Todos os anos somos submetidos a mesma questão: horário de verão herói ou vilão? Para alguns pode parecer muito atraente a possibilidade do escurecimento tardio e da sensação de melhor aproveitar o dia.
Outros sofrem com a alteração obrigatória do horário e sentem as mudanças na saúde. Sonolência excessiva durante o dia, fadiga, irritação, acidentes de trânsito e de trabalho entre outros problemas aparecem com a necessidade de adequação ao horário transitório. A conta acaba sendo paga pelo coletivo.
A economia de energia é a busca do bem comum, mas será que somente pode ser alcançada por meio de procedimento tão complexo e questionável? A política de horário de verão como forma de economizar energia é bastante antiga e data dos anos 30.
De lá pra cá evoluímos muito como sociedade, isso é fato. Nos parece que a busca da sustentabilidade e do uso racional de energia deva fazer parte do comportamento diário e não ser resolvido de maneira sazonal, abrupta e inconstante.
Nos parece muito mais moderno e adequado sensibilizar a população sobre a necessidade de uso racional da energia desde as pequenas ações cotidianas, de forma a colocar em prática a preservação do orçamento pessoal e doméstico, da própria saúde, estimulando o engajamento em causas coletivas que parecem se afastar cada vez mais da vida em sociedade.
No começo do século XXI, epóca do famoso apagão, por motivos óbvios, foi possível pensar em economia de energia e rever comportamentos que chegaram a economizar 20% da energia prevista para ser gasta no período.
Aprendamos com a crise, para que ela não se instale mais. O horário de verão economiza em média apenas 4,5% de energia. O fato é que nos parece razoável pelo menos tentar fazer de outra forma e medir os resultados.
“Quem não se arrisca não transforma nada” já dizia o saudoso Psicólogo Brasileiro Marcus Vinícius de Oliveira. É preciso arriscar ser melhor como sociedade e fazer com que a sustentabilidade deixe de ser uma palavra e se transforme em ação no nosso comportamento diário. E vale lembrar que as lições não são novas, quantos de nós não escutamos de nossos pais ou avós “- Apague a luz que eu não sou sócio da companhia de energia”.
Na época, em nossas mentes infantis não parecia ser algo tão importante, mas hoje entendemos quão valiosos podem ser esses hábitos.
Procuremos então a prosperidade social, sendo participes de uma sociedade mais consciente de que o comportamento de cada uma faz a diferença e que a busca do bem comum é urgente e necessária. A nossa ponte para um amanhã melhor começa a ser construída hoje, como uma idéia luminosa e um grito coletivo de “Eureka!”