Artigos e Opinião

ARTIGO

Sônia Puxiam: "Zigue-zague, zigue-zague, zigue-zague. Ops! Não deu..."

Jornalista

Redação

08/07/2016 - 02h00
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Ufa! Cá entre nós está muito difícil andar de carro pelas ruas e avenidas de Campo Grande.  Impossível desviar dos buracos sem cair em outro e até mesmo correr o risco de bater no carro ao lado.

Andar normalmente não tem condições porque a quantidade de buracos pelo caminho está arruinando os amortecedores, suspensão e rodas dos carros que se embaraçam pelo zigue-zague que têm que efetuar ao longo de cada rua e avenida. Uma pena que tenha chegado a esse ponto de difícil recuperação.  

E é assim ao longo do percurso porque tem que se diminuir a velocidade para não cair no erro de distraidamente cair num buraco fundo... E olha que já tem carros que tiveram suas rodas danificadas e até quebradas tamanha a violência do impacto no buraco, principalmente se estiver em alta velocidade. É uma batida seca, dura e com consequências graves para o carro.

Algumas vezes tem se visto um serviço de recapeamento em alguns buracos, apenas alguns, porque fechar todos vai ser impossível. Alguns deles já ocupam esferas grandes onde fica quase impossível desviar, porque senão vai ter que invadir o espaço do carro ao lado podendo até causar uma colisão. E aí: zigue-zague, zigue-zague. Ops! Não deu.... Caí no buraco.

Triste panorama da linda Cidade Morena, arborizada, alegre, com boa qualidade de vida, pôr de sol sem igual, povoada por pássaros, araras e tucanos que dividem o espaço com os moradores da cidade, fazendo seus ninhos entre as casas, tudo isso meio que perdido no panorama sombrio e indigesto das ruas esburacadas. 

Ao que parece a solicitação por remendo urgente e recapeamento em vias ainda não asfaltadas aguardam resposta, e o cidadão permanece na sua rotina diária de ida e vinda ao trabalho, ou qualquer outra atividade exercendo o que já se pode se chamar de jogo do zigue-zague. 

Além de dirigir é necessário ter cuidados redobrados para evitar os buracos, e olha que não é tarefa fácil porque se desviar um minuto sequer a atenção o motorista é surpreendido pelas surpresas do caminho. 

 Abandono? Falta de verba? Qual será o motivo dessa situação ter tomado tão larga proporção. É apenas uma pergunta. Linda Cidade Morena o seu povo te ama e te quer arrumada, elegante, esbanjando bem-estar para proporcionar ao seu povo momentos felizes. A sua gente é trabalhadora, hospitaleira, bonita, lutadora, educada, gentil e merece mais carinho e cuidados para ficar completa. 

É claro que algumas vias estão recebendo asfalto e os moradores estão felizes, é evidente que não dá pra atender todos, mas o centro merece uma atenção redobrada e urgente. É por lá que trafegam milhares de motoristas o dia todo, portanto necessita urgência.  

Ainda há de chegar o dia em que as pessoas irão comemorar dizendo: “Que bom, acabaram-se os buracos e os carros estão recuperados desse desgaste diário. Tomara que esse dia chegue logo e que esses momentos difíceis caiam no esquecimento... 

 

EDITORIAL

O paralelo entre o consórcio e a Enel

A greve dos motoristas de ônibus, motivada pela incapacidade financeira do concessionário de honrar os salários de seus empregados, é o fundo do poço de um contrato problemático

18/12/2025 07h15

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A população de Campo Grande caminha para viver uma semana lamentável na prestação de serviços essenciais, em especial no transporte público.

A iminência de paralisações, a insegurança sobre a continuidade das linhas e o desgaste cotidiano enfrentado pelos usuários expõem, de forma escancarada, um sistema que já vinha dando sinais claros de esgotamento. O que se vê agora não é um episódio isolado, mas o ápice de uma crise que se arrasta há anos.

A greve dos motoristas de ônibus, motivada pela incapacidade financeira do concessionário de honrar o pagamento dos salários de seus empregados, representa o fundo do poço de um contrato problemático.

Um contrato que resulta em um serviço aquém do esperado, marcado por frota envelhecida, atrasos constantes, superlotação e uma satisfação baixíssima da população. Quando trabalhadores deixam de receber e usuários ficam sem transporte, fica evidente que o modelo fracassou.

A situação revelada durante a greve escancara uma verdadeira falência contratual. Não se trata apenas de um colapso financeiro, mas também de uma falência de credibilidade junto aos usuários, às instituições e ao próprio poder concedente.

O paralelo com a crise vivida pela concessionária de energia elétrica Enel, em São Paulo, é inevitável. Assim como ocorreu no setor elétrico paulista, o problema deixou de ser apenas técnico ou pontual e passou a comprometer a confiança no serviço prestado e na capacidade de resposta da concessionária.

