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Ricardo Ayache: "Muito mais que um hospital"

Médico cardiologista e presidente da Cassems

Redação

10/10/2017 - 02h00
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O Hospital Cassems Campo Grande completa o seu primeiro ano de funcionamento e está cada vez mais bem preparado para enfrentar os desafios da medicina no século XXI.

Muito mais do que um hospital, a nossa unidade tornou-se referência em saúde, combinando alta tecnologia com humanização do atendimento.

Ao mesmo tempo em que foi o primeiro hospital a implantar uma sala cirúrgica de telemedicina em Mato Grosso do Sul, que com tecnologia inédita possibilita a profissionais de outros lugares do Brasil ou do mundo acompanharem procedimentos, também instituiu protocolos que priorizam a garantia de assistência e atendimento mais humanizados, com qualidade, eficácia, ética, efetividade e segurança.

Sabemos que a inovação tecnológica, a telemedicina e a robótica fazem parte de um caminho que só evolui, mas passos tão avançados não podem estar desconectados de um atendimento diferenciado, por isso temos como foco o cuidado centrado no paciente, desenvolvendo terapia individualizada, fazendo acompanhamento médico, social e psicológico de forma integrada e garantindo a convivência familiar.

Esse diferencial está presente em todo o processo de atendimento, desde o acolhimento do paciente, a internação até a alta hospitalar. 

Além de uma equipe altamente capacitada e treinada, o Hospital Cassems mantém intercâmbio de conhecimento com diversos centros de excelência do País, reconhecidos internacionalmente, o que possibilita a especialização permanente dos nossos profissionais. 

Assim, o nosso diferencial não está apenas na tecnologia de ponta, nos 14 mil m² de área construída, na estrutura do tipo hotelaria, nos 111 leitos, nas salas cirúrgicas informatizadas e dotadas de equipamentos de última geração para diagnósticos avançados e tratamentos de média e altas complexidades, está principalmente na busca permanente da garantia de assistência integral aos pacientes, ultrapassando o atendimento burocrático e em larga escala, e os muros da unidade, inclusive.

Por tudo isso, fomos o primeiro hospital de Mato Grosso do Sul a receber o selo de certificação do Instituto Latino-Americano de Sepse.

Nestes doze meses de funcionamento, contratamos cerca de 500 profissionais e temos um corpo clínico aberto, que conta com 500 médicos cadastrados, os quais realizam atendimentos e procedimentos em diferentes campos e especialidades, que vão da clínica a mais alta complexidade, como nas áreas de neurologia, cardiologia e oncologia. No primeiro ano,  já computamos mais de 200 mil atendimentos.

Esses números ganham outra dimensão quando associamos a eles o afeto.  Por essa razão, adotamos como lema “cuidar com afeto tem mais efeito”, e investimos para que nascessem iniciativas como o Plantão da Alegria, voltado para crianças, o Projeto Literatura Cura, que traz para dentro da nossa unidade poemas, contos e histórias únicas, e o Projeto Almofadas do Coração, que atende mulheres com câncer.

Além de diagnósticos precisos, tratamento clínico e cirúrgico corretos e eficazes, queremos que nossos pacientes tenham melhor qualidade de vida e acesso a ações que amenizem o seu sofrimento na dimensão emocional. Assim, cuidamos do corpo e da alma dos nossos pacientes.

Trilhando esse caminho, já alcançamos excelentes indicadores e obtivemos 95% de aprovação dos nossos beneficiários, de acordo com o Instituto Companhia da Pesquisa.

Esses resultados nos impulsionam a investir cada vez mais no oferecimento de novos serviços e especialidades, visando ampliar as nossas ações na promoção da saúde, no diagnóstico avançado, no tratamento, na cura e na melhora da qualidade de vida dos nossos pacientes. 

Esse é o nosso presente para todos os sul-mato-grossenses quando o Estado comemora os seus 40 de autonomia administrativa. Finalizo invocando o pensamento de William Shakespeare: “Não se deixe levar pela distância entre seus sonhos e a realidade. Se você é capaz de sonhá-los, também pode realizá-los”. O Hospital Cassems Campo Grande é uma prova disso. 

