O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou nesta sexta-feira (17), após reunião do diretório nacional da legenda, em São Paulo, que partido não mais receberá doações de empresas privadas.
Segundo Falcão, antes de ser implementada, a decisão ainda terá de ser referendada pelo 5º Congresso Nacional do PT, entre 11 e 14 de junho, em Salvador.
"Não mais receberemos doações de empresas privadas. Essa decisão deve ser referendada no 5º congresso nacional do partido", afirmou Rui Falcão.
Segundo Falcão, o partido passará a estudar novas formas de financiamento em substituição às doações de empresas privadas, parcela representativa da arrecadação de fundos da legenda. Entre essas formas, ele falou em ampliar as contribuições voluntárias individuais de filiados e simpatizantes.
“Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial, decidimos que os diretórios nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo esta decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados ao 5º Congresso Nacional do PT”, diz texto da resolução aprovada pelo diretório.
Na última quarta-feira (15), o secretário nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, foi preso pela Polícia Federal em São Paulo e levado para a carceragem da PF em Curitiba.
Ele é réu em ação penal da Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro de contratos da Petrobras. O tesoureiro é suspeito de intermediar o pagamento de propina de fornecedores da Petrobras. De acordo com o Ministério Público, parte do dinheiro oriundo da propina era direcionada para o PT, na forma de doações legais.
No mesmo dia da prisão, o PT anunciou o afastamento de Vaccari da cúpula do partido, mas manifestou solidariedade ao tesoureiro. Nesta sexta, o diretório nacional aprovou a indicação do ex-deputado federal Marcio Macedo (PT-SE) como substituto de Vaccari.
Na resolução, o diretório afirma que a prisão de Vaccari reflete um "clima de ódio e revanche" e diz que a investigação da Operação Lava Jato é um "espetáculo de atropelos legais" e "politicamente manipulado".
"Mais que tudo, conforma-se um embrião de estado de exceção, violador dos mais elementares direitos fundamentais, cuja existência indigna, enoja e ofende a consciência democrática do País", diz o texto.