São inúmeras as formas de oração. Cada religião tem sua maneira de se relacionar com Deus.
Esse relacionamento torna livre o coração para expandir os sentimentos e as emoções em direção ao coração do mesmo Deus expondo-lhe as necessidades e revelando gratidão.
Esse relacionamento será amigável na medida da confiança que existir entre criatura e Criador. É bom ter claro que a oração não poderá ser fuga da realidade, ou refúgio na intimidade de Deus, nem poderá ser isolamento pessoal.
Não poderá se restringir a fórmulas ou abstrações da mente e do intelecto.
Esse relacionamento deverá ser expressão de fé. E a fé se constatará mediante um posicionamento consciente em face da realidade.
E será expresso esse relacionamento através de atitudes e de ações junto a quem necessite de algo seja no campo espiritual, seja no campo material. Será sempre expressão de amor.
Por isso se diz que a verdadeira oração é aquela feita com as mãos e não apenas com palavras. Rezar com palavras poderá ser confortador e emocionalmente satisfatório. Mas se não for acompanhado de gestos e de atitudes de nada vale.
Será como uma conversa à distância. Fica muito superficial, muito calculista e de difícil entendimento.
Outra situação que muitas pessoas vivem é a de julgar que rezar seja pedir. Essas pessoas pensam em fazer de Deus um bom e eficiente funcionário do banco dos desejos.
É natural que todos anseiem ter saúde, bom emprego, boa moradia, bom relacionamento em casa com a família e tantos outros desejos justos e necessários.
Mas não será suficiente pedir tudo isso. Será necessário fazer por merecer. Será ainda importante colaborar para facilitar Deus atender esses e outros desejos.
Não soa bem ficar pedindo algo para o bem estar pessoal, para o conforto de um bom emprego, ou outras necessidades pessoais. Seria muito comodismo e muita regalia.
Existem pessoas assim. Insistem em pedir tal coisa, ou tal graça. Esquecem que Deus tem muito mais para oferecer. Parecem querendo limitar a ação de Deus.
E se não conseguirem o que pedem ficam tristes, revoltados, julgando-se rejeitados por Deus.
A verdadeira oração é aquela feita com as mãos que revela a riqueza do coração. A pessoa pode não ser religiosa, ou não pertencer a alguma igreja.
Mas suas atitudes revelam um coração que quer bem e realiza maravilhas em favor da humanidade.
Por isso, a mais digna oração é acompanhada pelos gestos das mãos. Mãos que se abrem para acolher a quem se encontre perdido.
Mãos que se estendem para erguer a quem se encontre caído na sarjeta da vida. Mãos que se prontificam repartir o pão de cada dia com os famintos. Mãos que oferecem conforto e consolo para quem se encontre desanimado.
São mãos que enxugam lágrimas, curam feridas, apagam mágoas e perdoam pecados. São mãos abençoadas que se erguem para louvar e agradecer ao Criador da vida, do amor, da misericórdia e do perdão. São mãos cansadas, mas felizes por não terem o que pedir, mas por terem tudo a agradecer.