Artigos e Opinião

Artigo

Sônia Puxian: "Você pode ser jovem para sempre"

Sônia é jornalista

DA REDAÇÃO

14/03/2016 - 02h00
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Na conversa por telefone com uma amiga ela me disse que conheceu numa festa uma senhora muito simpática e vaidosa, aparentando uns 65 anos. Curiosa, ela perguntou a idade e ouviu a resposta: “76 anos”. Surpresa, perguntou qual o segredo dessa jovialidade, e ela respondeu: “Sou calma! Não esquento a cabeça com nada. Deu, deu, não deu, faço outra coisa... Se dizem algo que não gosto, entra por um ouvido e sai por outro”. Ah, e disse também que é muito vaidosa. UAU, gostei de saber disso, muito bom. Então anote aí dois ingredientes básicos para manter a juventude: tranquilidade e vaidade... 

É claro que existem outros requisitos também importantes que contam pontos na hora de conquistar a saúde e a jovialidade: praticar exercícios, caminhar, ocupar a mente com algum passatempo do seu interesse, desenvolver o hábito de leituras saudáveis e alimentar o pensamento com lembranças felizes e bem sucedidas. É um conjunto de ações que vai lhe trazer bem estar.

Outro detalhe oimportante é cultivar amizade com pessoas positivas, alegres, que sabem lidar com qualquer situação que a vida lhe impõem e saem dela com facilidade. Elimine do seu rol pessoas que reclamam muito, desfilam sintomas de doença e mal estar e carregam na “bolsa mental” sentimentos de ira e descontentamneto. UGH!

Você é o seu próprio dono, que determina como vão ser os seus dias, que caminho trilhar e o que esperar dessas escolhas. Lembre-se que o roteiro está em suas mãos e a escolha é só você quem faz. Seja guardião dos seus sentimentos, guarda da sua  saúde, juiz das suas escolhas, depois não adianta reclamar que não deu certo ou não saiu como planejou. 

Quer uma dica para manter-se jovem? Cultive o bom humor em qualquer situação; leve a vida numa boa, olhando o lado bom de cada situação; alimente-se com carnes brancas, legumes, frutas, azeite de oliva e tome um cálice de vinho por dia. E tem mais: cultive amizades sinceras, tenha um hobby que te agrade, viaje para lugares que gosta, leia bons livros e alimente sua mente com pensamentos positivos. Importante: “Afaste-se de pessoas negativas e situações de conflito!”. 

Lembre-se: “Existe uma energia que circunda em todo e qualquer ambiente e é fruto das pessoas que nele estão”. Se a atmosfera estiver saudável, permaneça. Tudo na vida é conseqüência de um conjunto, seja de sentimentos, ações ou pensamentos e essa união é fundamental para que o resultado seja de bem estar. Cuide bem da porta de entrada dos seus sentimentos para que coisas boas entrem e habitem no seu interior. 

Segundo a psicóloga Kátia Cristina Horpaczky, a maioria foca mais nos problemas do que no sucesso: “Por que as pessoas não pensam e não falam a respeito da sua boa sorte e do seu sucesso com a mesma energia que pensam e falam da sua má sorte e de sua frustração? Essa questão sempre pega as pessoas de surpresa. Você acha seus problemas mais interessantes que seus sucessos? Você dá mais espaço para o que está errado do que para o que está certo? Entenda, não é para ignorar os problemas de sua vida ou não reconhecer que algumas pessoas o magoaram. Quero dizer que ao concentrarmos uma grande atenção no sofrimento, ele se tornará mais intenso e isso cria um hábito difícil de ser quebrado”. E a psicóloga diz mais: “Você não precisa pensar o tempo todo nos acontecimentos dolorosos da sua vida. Quando se dá muita ênfase às feridas, elas passam a exercer um poder muito grande sobre você”. Pense nisso!

Preste mais atenção no que você vai armazenar no seu estoque de emoções. Selecione o que é bom e traz satisfação. Ninguém é dono do seu caminho, a não ser você mesmo! Não entregue a o rumo da sua vida nas mãos de outrem, afinal você é o único responsável pelo seu destino e felicidade.  
Seja jovem, seja feliz, seja dono do seu caminho! 

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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