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Empresários vendem apartamentos,
iates e até ilhas para pagar dívidas

Empresários vendem apartamentos,
iates e até ilhas para pagar dívidas

ISTOÉ

18/11/2017 - 16h50
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Durante alguns anos, empresários como Eike Batista e Joesley Batista eram exemplares brasileiros de êxito nos negócios.

Em 2012, Eike apareceu em sétimo lugar na lista de maiores bilionários do mundo, de acordo com a revista Forbes. Dizia que desbancaria o mexicano Carlos Slim, então o mais rico do mundo. Joesley, um dos donos da JBS, também figurou em um ranking da Forbes que elencava as famílias brasileiras mais abastadas.

Hoje, quem diria, após escândalos, prisões e confiscos, os dois experimentam o infortúnio, rotina comum a muitas famílias brasileiras: estão vendendo ativos e bens, antes símbolos do sucesso pessoal, para pagar dívidas, acordos e fianças.

Joesley Batista, antes de aparecer no noticiário envolvido na Operação Lava Jato e como delator que tentou abalar o governo, era conhecido pela vida de luxo que ostentava. Seu casamento com a jornalista Ticiana Villas Boas, uma festa avaliada em R$ 6 milhões, teve shows de Ivete Sangalo e da dupla sertaneja Bruno & Marrone e uma bolsa Chanel atirada aos 1.500 convidados.

A cerimônia foi uma pequena amostra do tamanho do patrimônio e do poder de Joesley. O empresário tem um iate, o Leonardo 100, do estaleiro Azimuth, uma embarcação de 98 pés (30,4 metros) com três andares, quatro quartos e capacidade para 25 pessoas, avaliada em US$ 10 milhões.

Joesley tem ainda um apartamento em Nova York de 685 metros quadrados, para onde foi quando assinou o acordo de delação premiada, e uma ilha em Angra dos Reis, comprada do casal Luciano Huck e Angélica em 2013.

LIQUIDAÇÃO

Agora, a plaquinha de vende-se está afixada defronte aos três bens – o iate, a ilha e o apartamento em Nova York.

Após perder mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado desde maio, quando a delação deixou de ser sigilosa, a holding passou a se desfazer de alguns ativos em um processo de desinvestimento para quitar dívidas com bancos e pagar a multa de R$ 10 bilhões do acordo de leniência acertado com o Ministério Público Federal (MPF).

A J&F já vendeu a Alpargatas, dona da marca Havaianas, por R$ 3,5 bilhões; a empresa de laticínios Vigor, por R$ 5,7 bilhões; a Eldorado, de papel e celulose, por R$ 15 bilhões; e o frigorífico Moy Park, na Irlanda, por US$ 1,3 bilhão.

De acordo com um especialista em mercado financeiro que preferiu não se identificar, em casos como esse a empresa precisa de liquidez rapidamente e acaba vendendo parte de seus ativos com valores abaixo do que poderiam ser alcançados em outras circunstâncias, mas não são necessariamente indícios de que o grupo esteja “quebrado”. A venda dos bens pessoais de Joesley faz parte desse processo.

Preso desde setembro na superintendência da Polícia Federal em São Paulo, acusado de omitir detalhes na delação, o empresário busca interessados em pagar R$ 45 milhões pelo apartamento em Nova York e R$ 25 milhões na ilha em Angra. Enquanto ele e o irmão, Wesley, estão presos, José Batista Sobrinho, pai dos dois e fundador da JBS, preside a empresa.

EIKE BATISTA

O caso de Eike Batista representa uma ascensão e queda tão vertiginosas quanto espetaculares. O Grupo X, império construído pelo empresário, contava com usinas térmicas, mineradoras, petroleiros e estaleiro e se fortaleceu durante a política de campeões nacionais do ex-presidente Lula.

No auge do período de euforia, Eike ostentava carros exclusivos, como uma Mercedes Benz SLR McLaren, avaliada em US$ 1,2 milhão, em 2006, e uma Lamborghini Aventador, modelo vendido no Brasil a pouco mais de R$ 3 milhões.

Os carros esportivos eram tratados como obras de arte e exibidos na sala da casa do empresário. Depois que algumas promessas de Eike se mostraram um delírio, algumas de suas empresas entraram em dificuldades. Em janeiro deste ano, teve sua prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas.

Denunciado pelo MPF por corrupção e lavagem de dinheiro, cumpre hoje prisão domiciliar. Segundo a Forbes, a queda de seu patrimônio é uma das maiores da história. Depois de alcançar um patrimônio de US$ 34 bilhões, tornou-se um bilionário negativo, ou seja, ficou nove dígitos no vermelho, e agora conta com pouco mais de US$ 100 milhões, de acordo com a Bloomberg.

As dívidas e cobranças continuam. O Bradesco, um de seus maiores credores, luta na justiça para receber mais de R$ 1 bilhão do empresário. Assim como Joesley, Eike ainda tenta se desfazer de alguns bens. Compõem a lista um jet ski, a Lamborghini Aventador e lanchas como a Spirit of Brazil Intermarine 680, de 68 pés (20,7 metros), avaliada em R$ 3,5 milhões.

