Política

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"Ditadura do Ministério Público"
é alvo de denúncia de advogados

Antonio João considera abuso de autoridade as denúncias irresponsáveis de promotores de Justiça

DA REDAÇÃO

05/12/2016 - 06h00
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As dezenas de prisões feitas nas operações policiais, perseguição a políticos, jornalistas e intimidações feitas pelo Ministério Público e avalizadas pelo Judiciário são fatores consideradas alarmantes  pelos críticos às arbitrariedades do Ministério Público e da magistratura. Ninguém é contra as investigações e punições dos corruptos. O problema, observam advogados e político, é a violação da legislação por parte das autoridades. “Isto é um abuso”, afirmou o ex-senador e jornalista Antonio João Hugo Rodrigues. 

O advogado  e ex-juiz federal Jail Azambuja, colega de turma de Sérgio Moro na magistratura no Paraná, discorda da atuação de juízes que usam da caneta para mandar prender seja quem for. “Ultimamente vem ocorrendo decisões e pedidos de prisão, apenas motivados pela vontade de mandar pessoas notórias para cadeia ou para jogar na mídia”, afirmou Jail.

Essas decisões, na sua avaliação, “quando fulminadas por instâncias superiores deveriam ter a devida apuração de responsabilidade”. Ele defende a tese de o “juiz e o promotor serem responsabilizados como os demais servidores”. Mas advertiu sobre o cuidado para “não se criar o crime de hermenêutica, por mero dissenso interpretativo”.

Jail considerou, ainda, desproporcional a reação de alguns juízes e promotores contra as alterações do projeto anticorrupção e da discussão do projeto de abuso de autoridade. “Isto demonstra que se quer, a margem da lei, poderes para prender sem limites”, afirmou.

O ex-senador Antonio João tem a mesma avaliação de Jail. Ele é um que se considera vítima de abuso de autoridade em Mato Grosso do Sul. Ele foi punido a pagar multa de mais de R$ 60 mil por propaganda eleitoral antecipada para Prefeitura de Campo Grande sem ter participado da disputa como candidato. E ainda foi condenado pelo desembargador Romero Osne Dias Lopes a pagar outra multa, também, acima de R$ 60 mil por opinião política em rede social durante a campanha eleitoral de 2014.

Ele não poupa a atuação do Ministério Público no Estado por fazer, na sua avaliação, “denúncias irresponsáveis de pessoas de bem só para ter o prazer de vê-las na cadeia”. Ele citou o caso do diretor-presidente do Hospital do Câncer, Carlos Coimbra, acusado de usar indevidamente o cartão corporativo. Ele sofreu com ação midiática do MPE e depois o inquérito foi arquivado por falta de provas. “A honra dele foi destruída pelo MPE e ficou por isto mesmo. Os promotores de Justiça deveriam ser processados e punidos por este abuso, mas os magistrados têm medo do Ministério Público”, afirmou.

Outro caso lembrado por Antonio João foi a investigação do procurador jurídico da Câmara Municipal de Campo Grande, André Scaff, acusado de enriquecimento ilícito. “Os promotores de Justiça pedem e o juiz manda prender a mulher de Scaff. Isto é abuso absurdo”, comentou.

“O Ministério Público tem uma lei que é a lei deles e fazem o que quer”, afirmou Antonio João. 

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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