A Comissão Especial criada ontem na Assembleia Legislativa para investigar possível crime praticado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) terá como integrantes parte dos deputados citados em delações da empresa JBS. Isso porque foram citados 14 deputados e a Casa de Leis integra 24 no total.
O Estadão divulgou ontem nome de líderes de bloco, de bancada e de Governo no Legislativo de Mato Grosso do Sul que foram citados pelos delatores e donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, como beneficiário de recursos possivelmente ilícitos. Dentre eles estão os nomes dos deputados Eduardo Rocha (PMDB) e Rinaldo Modesto (PSDB).
Indagado sobre a falta de credibilidade desses deputados em participar da comissão, o deputado estadual e líder do PSDB e do bloco na Casa, Beto Pereira, declarou que acredita não ter problema quanto a isso. "Se tiver algum problema nós indicamos alguém de outro partido que esteja no nosso blocão, como o PR, por exemplo".
O deputado Eduardo Rocha disse que não tem interesse em ser presidente da comissão. "Já sou líder do bloco, deixa para outro à presidência", comentou.
Os integrantes da Comissão Especial serão definidos na semana que vem, pois sua criação ainda não foi divulgada no Diário Oficial.
BLOCÃO
No início do ano, deputados definiram dois blocos para representar a Casa de Leis. O PSDB tem como integrantes, além dos sete que compõe a sigla (Beto Pereira, Felipe Orro, Flávio Kayatt, Mara Caseiro, Maurício Picarelli, Onevan de Matos e Rinaldo Modesto), os deputados do PR, Graziela Machado e Paulo Corrêa, Coronel David do PSC e Herculano Borges do SD.
Já no bloco do PMDB estão os seis deputados da sigla (Antonieta Amorim, Eduardo Rocha, Junior Mochi, Márcio Fernandes, Paulo Siufi e Renato Câmara) e também os deputados Jorge Takimoto do PDT, Lídio Lopes do PEN e Zé Teixeira do DEM.
EXPLICAÇÕES
Deputados apresentaram explicações, hoje, em plenário, sobre citações de seus nomes em delações dos donos da JBS. "Recebemos cheque de campanha e tudo está regular, amparado por lei", disse o deputado que fora citado recebendo R$ 25 mil, Márcio Fernandes (PMDB).
O peemedebista justifica a doação. "Recebi cheque da senadora Simone Tebet e do ex-governador Nelsinho Trad, eu nem sabia que era da JBS".
O líder do bloco do PMDB, Eduardo Rocha, que também fora citado, se defendeu. "Eu mudo de nome se me mostrarem alguém que averigua de onde vem incentivo de campanha. Recebi o cheque e não investiguei que vinha da JBS", disse.
O jornal Estadão divulgou ontem 14 deputados estaduais que foram citados na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A lista traz a especificação de valores que parlamentares receberam do frigorífico.
Essa lista foi publicada na edição impressa de hoje do Jornal Correio do Estado.