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Celular de Marun é invadido e hacker pede dinheiro em nome de deputado

Ele é presidente da comissão especial que analisa a reforma previdenciária

FOLHAPRESS, COM DA REDAÇÃO

05/05/2017 - 18h45
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Não bastasse ter que lidar com a invasão de agentes penitenciários que impediu que a votação da reforma da Previdência fosse concluída, o presidente da comissão especial que discute o tema na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS) encerrou a semana com outra dor de cabeça: seu celular foi clonado e seu WhatsApp disparou mensagens pedindo dinheiro a colegas parlamentares.

"Sumiu tudo e trancou meu WhatsApp. Para alguns lugares foi uma mensagem pedindo dinheiro numa conta no Banco do Brasil. Mandei para a [assistência] técnica e tive que trocar o número do WhatsApp", disse o deputado de Mato Grosso do Sul. Ele não é o primeiro membro da comissão a ter o aplicativo de troca de mensagens hackeado.

Como a Folha de S.Paulo mostrou, no final do mês passado, os números do relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) e do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que também integra o colegiado, enviaram mensagem solicitando apoio financeiro aos colegas.

À época, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) enviou aos deputados, pelo aplicativo, o comprovante da transferência, no valor de R$ 5 mil, para uma conta com o nome de Évelyn Santos. O deputado disse ter conseguido reverter a situação.

VOTAÇÃO

Antes de ter seu WhatsApp clonado, Marun conversou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que encontra-se no Líbano, em viagem de trabalho.

Eles combinaram que a comissão da reforma da Previdência retomaria os trabalhos na terça-feira (9) para concluir a votação dos dez destaques que não foram apreciados por causa da invasão dos agentes penitenciários.

Neste final de semana, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que tem auxiliado o Planalto na comunicação a respeito da reforma da Previdência, vai telefonar para líderes das bancadas. Quer fechar na próxima semana sua estimativa de votos para que o Planalto atue mais diretamente com os parlamentares que ainda podem mudar de ideia e apoiar a proposta.

O governo discute esperar a aprovação da reforma trabalhista no Senado antes de colocar em votação a nova Previdência no plenário da Câmara, o que poderá atrasar o atual cronograma de votação.

A ideia é dividir o desgaste, que tem recaído até o momento somente sobre a Câmara.

A expectativa é que a reforma trabalhista seja analisada pelo plenário do Senado no início de junho, o que adiaria a previdenciária para a segunda quinzena do mês que vem ou até para julho.

Com mais tempo, o presidente teria margem de negociação para assegurar os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara.

FATOR RENAN

A tramitação da reforma trabalhista no Senado, no entanto, tem um fator de risco para o governo. O líder do PMDB na Casa, senador Renan Calheiros (AL), tem feito críticas ao Planalto e às reformas e representa perigo para os planos do presidente Michel Temer.

Para tentar blindar a influência de Renan, Temer se reunirá nesta terça-feira com a bancada do PMDB no Senado. No encontro, ele discutirá a indicação de um senador do partido para a relatoria da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Os nomes favoritos do presidente são Rose de Freitas (ES) e Romero Jucá (RR), líder do governo no Senado. Temer busca um relator que tenha proximidade com o Palácio do Planalto, influência sobre a bancada peemedebista e não desagrade Renan, evitando dar motivos para que ele tente atrasar o cronograma da proposta.

No encontro, o presidente pedirá também que a bancada peemedebista articule a apresentação de um requerimento de urgência para a reforma trabalhista.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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