Acredito que milhares de leitores (as) de o CORREIO DO ESTADO, edição dominical do dia 11, leram a entrevista capitaneada pela jornalista Cristina Medeiros concedida pelo governador Reinaldo Azambuja. Da leitura qual a conclusão que dela levantaram, positiva ou negativa?
Todos, ou boa parte dos assíduos leitores de nosso vanguardeiro Diário, conhecem as minhas convicções políticas e partidárias sedimentadas em mais de sessenta e cinco anos de militância nessa buliçosa área de tantos embates ideológicos, doutrinários ou mesmo de opções oportunistas – à estas opções sou avesso. Se me disponho a escrever nesta coluna sob o pensamento do governador expresso na entrevista, é por convencimento de que ela, na largueza dos conceitos emitidos, deram a feição autêntica de sua personalidade.
Diante de uma jornalista de aguda sensibilidade profissional, Reinaldo Azambuja portou-se com a estatura de um homem público consciente da importante missão que lhe foi delegada pelos seus concidadãos. De começo, ao comentar a data histórica da implantação de nosso Mato Grosso do Sul como unidade federativa, bem situou-se ao enfatizar que com a divisão territorial de Mato Grosso, criou-se duas células vitais para o desenvolvimento econômico, social e político do Brasil, numa região como a do Centro Oeste, estratégica sob o ponto de vista da geo-política nacional.
Diria que a Divisão, premonição e ação real de vultos como Jango Mascarenhas, Bento Xavier e outros divisionistas ainda no final do século XIX, acreditando-a possível, e após por mais de sete décadas por outros idealistas, tantos o foram, concretizou-se num desejo cívico insopitável. Recordando de todos de igual mérito lembro do nome hoje histórico de Paulo Coelho Machado, último presidente da Liga Sul Mato-grossense.
Ao responder as indagações de Cristina Medeiros, o Governador alargou-se por vários temas que aguçam de preocupações em todos nós sul-mato-grossenses diante do quadro aflitivo a que o desequilibrado governo central levou ao abismo financeiro, econômico e de insegurança às nossas instituições. Mutatis mutandis foi claro quanto positivo sobre como recebeu de seu antecessor a nau do Estado. Sobre tais temas, Reinaldo Azambuja não rodeou o toco. Não escondeu a realidade, porém delineou a direção que escolheu para equacionar a solução dos problemas que desafiam a sua condição de timoneiro. Abriu horizontes, reafirmou seu propósito expresso em seu programa “Pensando MS”, aliás aclamado no pleito eleitoral.
Ao responder a ácida estocada arguta jornalista, Reinaldo foi candente, positivo – diria eu, lembrando Che Guevara, “mas com ternura” - mostrou a situação preocupante com que recebeu os negócios do Estado, inclusive com surpresas de fatos novos, ex não expostos nos dados oficiais enjaulados num “pacote de bondades”, claramente com o propósito maquiavélico de engessar o novo governo estadual. Sendo firme na resposta, mostrou o governador equilíbrio político e que a poeira do passado não o impediria de cumprir com exação profícua a sua meta de governar.
Afirmo, com estamento nas difíceis condições econômicas, políticas e sociais que o País atravessa atingindo todos os setores vitais de nossa comunidade nacional, a entrevista do Governador foi positiva. Se valor maior não apresenta, tem o condão máximo de manter a confiança que temos de um governador consciente do uso com prudência, serenidade, equilíbrio é essencial para quem, como ele, está investido do munus público.