Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Desabafar nem sempre resolve"

Jornalista, Membro da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Campo Grande – MS

Redação

18/01/2015 - 00h00
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Sabe de uma coisa? Essa história de desabafar e ficar falando coisas desagradáveis a toda hora não leva a nada. Você já reparou que quando você fala coisas negativas você revive aquele momento ruim? Isso faz mais mal do que bem. O correto é falar uma única vez, se possível corrigir e deletar.

Bater na mesma tecla não resolve, não leva a nada e faz mal ao seu coração, que desperdiça a oportunidade de se apegar a algo melhor e amar as coisas boas da vida. Volte o seu olhar e atenção para as coisas grandiosas, positivas, que trazem crescimento, alegria e paz para a alma. Essa chance você tem, por que desperdiçá-la?

Como diz Nathaniel Branden: “Quanto mais inteligente somos, maior o nosso potencial de conscientização, mas o princípio de viver conscientemente continua o mesmo, independente do nível de inteligência. Viver conscientemente significa estar cônscio de tudo o que afeta os nossos atos, propósitos, valores e metas, e comportar-se de acordo com o que vemos e sabemos”. Que tal selecionar o que vemos e sabemos? Esse poder é  somente seu, ninguém pode interferir ou impedi-lo de agir da maneria como achar melhor. Use a inteligência a seu favor.

Coisas boas da vida

Lembre-se, o amigo verdadeiro amigo é alguém que está sempre ao seu lado, em qualquer circunstância. Essa é também uma das coisas boas da vida. Pronunciar o seu nome traz bem estar e é muito bom. Dá um certo conforto e segurança saber que temos alguém que é como se fosse da família, presente em qualquer situação. Se tiveres encontrado um amigo verdadeiro conserva-o, pois ele vale muito.  

Entre tantas coisas boas da vida está a possibilidade de se fazer escolhas e isso ninguém pode fazer por você, a menos que queira. Se você “se ama de verdade” preste atenção nas coisas que te fazem bem e cultiva-as. A começar pela sua saúde: “modere a alimentação, pratique exercícios, leia bons livros, cultive amizades positivas, faça do seu trabalho um local de prazer  e não de dever”. 
Atue a seu favor

E mais, anote aí o que diz Louise Hay em seu livro “Aprendendo a Gostar de Si Mesmo”, e tire proveito dessas palavras valiosas: “Quando fazemos afirmações positivas a nosso respeito, estamos abrindo espaço para que as energias do Universo fluam através de nós. Então, fazer afirmações positivas é uma das melhores formas de tratar-se com bondade, porque elas têm o poder de levantar em vez de derrubar”. Atue a seu favor e seja feliz! Amar-se de verdade nem sempre é fácil, pois muitas vezes somos atraídos por conversas negativas e situações de conflito que tiram a paz e trazem mal estar. Elimine isso do seu caminho!  

Não perca tempo comentando situações desagradáveis e espalhando coisas ruins ao redor. O bom humor é uma forma de afastar as preocupações que ocupam o seu pensamento e dissipar as nuvens da preocupação. Que tal cultivar o lado mais humorado da vida e deixar passar as nuvens... O sono rejuvenesce.

E pra completar o dia na hora de dormir prepare o seu corpo para uma noite tranquila e bem dormida. O sono rejuvenesce, repara o desgaste de um dia de atividades e regenera os órgãos. Prepare-se para um sono reparador: “Tome um copo de leite quente ou mesmo um banho aquecido antes de deitar-se, essa ação leva ao cérebro a mensagem de que é hora de dormir. Se preferir uma leitura amena, isso também estimula o sono. Faça a sua escolha e durma bem”.  

O ano está dando seus primeiros passos e com ele desenham-se novos projetos, novas ideias e novas aspirações. Faça uso dos primeiros passos do novo ano para renovar e multiplicar as coisas boas do ano que passou e eliminar as que não deram certo. Fique focado naquilo que pretende realizar e siga em frente. Este texto foi inspirado frente ao mar entre uma onda e outra enquanto eu apreciava a natureza com toda sua exuberância, na Praia das Pitangueiras no Guarujá.

Que 2015 seja o dono de um caminho feliz, a resposta para suas aspirações, a companhia para sua alegrias, o bom mestre para realizar seus novos projetos e o amigo fiel de todas as situações.  
Sejam felizes, sempre...

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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