Outra derrocada famosa é a do ex-presidente do Jockey Club de São Paulo, José Carlos Fragoso Pires.

Conhecido tanto pelo império constituído por 27 empresas, incluindo a outrora poderosa companhia de navegação Frota Oceânica, quanto pelas festas luxuosas que garantiam sua presença cativa nas colunas sociais, Fragoso Pires enfrenta problemas financeiros desde o final da década de 1990.

Vendeu corretora, apartamento em Nova York, mansão em Angra dos Reis e jato particular, entre outros bens. Apaixonado por cavalos ingleses, teve que reduzir as atividades de seu haras.

Em 2013, colocou à venda o tríplex de 3.800 metros quadrados onde mora, na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. O espaço serviu de cenário para a novela “O Outro Lado do Paraíso”. Um título sugestivo, a ilustrar a derrocada dos bilionários.

NOTA DA JBS

A JBS S/A esclarece que, diferentemente do que aponta a reportagem O ocaso dos bilionários, a alienação da empresa britânica Moy Park está inserida no programa de desinvestimentos da JBS S/A, formalmente anunciado ao mercado em 20 de junho de 2017, que tem como objetivo exclusivo garantir a redução do endividamento líquido da companhia, fortalecendo a sua estrutura financeira. Não tem, portanto, qualquer relação com a multa a ser paga pela holding J&F como parte do acordo de leniência assinado com o Ministério Público Federal.

NOTA DA J&F

A reportagem “O Ocaso dos Bilionários” erra ao sugerir que a J&F teria vendido ativos por valores abaixo dos de mercado. Trata-se de uma especulação sem fundamento, que se torna ainda mais frágil ao partir de um especialista não identificado. A verdade é que o êxito das negociações realizadas pelo grupo até o momento foi amplamente reconhecido pelo mercado e demonstrou claramente a alta qualidade dos ativos da J&F.
Assessoria de Comunicação da J&F Investimentos.

Maturidade Política

"Se não houvesse isso, jamais conseguiríamos estar dando esse passo", diz Riedel

O governador Eduardo Riedel destacou o momento de alinhamento político durante reunião com 75 prefeitos no lançamento do programa MS Ativo Municipalismo

22/04/2024 19h00

Com o programa MS Ativo Municipalismo, Riedel segue a risca a cartilha de seu antecessor, o também tucano, Reinaldo Azambuja, que fazia aproximações do governo do Estado com as prefeituras Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Durante reunião para lançamento do MS Ativo Municipalismo, o governador Eduardo Riedel frisou a importância da gestão que prioriza o equilíbrio fiscal e enfatizou a maturidade política que possibilitou a reunião com 75 prefeitos que vieram prestigiar o programa que pretende atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul.

Diante deste cenário, o governador elencou a importância de conseguir conversar com prefeitos de diversos municípios para alinhar as demandas. O programa gira em torno de três eixos de investimento que são a infraestrutura, saúde e educação.

O lançamento ocorreu no final da tarde desta segunda-feira (22), no Convenções Rubens Gil de Camilo, onde houve o anúncio de R$ 3,96 bilhões em verbas para investimentos na infraestrutura, saúde e educação.

"É essa convicção desse modelo que a gente traz até aqui, a convicção de que precisamos estar juntos para poder resolver o problema das pessoas, mas não só na infraestrutura. E esse talvez seja um passo a mais que a gente esteja dando aqui", pontuou Riedel. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, os investimentos que estão em execução e ainda os que estão programados, alcançam o montante de R$ 3,96 bilhões

Com o programa MS Ativo Municipalismo, Riedel segue a risca a cartilha de seu antecessor, o também tucano, Reinaldo Azambuja, que fazia aproximações do governo do Estado com as prefeituras. 

Para a reportagem do Correio do Estado, o Presidente da Assomasul e prefeito de Nioaque, Valdir Junior (PSDB), apontou a necessidade de manter o municipalismo ativo, para ele a maior demanda entre os prefeitos gira em torno da infraestrutura.

"Mas também entra a parte da saúde, educação, da inclusão social que vem atendendo. A gente vê universalização do saneamento atingindo os municípios do Estado. Hoje esse evento é mais um marco para o municipalismo", disse Valdir Junior.

"Nosso governador fez isso com sua equipe de secretariado, escutou as lideranças que foram eleitas democraticamente e estamos levando para casa o investimento para poder [aplicar] em todos os setores".

Ainda, conforme o prefeito de Nioaque, o governador Eduardo Riedel escutou os prefeitos, vereadores e vereadoras de modo que o investimento não será feito apenas "de cima para baixo", mas visando atender as necessidades de cada município. 

Representando a bancada federal, o deputado Vander Loubet (PT-MS) apontou o amadurecimento da classe política de Mato Grosso do Sul, destacando o alinhamento entre o governo do Estado com os municípios em um programa que classificou como "histórico" para o Estado dado o maior volume de convênios entre Estado e municípios. 

