O STF precisa entender que o povo brasileiro não quer ser tutelado, falsamente protegido, enquanto ele, povo, não tem seu próprio direito de livre escolha reconhecido. O STF tem que entender que sua obrigação é praticar a Justiça e que a Câmara Federal e o Senado, estes, sim, são Legisladores. Ao STF não cabe a função de “remédio” preventivo legiferante, pois em nome da “prevenção” muitos males podem se perpetrar em “nome de boas intenções”. E esse tema, embora possa parecer sem importância, é de interesse nacional intransferível. A responsabilidade é nossa como cidadãos eleitores. E o legislador da brasileira e do brasileiro é o Congresso Nacional. Eleitores são pessoas maiores de idade e o sistema democrático nos permite errar para tentar acertar, sobre nossas próprias custas. Essa introdução é um alerta sobre a operação que o STF, por meio do ministro Roberto Barroso, resolveu decidir sobre a liberação da droga no Brasil.
A “fracassomania” de achar que os outros poderes não têm condições de resolver problemas que, constitucionalmente, são de sua responsabilidade é um mal sinal de “supremomania”. Não é certo querer afirmar que o Congresso é imprestável por ter deputados e senadores de condutas criminosas. Maus exemplos existem em todos lugares e até instituições. Cumpra-se o ordenamento jurídico e vejamos aonde vai dar, sem receio. Como se fazer justiça com preconceito? Não se pode decidir que o insucesso dos outros vai acontecer, sem antes se tentar. O sucesso é resultado da vivência, e não de preconceito.
Apesar dos pesares, o Brasil avança. Exemplo? As ações exemplares da Lava Jato e as decisões específicas do juiz Sérgio Moro. No ano passado, quem adivinharia que a Lava Jato, mais do que as decisões do STF, avançaria tanto e positivamente nesse primeiro semestre?
Alguém honestamente pode acreditar que os traficantes do asfalto, morro, viela ou mula vão se conformar, numa boa, com a liberação da droga? Ou acredita que esses meliantes vêm com tudo contra a sociedade para não perder o mercado da droga? Teremos ou não uma gigantesca guerra de “nova corrupção” no Brasil e com muito mais sofisticação para sistematizá-la?
Os três poderes da República estão alienados da realidade da grande maioria do povo brasileiro. E parte disso está cravada nas mordomias. As pessoas, autoridades ou não, precisam ter remuneração justa que lhes garanta vida digna e até alegre, compatível com o cargo. A ideia é acabarem as mordomias e penduricalhos que levam à corrupção e desmoronam a população em sacrifícios inacreditáveis. As autoridades mordomizadas sentem-se como se vivessem nas nuvens das facilidades, sem ter que pagar conta de luz, de água, aluguel ou prestação de uma casa, telefone e/ou celular, empregado ou diarista, comida e ração para o cão e/ou bichano, veterinário, ônibus para ir ao médico e dentista do SUS. Pagando bem as autoridades, estará criado e mantido um convívio saudável entre trabalho e trabalhador. Afinal, se as polícias “greveiam” ou tentam “greveiar” é porque têm o que reivindicar. Deputados, senadores, ministros e governadores só não entraram em greve, ainda, porque não têm por que. Não têm bandeira de reivindicação.
Se uma pessoa trabalha sério, é honesta, cria e educa bem seus filhos, é um bom marido ou solteiro cumpridor de suas obrigações e é um cidadão ordeiro, ela já trabalha por um mundo melhor. Mas a esquerda coletivista, aquela que vive de discursos abrangentes sem objetividade prática, discorda: para essa esquerda, os que discordam da “discursama” vazia são “coxinhas”, “burguês”, a “classe média fascista”.
Pela ótica bizarra dessa esquerda volátil, o maconheiro ou fumante de crack que vive falando sobre como ama a liberdade e defende “os de menor”, mas não os liberta dessa vida, é muito superior. Ajuda a sustentar traficantes, mas depois diz que o traficante é vítima da polícia “fascista”, por ser negro e pobre, e se acha o melhor sujeito que já pisou na Terra. Senhores ministros do STF, pensem, pisem no chão da realidade para vivê-la, mas não espezinhá-la. Com fé, amiga e amigo, dou-lhe bom-dia, o meu bom-dia pra você.