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Tarifa social é tendência global

10/04/2024 07h30

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À medida que avançamos em 2024, é notável o aumento no número de cidades brasileiras adotando políticas de tarifa social no transporte público. Este movimento marca um avanço significativo na busca por uma mobilidade urbana mais inclusiva.

Um levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostra que o país tem 103 municípios, distribuídos por 14 estados e o Distrito Federal, que aderiram à prática, seja de forma universal (sete dias por semana), em dias específicos (aos domingos, por exemplo) ou para grupos em particular (como idosos, pessoas com deficiência e estudantes). São Paulo e Minas Gerais lideram a lista, com 29 e 26 municípios, respectivamente.

Vem crescendo o debate e as iniciativas que visam democratizar a mobilidade para o exercício da cidadania e a participação da vida política e cultural da cidade. No Enem 2023, 15 capitais do país ofereceram transporte público gratuito para garantir o acesso de todos os candidatos à prova. No segundo turno das Eleições 2022, 13 estados e o Distrito Federal também deram passe livre para os eleitores. No ano passado, Campinas (SP) deu exemplo no “Dia D” de vacinação de crianças e adolescentes, facilitando o acesso à saúde por meio da tarifa social.

Essas tendências respondem a um desafio crítico de mobilidade urbana, exacerbado pelo crescimento no uso do automóvel privado e pelo subfinanciamento do transporte público, levando a um aumento dos congestionamentos, da poluição e da desigualdade social, como aponta o pesquisador e jornalista pós-graduado pela PUC/SP, Daniel Santini, no livro “Passe Livre: as Possibilidades da Tarifa Zero contra a Distopia da Uberização”.

Só na cidade de São Paulo, o trânsito perdeu 1 bilhão de passageiros nos ônibus entre 2013 e 2022. Buscando atrair a população de volta ao transporte coletivo, a prefeitura criou a iniciativa “Domingão Tarifa Zero”, que dá gratuidade às viagens de ônibus aos domingos, no Natal, em 1º de janeiro e no aniversário da cidade (25 de janeiro). Com o slogan “Explore, descubra, viva São Paulo”, o governo espera ampliar o acesso ao lazer e contribuir para a economia do município. No primeiro domingo com isenção de tarifa, o número de passageiros em São Paulo aumentou 35%, de acordo com dados da prefeitura.

Tallinn, capital da Estônia, é um ótimo exemplo de implantação de tarifa social, que varia de preço conforme o tempo que o passageiro pretende usar o transporte e também das atividades que pretende realizar. Com € 2 é possível utilizar o transporte público por uma hora. Pagando € 5,50, esse período aumenta para 24 horas, e por € 30, garante-se 30 dias de transporte. A tarifa mais cara (Tallinn Card, por € 78) inclui 72 horas de transporte e entrada gratuita em todos os museus e pontos turísticos da cidade.

Estudos econômicos sugerem que a tarifa social, quando bem implementada, pode ajudar a equilibrar o sistema de transporte público, ao moderar a demanda e incentivar um uso mais racional do sistema. Além disso, análises de sistemas de transporte em cidades europeias, como Tallinn, revelam que a tarifa social, não apenas aumenta o acesso ao transporte, mas também contribui para uma melhoria geral na qualidade do serviço. Além disso, essa associação benéfica a outros setores da cidade, como as atividades culturais, gera a inclusão tanto de moradores da cidade em ações que talvez não pudessem estar inclusos, como beneficia o turismo local, podendo gerar mais renda para a cidade como um todo — em especial as mais turísticas.

 Lá fora há outras cidades atentas. Chama a atenção o caso dos EUA, que tem uma forte cultura automobilística e onde a posse de um carro está mentalmente associada a progresso, independência e ao “sonho americano”. No país onde o carro próprio é o desejo de todo jovem-adulto, Kansas City (Missouri) é conhecida por ser a primeira cidade a implementar a tarifa zero no transporte público, em 2017. Mostrando que esse é um sistema benéfico para a população, ao longo dos anos, vimos algumas cidades aderirem à ideia, como São Francisco, na Califórnia. Já em 2023, houve um salto: 25 cidades de estados como Washington, Colorado, Ohio, Virgínia, Nova Jersey, Oregon e Carolina do Norte começaram a fazer testes de tarifa zero, incluindo Boston (Massachusetts) e Nova Iorque.

