Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender"

Jornalista

Redação

31/12/2016 - 01h00
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O ano chega ao fim e, com ele, muitas lembranças se vão e novos projetos se desenham para o novo ano. Muitas vezes, os planos a serem concretizados não foram completados pela falta de oportunidade ou simplesmente pela impossibilidade de levar adiante sonhos e desejos. Muitos projetos ficaram no papel e o tempo passou rapidamente, deixando a sensação de impotência diante da rapidez com que tudo aconteceu. 

Sonhar é possível e importante! Tudo nasce do sonho, que se transforma em desejo e, por sua vez, se transforma em realidade, mas uma coisa é certa, se você deseja ardentemente realizar algum projeto e ele está dentro das suas possibilidades, ele se torna real, porém, é preciso querer muito e ter em mãos as ferramentas certas para torná-lo concreto.

Tudo tem início na mente e é por meio dela que se chega às consequências finais. Preste atenção em suas ações e analise se elas não se tornaram reais depois de terem sido planejadas e desejadas em seu pensamento. Sonhar é saudável e prazeroso, mas há de se ter planejamento.

Anote aí o que diz o autor David Niven no livro “Os 100 Segredos das Pessoas de Sucesso”: “Se quisesse chegar a um destino desconhecido, você provavelmente escreveria as orientações para não se perder. Mas, quando está planejando o caminho a ser percorrido na sua vida, suas metas e o que precisa para alcançá-las, você provavelmente não escreve nada. Pense nisso – por que você não coloca no papel algumas diretrizes para as jornadas mais significativas, aquelas que vão interferir profundamente na sua vida?”.

O caminho a seguir, as escolhas, o destino final são sempre decididos pelo conjunto das possibilidades que se desenham em sua realidade, de nada adiante sonhar com o impossível e achar que vai se tornar real. Em tudo o que se decide mudar, há de se ter clareza das possibilidades e contar com o fato de que pode ou não dar certo.

“Escrever seus planos, metas e ideias faz com que eles se tornem mais reais para você. Ao escrever, você percebe falhas e descobre outras alternativas em que não havia pensado antes. Cada passo que você dá para definir o que quer e o que precisa fazer para chegar aonde quer aumenta suas chances de realmente atingir seus objetivos”, diz Niven.

Em tudo nessa vida, é preciso ter uma análise aprofundada de cada possibilidade de o sonho vir a se tornar real. Não adianta só planejar e querer, tem de ver se existe caminho.

De todos os erros já praticados ao longo do caminho, o fato de não ter tentado mudar algo ou iniciar uma nova empreitada é visto como fator de arrependimento pela maioria. Diz Niven no livro: “Não deixe de tentar por medo de fracassar. O pior fracasso é não tentar, porque, dessa forma, você nunca atingirá seus objetivos. E, caso sua tentativa não dê certo, terá sido uma chance para aprender e acertar da próxima vez”.

Diante disso, é fácil perceber que perseguir um sonho, ou elaborar um projeto arrojado ou simples, é sempre uma forma de buscar inovação e crescimento na área profissional ou até mesmo social e familiar. Sair da mesmice e lançar-se no desconhecido gera uma sensação de novidade e apreensão pelos resultados que estão por vir.

Que o sucesso, a criatividade e a certeza de que tudo o que é criado com amor e perseverança chega a um resultado feliz e de sucesso te acompanhem a cada passo do novo ano que em breve se iniciará.

Desejo à diretoria do jornal Correio do Estado, aos queridos leitores, à equipe de profissionais competentes e sempre atenciosa deste jornal um 2017 brilhante, repleto de grandes realizações, saúde, amor e prosperidade.

Enquanto eu escrevia esse texto chovia em abundância, sinal de prosperidade... É o que lhes desejo! Como diz a música de fim de ano: “Que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. SUCESSO a todos e infinitas alegriasss...

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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