A deputada Tereza Cristina assumiu que mantém conversas com PSD, partido do prefeito de Campo Grande Marcos Trad, PMDB e DEM, mas vai comparecer à reunião da Direção Nacional do PSB marcada para hoje para se defender. Ela já adiantou que não vai recorrer, caso seja expulsa.
O encontro está marcado para definir o futuro dela no partido, bem como do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PE), e dos também deputados federais Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT).
Os deputados foram considerados como infiéis ao votarem pelo arquivamento da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer. A orientação do partido era votar a favor da Procuradoria Geral da República (PGR).
Tereza Cristina afirmou que caso seja expulsa do partido também não vai recorrer. "Estou conversando com partidos que estão no centro e alinhado mais à direita, que é o pensamento do meu eleitor", reconheceu a deputada, que chegou a ser presidente do diretório estadual do PSB.
Ela é líder de bancada e por isso tem o poder de trocar até dois integrantes do partido na titularidade da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, que é responsável por votar o arquivamento ou não da nova denúncia contra Michel Temer. Essa análise vai começar a ser discutida na CCJ nesta terça-feira, a partir das 10h (horário de Brasília).
A situação dela no PSB é considerada atualmente como "insustentável" e hoje deve ser oficializada sua expulsão.
Em julho, a Executiva de Mulheres do PSB exigiu a desfiliação da deputada. “Que a pessoa em questão tenha a dignidade de deixar o PSB, antecipando-se assim a mais essa situação de desmoralização pública”, reivindicaram as mulheres do Partido Socialista Brasileiro.
Como Tereza Cristina permaneceu, o processo de expulsão partidária foi aberto pela Direção Nacional da sigla.
No mesmo mês, ela reuniu-se com Michel Temer em reunião secreta e recebeu o convite para ingressar no PMDB.
HISTÓRICO
Antes de ser filiada ao PSB, Tereza Cristina estava no PSDB, mas mantinha forte ligação com o PMDB de Mato Grosso do Sul. Essa relação era estreita por conta de André Puccinelli, que na época era governador do Estado.
Ela chegou a ser secretária estadual de Produção na gestão de André, mesmo filiada ao PSDB. A nomeação, na época, foi uma escolha pessoal de Puccinelli. Para eleição na Câmara, Tereza ainda recebeu ajuda do ex-governador.
Sobre o futuro, as conversas com o DEM estavam mais avançadas e as tratativas eram feitas com o colega da Câmara, Luiz Henrique Mandetta.