Na China temos a maior experiência de incentivo social já realizada em todo o mundo, em Chengdu, a cidade dos pandas-gigantes, uma metrópole com mais de 20 milhões de habitantes. Em 2012, Chengdu liberou os passageiros do pagamento das viagens de ônibus até as 7 horas da manhã, com o objetivo de diminuir o congestionamento. Hoje, mais de dez anos depois, 116 linhas são gratuitas durante todo o dia e as restantes saem parcialmente gratuitas por meio do bilhete eletrônico.

O Brasil já possui as tecnologias necessárias para uma ampla e bem-sucedida adesão à tarifa social, garantindo transparência e confiabilidade nas operações. A bilhetagem eletrônica oferece um controle preciso sobre o fluxo de passageiros. Aliada a avanços como validadores com biometria facial e telemetria, a bilhetagem eletrônica poderia garantir uma transição suave rumo à maior adoção da tarifa social, com autenticação segura e geração de informações detalhadas para relatórios, evitando erros e fraudes no sistema. Em Florianópolis, por exemplo, a tecnologia por trás do transporte público foi fundamental para a isenção correta da tarifa nos dias determinados pela prefeitura.

Para que o país abrace definitivamente essas ideias, precisamos de um programa nacional de apoio às novas tarifas para garantir a sustentabilidade financeira do sistema. O envolvimento dos governos estaduais e federal é imperativo para fornecer subsídios, evitando prejuízos tanto para os municípios quanto para as empresas e operadoras do setor de transporte público, além de proporcionar mais qualidade de vida para a população.


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Crise na Bolsa de Valores? Um alerta para a economia

10/04/2024 07h30

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À medida em que a economia brasileira enfrenta um período turbulento e os sinais de alerta começam a piscar, a Bolsa de Valores assume um papel crucial na identificação desses sinais.

Recentemente, a fuga de investidores estrangeiros da B3 atingiu seu pior nível desde o início da pandemia, somando-se aos desafios econômicos que o Brasil enfrenta. Esse fenômeno não deve ser encarado como uma mera flutuação do mercado, mas como um indicador sério da necessidade de revisão das políticas econômicas do governo.

No último dia de março, os investidores estrangeiros retiraram um total de R$ 5,547 bilhões da B3, acumulando um resultado negativo de R$ 22,897 bilhões no ano. Essa tendência descendente é um sinal alarmante, refletindo a perda de confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira. Para um país que busca atrair investimentos e impulsionar o crescimento econômico, essa fuga de capital é profundamente preocupante.

Os investidores institucionais e individuais também demonstraram certa cautela em relação ao mercado de ações brasileiro (retirada de R$ 300 milhões). As instituições financeiras também não escaparam desse movimento, retirando R$ 13 milhões da Bolsa de Valores no mesmo período.

Um dos principais fatores que contribuíram para essa crise na bolsa é a interferência do governo Lula em empresas estatais e privadas. A instabilidade gerada por essas intervenções afeta negativamente a confiança dos investidores, prejudicando o desempenho do mercado de ações. A Petrobras e a Vale são exemplos claros dessa conduta, com o governo exercendo pressão em suas operações e decisões estratégicas.

Além disso, a Eletrobras encontra-se atualmente no centro das atenções, já que o governo expressa sua intenção de reverter a privatização estabelecida pelo governo anterior. Essa incerteza em relação às políticas governamentais cria um ambiente instável para os negócios, desencorajando potenciais investidores e contribuindo para a saída de capital da Bolsa de Valores.

 É crucial que o governo reavalie sua abordagem em relação às estatais e privadas, adotando uma postura mais transparente e pró-mercado. A estabilidade e a previsibilidade são fundamentais para atrair investimentos e promover o crescimento econômico sustentável. Caso contrário, corremos o risco de ver mais investidores estrangeiros se afastando do mercado brasileiro, agravando ainda mais nossa situação econômica.

 Em tempos de incerteza, é essencial que o governo adote medidas proativas para restaurar a confiança dos investidores e promover um ambiente de negócios favorável ao crescimento econômico. Caso contrário, o Brasil corre o risco de perder oportunidades de investimento e enfrentar consequências econômicas ainda mais severas no futuro.

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