Artigos e Opinião

CRÔNICA

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Theresa Hilcar: "Complexo de Sansão"

Theresa Hilcar: "Complexo de Sansão"

Redação

01/09/2015 - 00h00
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A primeira coisa que faço, logo quando me levanto da cama, é colocar o chapéu. Se ele não está ao alcance, pego o primeiro pano que vejo e amarro na cabeça. Só depois disto, deste  gesto aparentemente tresloucado, é que enfrento o espelho e faço minha higiene matinal. 

Tudo isto porque vivo momento de muito desassossego com meus cabelos. Tudo bem, eu admito: eles nunca me deram sossego. Ou sou eu que nunca dei sossego aos meus cabelos. 

Não por acaso são sempre tema das minhas crônicas. Agora mesmo, enquanto tento escrever  alguma coisa, não consigo deixar de perceber as dezenas de grampos que tenho na cabeça. Que, claro, incomodam um pouco. Mas foi a única maneira que encontrei de me concentrar.  

Hoje, quando saí para a rua, amarrei um lenço. Minha amiga achou que era charme, mas não  era. O artifício que usei foi apenas para encobrir minha vergonha.

Não é a primeira vez que isto acontece, mas nunca foi tão difícil. Acho que o universo está me dizendo para ter cuidado com os desejos. Sim, porque volta e meia ficava pensando em ter  cabelos curtíssimos, daqueles de nuca batida, algo que nunca tive. Então fiz assim: fui cortando devagarzinho. Até que em pouco mais de um mês, num acesso de desatino, tosei minhas madeixas quatro vezes. Ou mais, se contar os picotes que dei com minha tesoura de unha, sempre que percebia ponta sobrando. Cortei a primeira vez e ficou lindo. Assim me disseram, e eu acreditei. Uma semana depois, voltei ao salão por conta da tal tesourinha de unha. 

Um mês depois achei que era hora de colocar o corte em dia. Curto tem este pequeno inconveniente. Meio tímida, com receio de pagar mico, mostrei a foto da Glória Pires e insinuei: gosto deste corte. A cabeleireira fez ouvidos moucos. E quando percebi, tinha uma máquina fazendo  barulho na minha nuca. Quase desmaiei. Mas ficou bonito, pensei.

No dia seguinte, me vi com  uma cachopinha. Cismada com formas redondas, achei o corte com jeito de capacete. Fui  trabalhar com um monte de grampos e gel.  Mas como o diabo mora nos detalhes, passei o dia  pensando em mudar. Dar uma repicada, uma leveza, qualquer coisa pra tirar aquele capacete da minha cabeça. 

Gosto de formas retangulares. Redondas, nunca! E como se estivesse no piloto automático, sentei-me na cadeira e pedi: conserta. Ele cortou e  na hora ficou bonito. No dia seguinte, me recusei a olhar no espelho. Fiquei sem cabelo, sem  brio, sem vergonha, sem personalidade e com frio na barriga que dói pra caramba cada vez  que olho a foto da semana passada.

Justo aquela que bombou no Facebook. Chorei, gritei, dei  dois tabefes na minha cara de idiota e a raiva não passou. Fui para a internet ver produtos para crescer mais rápido e me deparei com xampu pra cavalo. Pensei, sou burra, pra mim não serve. Mas comprei vitaminas, óleo de jojoba, que de acordo com uma blogueira faz crescer.  

Também olhei site de perucas e apliques e pensei na possibilidade de um mega-hair, mas desisti por conta do preço. 

Então consultei minha guru para assuntos aleatórios e questionei o ponto da futilidade. De que adianta meditar se não resisto a um corte de cabelo? Ela, muito zen, me aconselhou a raspar a cabeça, adotar o monastério e o nome de Padme Hilcar. Recusei gentilmente a sugestão, mas voltei a sorrir, abandonei o chapéu e fui meditar. Não sem antes tomar minhas pílulas milagrosas, que, segundo a propaganda, são uma bomba que faz crescer cabelo rapidinho. 

Sansão também perdeu a força quando lhe tosaram as madeixas. Vai ver é isto. Minha força  está no cabelo, ou talvez minha fraqueza.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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‘É o pior dos governos Lula’, alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como “o pior dos governos Lula”. Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove “descaminho” na economia e “está muito mal assessorado”. Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso “acirra” a polarização.

Acirramento

“Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro”, criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

“Parece proposital, para manter a polarização”, analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

“Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)”, afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que “se passa dos limites, pode se tornar incontrolável”.

PEC antidrogas ‘some’, mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, “essa semana nem sequer comentamos”. A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. “Vai passar tranquilo, pode apostar”, crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com “cenário mais adverso”, “aqui vamos ter trabalho”, avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, “não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver.”

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de “inevitável” a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. “Agora vai? Até parece!”, duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia “induzir o leitor” ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: “Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá.”

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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