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LAVA JATO

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Ex-diretor da Petrobras acusa "maus políticos" por desvios

Ele confirmou o que já havia dito em mais de 60 depoimentos à Justiça Federal

DA REDAÇÃO

05/05/2015 - 21h45
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O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu, em depoimento de seis horas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que participou do esquema de corrupção na estatal e apontou três fatores que, segundo ele, permitiram que o esquema existisse: a atuação de “maus políticos”, a formação de cartel das empresas e a deficiência dos projetos de engenharia da Petrobras, que admitiam seguidos aditamentos e aumento de custos.

Ele confirmou o que já havia dito em mais de 60 depoimentos à Justiça Federal, em que detalhou o esquema de formação de cartel e o pagamento de propina por parte das empresas para partidos políticos, operadores do esquema e funcionários da Petrobras, como ele e o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque.

“Eu errei, mas esse processo só começou devido aos maus políticos e a empresas, que não são inocentes, e doaram dinheiro a políticos. Isso é um câncer na sociedade”, disse.

Relações ilícitas

Ele disse, no depoimento, que teve contato pessoal e relações ilícitas, que envolviam pagamento de dinheiro, com 28 políticos dos 52 que estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal, com autorização do Supremo Tribunal Federal. Segundo Costa, o esquema financiava principalmente três partidos: PT, PP e PMDB.

“Quem teve relacionamento impróprio com o senhor?”, perguntou o deputado Ivan Valente (Psol-SP), deixando claro que “relacionamento impróprio” significava recebimento de dinheiro ilícito para campanhas.

O deputado leu os nomes dos 52 investigados e Costa implicou os seguintes:

Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edson Lobão (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Lindberg Faria (PT-RJ) e Fernando Bezerra (PSB-PE); os deputados Benedito de Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Simão Sessim (PP-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG), José Otavio Germano (PP-RS), Mário Negromonte (PP-BA), Aníbal Gomes (PMDB-CE), Eduardo da Fonte (PP-PE), Arthur Lira (PP-AL) e Nelson Meurer (PP-PR);

os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizolatti (PP-SC);

os ex-senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE), já falecido, e Roseana Sarney (PFL-MA);

o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT);

o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB); e

o atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Paulo Roberto Costa disse não conhecer outros políticos investigados pelo Ministério Público, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Ele disse também que não conhecia o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – apontado por Youssef e outros delatores do esquema como operador do partido.

Ele afirmou, porém, que conheceu o empresário Fernando Soares, o Baiano, apontado pelo Ministério Público como operador do PMDB. Soares teria pago a ele 1,5 milhão de dólares para que o então diretor da Petrobras “não atrapalhasse” a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Campanhas eleitorais

Ele relacionou o pagamento de propina a partidos e políticos com campanhas eleitorais.

Segundo o ex-diretor da Petrobras, doações de campanha feitas por empresas a partidos e políticos não passam de uma espécie de “empréstimo” – como já tinha dito em depoimentos de delação premiada. “Não existe doação que depois a empresa não queira recuperar. Isso foi me dito por empresários”, disse. “Várias doações oficiais vieram de propina. Está claro na operação Lava Jato”, acrescentou. “Por que uma empresa vai doar R$ 20 milhões para uma campanha se lá na frente ela não vai querer isso de volta? Não existe almoço grátis”, concluiu.

Segundo Paulo Roberto Costa, esquema de irregularidades semelhante ao que funcionava na estatal ocorria também em outras áreas, como no setor elétrico. Ele falou especificamente da construção da usina nuclear Angra 3, o que foi dito à Justiça pelos empresários Eduardo Leite , ex-diretor da empreiteira Camargo Correa.

Em depoimentos à Justiça, Costa acrescentou ainda a construção de hidrelétricas. Costa disse isso ao responder pergunta do deputado Valmir Prascidelli (PT-SP)

Outros partidos

Além do PT, PP e PMDB, Costa relatou casos em que dinheiro foi pago também a outros dois partidos, o PSB e o PSDB. Ele afirmou que autorizou pessoalmente o pagamento de R$ 20 milhões para a campanha do então governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2010. Segundo o ex-diretor, o pagamento foi intermediado pelo senador Fernando Bezerra, na época assessor de Campos.

Ele também confirmou à CPI teor de depoimento que já havia prestado à Justiça Federal, em que acusa o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra de cobrança de propina de R$ 10 milhões para evitar investigações de uma comissão parlamentar de inquérito no Congresso.

“Eu recebi um pedido do deputado Eduardo da Fonte para se encontrar comigo e, chegando lá, estava também o senador Sérgio Guerra. Eles me disseram que estava ocorrendo uma CPI sobre a Petrobras e que isso poderia ser minorado ou postergado, mas que precisava ter um ganho, um ajuste financeiro”, disse.

Procurado pela Agência Câmara, o deputado Eduardo da Fonte disse que não iria falar agora para não prejudicar sua defesa.

Fonte: Câmara Federal

Política

Vereadores aprovam projeto que permite a entrada de água potável em shows e festivais

O projeto aprovado em sessão na Câmara Municipal, especifica que a água deverá estar acondicionada em embalagem plástica transparente e lacrada em eventos de Campo Grande.

23/04/2024 17h37

Divulgação/ Câmara Municipal de Campo Grande

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Na manhã de hoje, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande se reuniram para aprovar o projeto de lei 11.196/23, que autoriza a entrada de água potável para consumo pessoal em shows e festivais na capital.

