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Viviane Barbosa e Rafael Rocha: "Sustentabilidade: modismo ou conciência?"

Acadêmicos do curso de direito administração da UFMS/Três Lagoas, respectivamente

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Nos últimos anos, tem-se falado muito em sustentabilidade; mas, afinal, o que significa esse termo tantas vezes utilizado, porém, nem sempre da forma adequada? Quais os reais benefícios da prática que a correta aplicação do termo abriga? Dizer que uma empresa é sustentável é puro modismo, ou reflexo de consciência econômica e socioambiental?

O termo “sustentabilidade” é utilizado para definir atividades que têm por objetivo suprir as nossas necessidades atuais, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Em outras palavras, o termo faz referência à utilização dos recursos naturais de forma inteligente, para que eles se mantenham no futuro, equilibrando o desenvolvimento econômico e material, sem agredir o meio ambiente.

Mas nem sempre foi dessa forma. Com o advento da revolução industrial, a mão de obra artesanal foi sendo substituída pelo uso de máquinas e pela consequente produção em série. Nesse modo, caracterizada por significativo aumento da produção, a utilização dos recursos passou a ser em maior escala, sendo a capacidade de trabalho de uma máquina muito maior do que a mão de obra de um único trabalhador.

Com a utilização dos recursos naturais em maior escala e com o conhecimento de que os recursos são escassos e as necessidades são ilimitadas, iniciar-se-ia a formação de uma consciência econômica e socioambiental a respeito do que é ser sustentável. Ainda na década de 1990, com a ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, começou-se a discutir o tema com base na elaboração de um amplo programa, que inicialmente visava apenas a questões ambientais. Com o passar do tempo, percebeu-se, no entanto, que não seria possível dissociar a sustentabilidade de contextos sociais e econômicos, estabelecendo-se, assim, os três pilares fundamentais da sustentabilidade: social, econômico e ambiental.

Passava-se, então, ao entendimento de que, para atingir a sustentabilidade de modo eficaz, era necessário planejamento e controle da produção, adotando-se uma série de medidas. Uma delas foi a exploração controlada e racionalizada dos recursos minerais e dos recursos vegetais, garantindo, neste último, o replantio sempre que necessário, e a consequente preservação das áreas verdes que não se destinam à exploração econômica. Outra foi o consumo controlado da água, por meio de medidas de reuso desse recurso, evitando o desperdício, tratando os efluentes dos processos produtivos e proporcionando uma despoluição dos recursos hídricos. Uma terceira medida foi a utilização de fontes de energia limpas e renováveis, visando diminuir o consumo dos combustíveis fósseis, que contribuem para o aquecimento global, além da redução do desperdício de matéria-prima, mediante desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia. Também surgiu a reciclagem de resíduos sólidos, que visa diminuir a quantidade de lixo no solo e a retirada de seus recursos minerais.

Observa-se, nessas etapas, além de uma proteção ambiental orientada pela correta utilização dos recursos, uma redução de custos nos processos industriais, gerados por um planejamento eficiente do processo de produção.

Os consumidores também contribuem para essas ações, pois estão cada vez mais conscientes do efeito positivo dessas medidas e de seu poder de influência junto às empresas, que acabam pressionadas a atender às exigências desse novo mercado por meio de certificações ambientais que garantem a procedência e as boas práticas produtivas utilizadas na confecção desses produtos. Aliadas a isso tudo, ainda vieram as leis de proteção ambiental e multas pesadas para o seu descumprimento.

Por ser uma questão tão atual, algumas empresas podem cair em práticas de divulgação não corretas; é preciso estar atento às jogadas de marketing, ter cuidado com o modismo e reconhecer a preocupação real de cada empresa em relação a um planejamento sustentável. Às empresas cabe comunicar adequadamente as práticas e os projetos, levando em conta os aspectos econômicos e socioambientais que abrangem, publicando voluntariamente relatórios de sustentabilidade que contemplem os diversos aspectos de interesse da sociedade atual.

Com base nisso, pode-se dizer que a adoção do planejamento de medidas que geram sustentabilidade garante, em longo prazo, um planeta em boas condições para o desenvolvimento da vida, especialmente a humana. Ademais, possibilita a manutenção dos recursos naturais, como rios, lagos, oceanos, florestas, matas, minerais e outros, e garante uma melhor qualidade de vida para as gerações futuras.

Não há de se falar em modismo quando há um comprometimento efetivo no cumprimento das metas. Dessa forma, podemos considerar a sustentabilidade como origem e fruto de uma consciência econômica e socioambiental, materializada na exploração correta dos recursos naturais disponíveis, sem que haja desperdício e prejuízo desses elementos, criando oportunidades para novos negócios, que gerarão renda e melhorarão o desempenho econômico da sociedade moderna. 

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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