"O Governo Federal, nesse novo PAC, são R$ 89,5 milhões, só na construção de 37 novas UBS, Unidade Básica de Saúde, em 37 municípios. São R$ 160 milhões para educação em 57 municípios, na construção de creches, centro de educação infantil, de escolas em tempo integral e aquisição de ônibus escolares. São R$ 50 milhões para os dois novos campus do Instituto Federal aqui no Mato Grosso do Sul um para Amambai e outro para Paranaíba", disse Vander.

Na área de infraestrutura, a concessão da obra da Ernesto Geisel, que está no PAC e já está aprovada. A recuperação da BR-267, entre Caracol e Porto Murtinho. A construção da alça do acesso da BR-267 até a ponte do Rio Paraguai. A construção do contorno rodoviário de Três Lagoas. O término da fábrica de fertilizante em Três Lagoas. E a conclusão das obras de ampliação do aeroporto de Dourados. Na área de habitação, o investimento de R$ 550 milhões, R$ 450 milhões do Governo Federal e R$ 90 milhões da contrapartida do Estado no programa Minha Casa Minha Vida. Ou seja, esse é o papel do Estado"

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro (PP), rememorou uma fala do então à época governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que explicou que antes de realizar um governo municipalista era necessário ter verba para realizar os investimentos. 

Em outra fase, Gerson Claro apontou o "contrato" firmado com os gestores municipais para aumentar os índices de desenvolvimento dos municípios.

"E agora o municipalismo ativo, que eu entendo que dá um passo a mais. Nós vivemos um municipalismo com o Reinaldo, onde foi debatido e tratado a infraestrutura, agora em uma espécie de contrato de gestão, o municipalismo ativo vem para poder fazer uma espécie de contrato com os prefeitos, onde além da infraestrutura nós devemos prestar atenção nos índices de desenvolvimento dos municípios", explicou Claro.

 

 

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Política

Lula anuncia inclusão de 1,2 milhão de alunos no Pé-de-Meia

Programa oferece incentivo para jovens concluírem ensino médio

22/04/2024 14h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (22), a ampliação do Programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem o ensino médio. Cerca de 1,2 milhão de estudantes devem ser incluídos para receber os valores, que podem chegar a R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio.

Inicialmente, o Pé-de-Meia priorizou jovens beneficiários do Programa Bolsa Família e já alcançou mais de 2,4 milhões de estudantes. Agora, integrantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) também serão atendidos.

“Quando nós anunciamos o Pé-de-Meia, a linha de corte era o cadastro do Bolsa Família e ficou de fora o cadastro do Cad [CadÚnico]. Então, nós, agora, resolvemos aumentar e colocar a linha de corte no CadÚnico e vão entrar, parece, mais 1,2 milhão de meninos e meninas no Pé-de-Meia”, disse Lula, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

O orçamento inicial do programa era de R$ 7,1 bilhões anuais. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais R$ 3 bilhões serão investidos anualmente para contemplar a ampliação.

A ampliação foi incluída na medida provisória (MP) que cria o Programa Acredita, assinada hoje por Lula e que trata da facilitação de crédito e renegociação de dívidas de pequenos negócios.

A política do Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivos anuais de R$ 3 mil por beneficiário, chegando a até R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio, com o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série. Por meio do incentivo à permanência escolar, o governo federal quer reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

arte poupança ensino médio, pé-de-meia

Nenhum estudante precisa se cadastrar para receber o Pé-de-Meia, basta estar regularmente matriculado no ensino médio das redes públicas, terentre14 e 24anose ser integrante de famílias inscritas no CadÚnico. O valor será depositado em contas digitais abertas automaticamente pelaCaixaEconômica Federal, nos nomes dos próprios estudantes.

Por meio do aplicativo gratuito Jornada do Estudante, os alunos do ensino médio matriculados na rede pública podem saber se foram contemplados e ter mais informações sobre o programa. Os estudantes com dúvidas sobre o Pé-de-Meia podem acessar uma seção de Perguntas Frequentes sobre o programa no portal do MEC. Outros canais são o Fale Conosco do MEC (telefone 0800 616161) e o portal de atendimento, por meio da opção 7.

Central de reclamações

Durante o evento desta segunda-feira, Lula propôs ainda a criação de um canal de reclamações do governo federal. “A gente deveria criar uma espécie de um 190, de um 180, um telefone para que as pessoas pudessem telefonar e se queixar se as coisas não estão acontecendo. Porque muitas vezes as pessoas não têm a receptividade que elas imaginavam que iriam ter [no acesso a programas] e não têm para quem reclamar”, disse o presidente.

“Então, ao invés de ficar xingando a gente, é importante que a gente tenha pelo menos um ouvidor para que as pessoas possam se queixar. Preciso que tenha um lugar para o povo colocar para fora as suas angústias”, acrescentou.

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