Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Dinheiro! Quer mais? Lá vai..."

Jornalista

Redação

08/10/2015 - 00h00
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Quando o assunto é dinheiro, todos gostam. E olha que ele é sempre bem-vindo! Há muitos que têm pouco dinheiro, e poucos que têm muito... Então, anote aí algumas dicas para reforçar uma amizade sincera e, quem sabe, duradoura com ele. Em tudo na vida há de se ver a procedência, até mesmo em nossos atos e atitudes. Com o dinheiro, não é diferente. Tudo vai depender da maneira como você se relaciona com ele, desde a sua chegada até a saída. 

O que isso quer dizer? Simples! Se a origem do dinheiro é legítima e verdadeira, o caminho está aberto para ele percorrer muitos quilômetros ao seu lado; mas, se for o contrário, tem prazo de validade. Ugh! O mais curioso é que as pessoas não se dão conta desse quesito tão importante. Preste atenção: “Dinheiro de fonte legal = prosperidade. Dinheiro de fonte ilegal = prazo de validade”. Ou seja, não adianta agir de má-fé, porque a própria situação se encarrega de colocar os pinos no lugar certo. Você já tentou colocar um pino quadrado no espaço redondo? Impossível!

Respeitar o dinheiro é também fundamental. Já se ouviram histórias de pessoas que eram pouco privilegiadas financeiramente, mas não desistiram de ir em busca do dinheiro. Com criatividade, trabalho árduo e dedicação, chegaram lá, cresceram e prosperaram. 

Mas, atenção: “Dinheiro que entra fácil sai fácil também!”; portanto, de nada adianta ter muito dinheiro se não souber administrá-lo corretamente. E, para isso, é  preciso ter discernimento nas horas difíceis e encarar dificuldades como caminho para crescer.

Como diz T. Harv Eker, no livro “Os Segredos da Mente Milionária”: “O segredo do sucesso não é tentar evitar os problemas nem se esquivar deles, mas crescer pessoalmente para se tornar maior do que qualquer adversidade”. É imprescindível que as pessoas saibam que nem tudo é fácil e que o dinheiro não aparece num passe de mágica. Diz ainda o autor: “Numa escala de um a dez, imagine-se uma pessoa dotada de força de caráter e determinação de nível dois enfrentando um problema de nível cinco. Essa dificuldade lhe parece grande ou pequena? Olhando do nível dois, um obstáculo de nível cinco há de parecer um grande problema”. E completa: “Agora imagine que você se aprimorou e a sua força de caráter atingiu o nível oito. Esse mesmo problema de nível cinco se mostra grande ou pequeno aos seus olhos? Como num passe de mágica, ele se transformou num probleminha”. 

Quando estiver atravessando dificuldades, não permita que isso atrapalhe seus objetivos. Veja o que diz o autor: “Quanto maiores forem os problemas com os quais você lidar, maior o negócio que será capaz de conduzir; quanto maior o número de funcionários  que você administrar, maior a quantidade de clientes que poderá atender; quanto maior o universo de clientes que você atender, maior o montante de dinheiro que conseguirá controlar e, finalmente, maior a fortuna que terá capacidade de acumular”. E agora preste atenção nesse trecho do livro: “Pense em você como o seu próprio recipiente de riqueza. Se ele é pequeno e a sua fortuna é muito grande, o que acontecerá? O recipiente vai transbordar e o excesso de dinheiro cairá pelo lado de fora. Não se pode ter mais dinheiro do que cabe no próprio recipiente. Portanto, você terá que crescer até se tornar um recipiente amplo, capaz não apenas de guardar, mas de atrair mais fortuna”. Viu só? 

Para finalizar, quero registrar comentários de leitores assíduos que apreciam meus textos. Disse um leitor, ao me encontrar casualmente no elevador: “Você tem o dom natural da palavra, tem que escrever sempre!”. E a leitora comentou: “Jornalista número 1. Parabéns! Escreve com muita propriedade e eu adoro ler seus textos, mesmo assuntos conflituosos tornam-se leves com sua habilidade de escrever”.

Tenham ótimos dias e muito SUCESSO...

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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