Vivemos momento gravíssimo e por isso acredito que não devemos nos dar ao “luxo” da preguiça ou “não gostar da política” para não ficarmos indignados com o abuso com que agiu a maioria dos que compõe a Câmara Federal. Desfiguraram, na calada da noite, as 10 propostas contra a corrupção. A Câmara ainda treme de medo com a delação dos donos da Odebrecht e de seus diretores que apontam centenas de deputados e mais senadores envolvidos na corrupção. Alguns com a certeza de que serão denunciados e outros que acham que podem ser citados também e por precaução atropelaram a proposta de 2.400 milhões de pessoas que assinaram a proposta de limpeza ética da vida brasileira.
Agora, aumenta o número de indignados com a Câmara Federal, que se aproveitou indignamente da co nsternação nacional pelo desastre da chapecoensse na Colômbia. Enquanto o povo estava estarrecido com a tragédia na Colômbia com a morte de brasileiros e outras nacionalidades, os deputados travestiram-se de acusados a acusadores contra o Ministério Público e a Magistratura brasileira. Não permitiram que o povo pudesse discutir os desvirtuamentos criados pelos deputados.
Tentaram justificar o inaceitável. Deputados e o senador Renan, deu-se o direito de tentar defender a decisão da Câmara porque vai ao encontro de sua tese-defensiva da própria pele. Renan tem 12 pendências no STF, sendo que uma delas desde 2007 rolava por aquela Corte: agora ele é réu. Tentaram impedir que o Ministério Público reclamasse contra a radical modificação das 10 propostas do povo contra a corrupção. Ora, o Ministério Público, constitucionalmente, é o legítimo representante da sociedade. É interessante observar que o redator da tratoragem na Câmara, foi o deputado Weverton Rocha, e no Senado, o presidente Renan Calheiros é quem ajuda na desfiguração das chamadas dez medidas de combate à corrupção. Os dois estão sob as mãos da justiça.
Renan é réu. Apesar disso, e a despeito de recente decisão do STF que impede autoridade na condição de réu esteja na linha sucessória da Presidência da República, o STF decidiu que Renan continua na presidência, mas fora da linha sucessória. O senador Renan continua na presidência do Senado, ainda como réu no STF e sub judice em 11 processos, sendo oito originários na Lava Jato.
Quantas vezes o vício da esperteza colocou o país na desgraça? Tudo por ambições pessoais que são mostradas aos desprecavidos como “soluções patrióticas...” Agora é a hora de livrarmos ou diminuirmos, ao suportável, a “esperteza” no Brasil. Esperteza que se torna sinônimo de corrupção que é responsável pelo empobrecimento, e milhares de mortes no Brasil e que minimizam a vida pública a constantes abusos que só servem a ambições desmedidas. Assim, os envolvidos devem ser punidos pela Justiça, mas também precisam receber a punição da opinião pública, não sendo votados em 2018.
A mobilização popular é imprescindível, nesta hora, com os olhos para nossos problemas, motivações e sofrimentos. A demagogia e má vontade da Câmara e do Senado finge querer apoio popular através de sugestões, mas as desaprovam de maneira irracional e vira as costas a quem os elegeram. Fingem-se insultados aos apelos do povo e repele as sugestões populares..
O povo retirou-lhes a sustentação que é o voto para 2018. E isso acaba de receber reforço, embora liminar, na sentença do ministro Luiz Fux do STF que anula todo o processo que descaracterizou as “10 medidas contra a corrupção”. Confiante na justiça lhe dou bom dia, bom dia pra você.