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Na Petrobras, Lula tenta blindar Dilma de ataques à estatal

Na Petrobras, Lula tenta blindar Dilma de ataques à estatal

Terra

15/09/2014 - 17h45
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O ex-presidente Lula participou, nesta segunda-feira, de ato público no Rio em defesa da Petrobras e do pré-sal, organizado pela Central Única dos Trabalhadores. Na oportunidade, o petista criticou o que chamou de onda de denúncias e o excesso de pedidos de CPIs para investigar a maior empresa brasileira. Ao lado da sede administrativa da Petrobras, no centro da capital, Lula falou para uma multidão calculada em 10 mil pessoas: “Às vezes, acho que as pessoas pedem CPI para depois os empresários correrem atrás delas e elas achacarem empresários pedindo dinheiro para fazer eu não sei o quê”, disparou.

O ato serviu para tentar blindar a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, em quem a oposição e os adversários tentam colar as responsabilidades pelos desmandos e irregularidades na Petrobras. Num discurso duro e sempre no ataque, Lula criticou os que, segundo ele, querem manchar a imagem da empresa. O ex-presidente citou as denúncias que vieram à tona por meio do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato.

Disse quem roubou ou “cometeu um erro qualquer” deve ser punido. “Os milhares de trabalhadores da empresa não podem ser confundidos com alguém que possa ter cometido um erro qualquer. Se alguém roubou, tem que ser investigado e julgado. E se for culpado, tem que ir para a cadeia”. Num discurso marcadamente nacionalista, disse que decidiu vestir uma blusa com a cor laranja, a mesma dos uniformes da empresa, para servir de exemplo a quem, por causa das denúncias, venha a ter vergonha da Petrobras. 

Marina no alvo
O ato também serviu para mandar recados à Marina Silva (PSB), principal adversária de Dilma. Sem citar o nome da ex-senadora e ex-petista afirmou: “Eu, se fosse a candidata que faz oposição à Dilma, proibiria seus economistas de falar, porque cada um que fala, fala mais bobagem que o outro. Ela vai acabar mostrando o que pode acontecer num programa de governo feito a quinhentas mãos”.

Aos aliados de Lula que marcaram presença num pequeno palco improvisado ao lado da sede da companhia, como o ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, couberam as críticas mais duras e diretas à candidata do PSB. A todo momento, eles diziam que Marina quer interromper a exploração do pré-sal no Brasil, declaração que virou espécie de mantra da campanha de Dilma desde que a ex-senadora começou a subir nas pesquisas.

Em certo momento, sem citar nomes novamente, Lula voltou a atacar e a se dirigir a “eles”: “Quem é que não gosta de termos aprovado a partilha do petróleo do pré-sal? Quem é que está incomodado da gente criar uma empresa pública para tomar conta desse petróleo? Quem está contra termos aprovado 75% dos royalties para educação?”

Lula sendo Lula
Bastante rouco, muito suado e visivelmente abatido depois de caminhar sob um sol forte da Cinelândia até a sede da Petrobras, Lula discursou por cerca de vinte minutos e chegou a protagonizar momentos que tiraram aplausos da plateia. Num deles, bem a seu estilo, olhou para o alto do prédio da Petrobras, e se dirigiu a atual presidente, Graça Foster: “Nem sei se a companheira Graça está me ouvindo, ela tá tão longe, mas Graça, você não tem qualquer razão para não andar de cabeça erguida”.

Em outro momento tentou sensibilizar a plateia, ao dizer da emoção e do orgulho que sentiu quando, ainda presidente, foi informado pelo corpo técnico da empresa e pelo ex-presidente José Sérgio Gabrielli de que havia sido descoberto o pré-sal. “Entraram na sala com uns mapas coloridos na mão para me dizer que tinham encontrado. Fui para casa e conversando com a Marisa (Letícia, sua esposa) disse: ‘Marisa, não é possível que eu tenha nascido com ‘o negócio’ para a lua’”.

Economia
Depois de admitir que o PIB brasileiro poderia estar crescendo mais, Lula foi irônico ao mencionar a inflação: “Eu acho fantástico alguns especialistas falarem que a inflação está fora do controle. Estamos há onze anos mantendo a inflação dentro da meta”. Depois atacou os críticos da política econômica de Dilma: “eu vejo as pessoas atacarem a presidenta Dilma sem a desfaçatez de explicar como vão resolver”.

Sobrou também para os países desenvolvidos, como os que integram o G-20: “quando a crise era no Brasil, nos anos 80, na Bolívia ou no México, eles eram sabidos demais. Todo mundo dava palpite no Brasil”. Disse que depois que a crise chegou para eles, de repente, “não sabem nada”. “Poderiam pedir uma opiniãozinha pra gente, que a gente ajudava”, concluiu, com ironia.

Após o discurso, Lula participou de um abraço simbólico à sede da Petrobras. 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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