corrupção e admitidos no balanço financeiro da empresa. Para ele, o maior problema da empresa é o rombo de mais de R$ 60 bilhões provocado pela defasagem dos preços de combustíveis vendidos pela Petrobras e definidos pelo governo.

“A (Operação) Lava Jato é uma coisa repugnante, que não devia acontecer. Mas o maior problema da Petrobras, que arrebentou a Petrobras, foi o preço dos combustíveis, que o governo segurou. O rombo detectado na Lava Jato é apenas 10% desse valor. O governo manteve os preços congelados e arrebentou com a empresa”, disse.

Ele explicou que a defasagem no preço dos combustíveis fez com que a Petrobras fosse obrigada a captar financiamentos para fazer os investimentos que o governo determinou a partir de 2003.

Próximos depoimentos

Na quinta-feira (7), a CPI vai ouvir dois executivos da empresa Sete Brasil, criada para construir sondas de perfuração para a Petrobras.

Segundo o depoimento do ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, os estaleiros sub-contratados pela Setebrasil pagaram propina no esquema da Lava Jato.

Serão ouvidos o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, e o diretor de Operações e Participações da empresa, Renato Sanches Rodrigues.

Fonte: Câmara Federal

Campo Grande

Ademar Jr. vai assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18) no Diogrande; Ademar esteve a frente de pastas estratégicas do governo de Mato Grosso Sul

18/04/2024 17h10

Com perfil técnico atuou em diversas pastas do governo do Estado Divulgação Funtrab

Continue Lendo...

O prefeita Adriane Lopes nomeou, na tarde desta quinta-feira (18), o médico-veterinário Ademar Silva Junior, para assumir o comando da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Sidragro).

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Ademar assume a vaga de Adelaido Vila, que deixou a pasta para disputar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições deste ano. Vila, durante todo o período em que comandou a pasta, cumulou a o cargo de secretário com o de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL). 

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Experiente, Ademar Silva, atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

Assine o Correio do Estado

 

 

 

 

Salários

Governo tenta barrar PEC que turbina salário de juízes em meio a greves

As estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano

18/04/2024 15h00

Proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes. Divulgação

Continue Lendo...

O governo federal se prepara para tentar barrar o avanço da proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes, promotores, delegados da Polícia Federal, defensores e advogados públicos.

A PEC (proposta de Emenda à Constituição) do Quinquênio foi aprovada nesta quarta (17) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve entrar na pauta de votações do plenário para as cinco sessões de discussão previstas em regimento.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou nesta quinta (18) que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve conversar com Pacheco quando voltar de Washington, nos Estados Unidos, onde participa de agendas do G20 e do Fundo Monetário Internacional.

"Não me parece adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público enquanto não há proposta para os servidores. O governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. Vamos dialogar e pedir bom senso e reflexão do Congresso", disse.

Professores e servidores de instituições federais de ensino estão em greve desde segunda (15). Nesta quarta (17), os grevistas marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram um aulão em frente à sede do MEC (Ministério da Educação).

O avanço da PEC no Senado acendeu o alerta no governo. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que as estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano, a depender do número de carreiras e da extensão do penduricalho para aposentados.

A Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea) estima que, com a inclusão de advogados, defensores públicos e delegados da PF, o impacto do quinquênio no caixa da União chegará a R$ 9,9 bilhões por ano.

"Não está claro na PEC o que vai acontecer com os aposentados. Até 2003 tinha paridade. Quem está aposentado vai querer requerer 35% de reajuste no ganho de aposentadoria. O volume de categorias que já estão pedindo inclusão. Não sei em que orçamento cabe essa proposta", disse Wagner.

A proposta altera a Constituição para garantir aumento de 5% do salário para as carreiras contempladas a cada cinco anos, até o limite de 35%. A atuação jurídica anterior dos servidores públicos -na advocacia, por exemplo- poderá ser usada na contagem de tempo.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).