A demonstração mais clara desse cenário lamentável foi a intervenção da Justiça no Consórcio Guaicurus, decidida nesta semana. Ainda que se discuta se a intervenção será, de fato, efetivada ou em que moldes ocorrerá, o simples fato de o Judiciário ser chamado a intervir já evidencia a gravidade da situação.

Quando contratos de concessão chegam a esse ponto, é sinal de que todos os mecanismos de fiscalização e correção falharam ao longo do caminho.

Independentemente do desfecho jurídico, o que se impõe é a necessidade urgente de mudar a forma de prestar o serviço de transporte público em Campo Grande. Não se resolve um problema estrutural com medidas improvisadas, paliativos ou decisões baseadas em achismos.

É indispensável uma ampla revisão do modelo, com estudos técnicos consistentes, um desenho financeiro sustentável e metas claras de qualidade e eficiência.

Há cerca de dois anos, o governo do Estado, que tem acumulado experiência em parcerias público-privadas, dispôs-se a auxiliar o Município na busca por soluções. Não está claro, até agora, se essa ajuda foi efetivamente buscada ou aproveitada pela administração municipal.

O fato é que oportunidades de cooperação técnica e institucional não podem ser desperdiçadas quando está em jogo um serviço essencial para a vida urbana.

O que está absolutamente claro é que algo precisa ser feito – e com urgência. Mais do que uma greve de motoristas, a situação vivida nesta semana é um grito coletivo por melhoria do transporte público.

É o clamor de trabalhadores que querem receber em dia, de usuários que exigem dignidade e de uma cidade que não pode continuar refém de um sistema falido. Ignorar esse alerta é condenar Campo Grande a repetir, indefinidamente, os mesmos erros e as mesmas crises.

ARTIGOS

Greve de ônibus em Campo Grande expõe falhas de gestão e fragilidade institucional

Quando um serviço essencial entra em colapso, evidencia-se a ausência de planejamento, de fiscalização eficiente e de mecanismos de mediação capazes de prevenir crises que afetam diretamente a vida da população

17/12/2025 07h45

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A greve de ônibus em Campo Grande vai além de um impasse pontual entre trabalhadores, empresas e poder público, ela escancara a precariedade da gestão atual e a fragilidade das instituições responsáveis por garantir a prestação adequada dos serviços públicos.

Quando o transporte coletivo – um serviço essencial – entra em colapso, evidencia-se a ausência de planejamento, de fiscalização eficiente e de mecanismos de mediação capazes de prevenir crises que afetam diretamente a vida da população.

As instituições que deveriam zelar pela entrega de valor à sociedade falham ao permitir que conflitos previsíveis cheguem a esse nível. A gestão pública, ao não exercer seu papel regulador com firmeza e transparência, transfere para o cidadão o custo da ineficiência administrativa.

A falta de diálogo estruturado, de contratos bem fiscalizados e de políticas de mobilidade consistentes cria um ambiente de instabilidade permanente, no qual greves se tornam recorrentes e quase naturalizadas.

O impacto econômico é imediato e amplo. Trabalhadores enfrentam dificuldades para chegar aos seus empregos, empresas perdem produtividade, o comércio registra queda no movimento e serviços essenciais operam de forma precária.

A economia como um todo sai perdendo, pois a interrupção do transporte coletivo afeta cadeias produtivas inteiras e aprofunda desigualdades, penalizando principalmente quem depende exclusivamente do ônibus para se deslocar.

Além disso, a paralisação traz consequências diretas para a saúde e o bem-estar de todos. Com a dificuldade de deslocamento, equipes responsáveis pelos serviços de asseio e conservação também são prejudicadas, resultando em deterioração das condições sanitárias em diversos ambientes, como escolas, supermercados, condomínios, etc.

Esse cenário favorece a proliferação de doenças, aumenta riscos ambientais e compromete a qualidade de vida.

Mais grave ainda é o prejuízo à cidadania. O direito de ir e vir é comprometido, assim como o acesso a serviços básicos, e a população passa a perceber o Estado como incapaz de cumprir sua função básica de garantir serviços públicos de qualidade.

Isso corrói a confiança nas instituições e reforça a sensação de abandono e descrédito na gestão pública.

A greve de ônibus, portanto, não deve ser vista apenas como um problema trabalhista ou operacional, mas como um sintoma de falhas estruturais.

Superar esse cenário exige uma gestão mais profissional, instituições fortalecidas, transparência nos contratos e um compromisso real com a entrega de valor ao cidadão. Sem isso, crises semelhantes continuarão a se repetir, com custos sociais, econômicos e sanitários cada vez mais elevados.

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