O prefeito Marcos Trad (PSD) tem enfrentado uma Câmara Municipal mais hostil nos últimos meses. Depois de uma série de trocas de vetos entre os dois poderes, nesta terça-feira (24) foi a vez do chefe do Executivo não conseguir o número suficiente de vereadores para aprovar a revogação na íntegra da Lei 5.608/2015 que permutava um terreno de 7 mil metros quadrados no bairro Chácara Cachoeira para a Arquidiocese de Campo Grande.
Apesar de conseguir 15 votos favoráveis e 11 contra, o projeto de lei não passou pois necessitava de 20 votos.
Durante a votação houve uma sequência de declarações dos parlamentares. A maior bancada na Casa, o PSDB teve seus vereadores votando não para a revogação.
“Quando foi aprovado na outra legislatura estava com total regularidade legal e constitucional. Estivemos conversando com o padre e ele não se mostrou confiante em relação a revogação da lei. Estamos discutindo o processo legislativo”, disse o vereador Delegado Wellington.
Segundo o vereador André Salineiro houve um consenso com a bancada católica.
“Os vereadores acharam por bem não arriscar em perder essa oportundiade da permuta dessa área. Como estamos temerários em perder essa questão o voto é não”, pontuou.
O colega de bancada João César Mattogrosso concordou. “Não estou confortável com esse projeto. Votar favorável é entender que a Câmara passada foi irresponsável e agiu de maneira equivocada e não acredito nessa hipótese”.
Já o vereador Valdir Gomes (PP) disse que conversou com Dom Dimas e foi orientado a votar a favor da revogação. “Não sei o que está acontecendo.
Ele elogiou o prefeito e parecia que existia Deus no céu e o prefeito na Terra. Aí chega aqui um projeto dividindo a Casa. Mas ele disse para mim que não quer nada de graça da Prefeitura. Que quer pagar”. P
resente na legislatura passada Carlão (PSB) foi um dos poucos que votou a favor. “Vimos que essa doação não trouxe nada de benefício para a cidade”.
Integrante do solidariedade o vereador Papy acrescentou nas consquências que podem vir a surgir. “Esse é um projeto que abre um prescendente perigoso na cidade porque muitas instituições que fazem um trabalho essencial a sociedade campo-grandense que o Estado e o município não consegue fazer. Muitas igrejas têm áreas de permuta e podem ser revogadas”.
O vereador Eduardo Romero (REDE) destacou a atitude do poder Executivo. “Se neste momento o Executivo decide desfazer o ato nós precisamos analisar com mais frieza. Estamos concordando ou descordando com o fazer legislativo. O próprio executivo se contradiz para fazer. Temos que ter mais critério e transparência”.