Hospitais lotados, pacientes nos corredores, postos de saúde sem medicamentos, com filas intermináveis. Em Mato Grosso do Sul não é diferente. Para o candidato ao Senado Antonio João (PSD), esse cenário configura uma incapacidade do Governo Federal em gerir e priorizar os recursos. “O Brasil não tem gestor de Saúde. Esse ministro Padilha não fez nada. Um ministro precisa ser um técnico, conhecer do assunto”, diz.
Na opinião do candidato, saber priorizar os recursos é o ponto chave para qualquer gestão bem sucedida. O pensamento de Antonio João vai de encontro ao relatório do Conselho Federal de Medicina, que mostrou que a Saúde aparece em quinto lugar na lista de prioridades no chamado “gasto nobre”.
Para o CFM, isso significa que as obras em rodovias, estádios, mobilidade urbana e até armamento militar ficaram a frente da construção, ampliação e reforma de unidades de saúde e da compra de equipamentos médico-hospitalares para atender o SUS (Sistema Único de Saúde). Do total de R$ 9,4 bilhões disponíveis para investimentos em unidades de saúde em 2013, o governo desembolsou somente R$ 3,9 bilhões.
Segundo Antonio João essa priorização equivocada pode ser observada durante a Copa do Mundo. “Dos 40 bilhões gastos poderiam ter feito pelo menos um hospital. Uma unidade hospitalar bem equipada custaria uns 100 milhões. Esse valor não é nada perto do que gastaram com esse Mundial”, ressalta.
A solução para reverter essa fórmula de prioridades, de acordo com o senador, é cobrar da União um repasse maior aos estados. Ele também critica a forma como é feita a municipalização do setor. “O Governo Federal repassa uma verba para a construção de um hospital e depois o Estado tem que se virar para manter a estrutura”, enfatiza.
Recentemente Antonio João esteve no Laboratório Central de Campo Grande e observou que é possível economizar no setor alugando os equipamentos hospitalares ao invés de gastar milhões na compra de um material que logo poderá ficar obsoleto. “É muito fácil equipar um hospital, basta ter boa vontade.