Conforme o documento de autoria dos vereadores Dr. Victor Rocha e Carlão, o projeto dispõe sobre a permissão para a entrada de água potável para consumo pessoal em shows, festivais, exposições e eventos similares no âmbito do município de Campo Grande.

A proposta, apresentada pelo vereador Vitor Rocha (PSDB) em novembro do ano passado, será discutida. Naquele período, o país enfrentava altas temperaturas. Nesse mesmo período, a estudante sul-mato-grossense, Ana Clara Benevides Machado, morreu após passar mal durante um show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro (RJ). 
 
A partir de hoje, em caso de não cumprimento da lei, o evento corre o risco de ser cancelado. 

 

Outras pautas aprovadas

Outra pauta debatida e aprovada em regime de urgência foi o projeto de lei 11.307/24, do Executivo Municipal, que autoriza a Prefeitura a realizar permuta de área de sua propriedade com área pertencente à JM Administradora de Bens LTDA, localizada no loteamento Nova Campo Grande.

Também foi aprovado o projeto de lei complementar 923/24, de autoria da Mesa Diretora, que altera dispositivo da Lei Complementar 476/23. Esta última concede anistia condicional aos proprietários de edificações cuja execução esteja em desacordo com o Código de Obras e a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo. 

Durante a sessão, os parlamentares mantiveram o veto parcial ao projeto de lei 11.040/24, que estabelece o Programa Municipal de Identificação de Lar Atípico para pessoas com hipersensibilidade auditiva residentes no município de Campo Grande. A proposta foi apresentada pelos vereadores Carlos Augusto Borges (Carlão) e Prof. André Luis.

Também foi debatido o veto total ao projeto de lei complementar 917/24, que propõe alterações no Artigo 2º da lei 2.786/90. A proposta é de autoria dos vereadores Claudinho Serra, Betinho, Professor André Luis, Dr. Victor Rocha, Ronilço Guerreiro, Clodoilson Pires e Edu Miranda."

Em segunda discussão e votação, foi aprovado o projeto de lei 11.162/23, de autoria dos vereadores Papy e Carlos Augusto Borges (Carlão), que inclui a "Feira Científica" no calendário oficial de eventos do município de Campo Grande.

Ainda durante a sessão, foi analisado o projeto de lei 11.199/23, de autoria do vereador Papy, que propõe a criação da carteira funcional digital e física dos conselheiros tutelares.

E, por fim, o projeto de lei 11.238/24, proposto pelo vereador Professor Juari, que trata da instituição da campanha permanente de valorização e respeito ao trabalho do professor, nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio do município de Campo Grande.

 

 

Política

Presidente Lula Descarta Crise na Petrobras e Destaca Crescimento

Em encontro com a imprensa, Lula afirma que a estatal enfrenta apenas "crises de crescimento" e minimiza desavenças internas

23/04/2024 14h00

Reprodução: Canal GOV

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Durante um encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva refutou a existência de uma crise na Petrobras, descrevendo a situação da empresa como "tranquila" e destacando apenas desafios ligados ao seu desenvolvimento.

Desmentindo Crises na Petrobras:

Nesta terça-feira, o presidente Lula afirmou que a Petrobras não enfrenta uma crise, contrariando rumores sobre instabilidades internas. Segundo ele, a empresa segue operando normalmente, sem turbulências significativas que afetem sua estabilidade.

Normalidade de Desentendimentos:

Lula comentou sobre a naturalidade dos desentendimentos dentro de grandes corporações como a Petrobras. Ele mencionou que, frequentemente, mal-entendidos podem gerar especulações, mas isso não indica uma crise real na empresa.

Enaltecendo a Petrobras:

O presidente elogiou a Petrobras por seu papel crítico no desenvolvimento econômico e energético do Brasil. Ele descreveu as adversidades enfrentadas pela empresa como "crises de crescimento", necessárias para sua evolução em uma companhia de energia mais abrangente, que inclui o foco em renováveis como eólica e solar.

Distribuição de Dividendos Extraordinários:

Lula confirmou apoio à distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras, prevista para votação no dia 19 de abril. Essa decisão poderá adicionar R$ 6 bilhões aos cofres da União, representando um importante influxo financeiro.

Controvérsias Internas e Gestão de Conflitos:

Recentemente, desentendimentos entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o Ministro da Energia, Alexandre Silveira, vieram à tona. Lula minimizou essas divergências, ressaltando que discordâncias são esperadas e gerenciáveis.

Futuro da Liderança na Petrobras:

Após uma fase de incertezas sobre a permanência de Prates na presidência da Petrobras, a situação parece estabilizada. Contudo, sua continuidade no cargo ainda depende de ajustes em sua conduta, conforme sinalizado por aliados do presidente.

Impacto da Participação de Fernando Haddad:

A entrada do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no debate sobre a gestão da Petrobras marcou uma virada importante, desafiando a oposição de outros ministros que questionavam a permanência de Prates.

Conclusão:

Em resumo, o presidente Lula defendeu a estabilidade e a trajetória de crescimento da Petrobras, apesar das especulações e desafios internos. O encontro com a imprensa reforçou o compromisso do governo com a transparência e a governança corporativa eficaz.

Participantes do Café com a Imprensa:

O evento contou com a presença de representantes de diversos veículos de comunicação, incluindo Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, G1, e outros, demonstrando a importância do diálogo aberto com a mídia.

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