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OPINIÃO

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"O cargo de diretor escolar e o princípio da gestão democrática na educação"

Everton Rafael Tavares Centurião é licenciado em Biologia e em Filosofia. Professor da rede pública em Paranhos

Redação

17/01/2017 - 01h00
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Diante de vários questionamentos sobre a nomeação indireta ao cargo de diretor de escola, por intermédio de Ato Oficial do Poder Executivo, resolvi expor meu ponto de vista no que se refere a este assunto.

De antemão, destaco que a Carta Magna de 1988, não elenca este tipo de função em específico, trazendo inclusive em seu bojo, alguns precedentes para que o cargo de diretor seja compreendido como de confiança (portanto, de livre nomeação e exoneração), muito menos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei n° 9394/1996), que também não faz esse tipo de abordagem claramente, contudo, a mesma faz destaques acerca da gestão democrática na educação, mas também não propõe nem determina o sufrágio como um requisito ou uma condição sine qua non para escolha do diretor (gestor) escolar.

Diante disso, penso que o fato de um diretor (gestor) escolar ser nomeado por ato de executivo (seja este Municipal e/ou Estadual e/ou Federal), não significa em última instância, que o sistema de ensino esteja na contramão do fundamento central da gestão democrática (seria um equívoco da parte de alguns ter esse tipo de compreensão); não sou contrário a nomeação por ato do executivo, mas faço algumas ressalvas sobre isso, uma vez que, embora esta nomeação não seja inconstitucional, ela pode ser considerada como antidemocrática (dependendo do ângulo de análise); não creio que eleição direta para escolha de diretor, resolva muito o atoleiro em que a educação no Brasil se enfiou, em suma, deveríamos nos preocupar mais com o ensino e a aprendizagem e menos com esse tipo de coisa, até mesmo porque, em meu entendimento, a “bola da vez” seria os profissionais da educação lutarem pela desburocratização do sistema educacional e melhores/maiores investimentos em educação (incluindo aqui formação continuada, transporte e merenda escolar de qualidade, valorização do magistério, incentivos a elevação de nível superior, dentre outras); não creio que para exercer o cargo de diretor/gestor escolar, seja necessário uma formação específica, mas defendo que o profissional da educação nomeado ou eleito pelo sufrágio, seja detentor de alguns critérios e méritos (tais como conhecimento de legislação educacional, escrituração escolar, arquivamento, dentre outras), tenha formação em licenciatura, seja do quadro de pessoal efetivo da rede de ensino e que se proporcione a ele, a formação continuada permanente em serviço; quanto a quem teria o poder de escolha em caso de eleição, defendo o voto de toda a comunidade escolar (no caso de estudantes, apenas os que forem acima de 12 anos). 

No mais, a nomeação indireta do diretor (gestor) escolar não infere em crime, já que não há previsão legal em nossa Constituição, inexistindo a obrigação de fazer e em pesquisa realizada, constata-se que a jurisprudência neste sentido, tem entendido esta função como cargo de confiança (de livre nomeação e exoneração de exclusiva escolha do poder executivo, se a interpretarmos sob a égide da lei), ainda que existam leis municipais ou estaduais apontando para o processo eleitoral.

Para concluir, creio e defendo que haja uma reformulação na LDBEN e se especifique esta função, bem como sua escolha pelo sufrágio e os critérios técnicos e de mérito para o seu exercício e desempenho (conforme os que destaquei acima), porém, enquanto isso não ocorre, acredito que bom senso por parte do poder executivo, já estaria de bom tamanho!

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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