Artigos e Opinião

ARTIGO

Sônia Puxian: Amor e bom humor ou "umor" e bom "hamor"

Jornalista.

Redação

01/07/2015 - 00h00
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Epa! Tem coisa errada, umor se escreve com “H” e hamor sem “H”. Eu sei disso, mas é uma maneira de brincar com as palavras, afinal elas são a base de tudo em nossa vida. Com ela fazemos contratos, convites, textos, reportagens, mensagens, falamos de amor, humor, assunto sério, e tudo mais, portanto façamos uso dessa ferramenta que movimenta o mundo, informa a sociedade a respeito de tudo o que acontece em todos os setores do seu dia-a-dia.  

E já que as palavras traduzem o nosso estado de espírito e emoções, que tal reservar uma parte do seu dia para utilizar o bom humor? Saiba que ele tem um papel importante na sua rotina e está sempre esquecido. Você já parou pra pensar na série de responsabilidades que a sua agenda de compromissos lhe impõe? Não é pouca coisa não: trabalho, compras, crianças, casa, cozinha, escritório, contas a pagar, trânsito e por aí vai... Se você ficar preso só nisso não vai dar conta do recado, e de sobra vai se esgotar depois de um tempo mergulhado insistentemente no cumprimento dessas funções.   

Já que a situação é essa, pare um pouco e distribua as suas tarefas deixando um espaço de tempo para descarregar o peso das obrigações que aumentam na lista de espera, à espera de serem cumpridas. O bom humor é uma ferramenta que pode aliviar a tensão e trazer benefícios. Leia alguma coisa engraçada, faça uma pausa e tome um cafezinho sem comentar assuntos desagradáveis, faça uma rápida caminhada no intervalo das suas tarefas, coma um docinho, um chocolate, hummm... E isso vai tornar o restante das tarefas mais leves e fáceis de serem finalizadas. 

Mergulhar fundo no trabalho e ficar tenso com todos os problemas que eles te transferem não vai te ajudar muito, e no final do dia você vai se perguntar: “Até quando?”. E as férias nem sempre conseguem sanar essa dívida de tensão que o trabalho acumula e que você vai levando, levando... E olha que férias também são tumultuadas. Então que tal começar a fazer um pouco a cada dia para aliviar a sobrecarga? 

Pare e procure alguma coisa engraçada para se entreter. Esses dois itens “amor e bom humor” são ingredientes fundamentais para você levar no seu dia-a-dia na pasta do trabalho e até mesmo quando estiver em casa. Nos intervalos, brinque com as pessoas, faça gracejos, e ao finalizar o dia evite falar de problemas do trabalho e levar preocupações para dentro do lar. Problemas sempre existiram, mas cabe a você deixá-los da porta para fora tanto do trabalho, quanto de casa. E quando tiver de resolvê-los não dedique tanto tempo nessa questão, mas dê uma solução rápida e simples, caso possível, ou então não fique trazendo à tona o mesmo assunto, a toda hora. 

Só pra descontrair, lá vai uma pitadinha de bom humor: “Certa vez duas amigas conversavam animadas e num dado momento uma delas ficou séria e confidenciou: ­­ “Meu marido me trata feito cachorro”. – Por quê? Perguntou a amiga assustada, ele te maltrata? “Não, respondeu a outra, ele quer que eu seja fiel”. 

E assim vai... É sempre bom fazer uma pausa para um lanche no meio da tarde e ao final do expediente fazer uma caminhada, nem que seja por 15 minutos, para relaxar e descontrair. O ideal é dedicar-se à caminhada 90 minutos por semana, que podem ser distribuídos em dois dias de 45 minutos, três de 30, ou seis de 15, a opção é sua. 

Lembrete: Coloque no pensamento coisas agradáveis e lembre-se dos momentos felizes que você viveu, nada de remoer problemas do trabalho ou de família. Resultado? Você vai sentir-se bem e de sobra vai colocar seu corpo em dia com a saúde. 

E agora anote aí: “Se você fizer a junção do amor e bom humor muita coisa pode mudar para melhor”. O amor supera tudo e resolve muitos impasses. Dificilmente alguém deixa de retribuir o amor que recebe, ele á a porta te de entrada para a saída de muitos problemas. Como diz a frase de minha autoria: “Amar é entregar-se, integrando-se! Isso quer dizer que quando algo é entregue com amor, integra-se a quem o recebe”. O seu amor sempre volta, e muitas vezes multiplicado. Você já amou hoje? Use e abuse desse item tão benéfico em sua vida.  
Só pra registrar, meu lema é:
 “Amor e bom humor, ou umor e bom hamor!”.
Tenham dias felizes é ótimos momentos.

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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