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Marcos de Castro: "Déficit previdenciário, mito ou realidade?"

advogado, especialista em Direito Previdenciário e Professor da FCG e da FACSUL

Redação

17/01/2017 - 02h00
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Sob a perspectiva de que a previdência social se encontra falida, com um déficit de aproximadamente 90 bilhões de reais, o Governo Federal apresentou no final do segundo semestre de 2016, a PEC (proposta de emenda constitucional) 287, trazendo a então polêmica reforma previdenciária.

É natural e totalmente compreensível que as decisões tomadas pelo governo jamais agradarão em conjunto a totalidade da população, ou seja, sempre há uma parcela seja de maioria ou minoria que se identifique como a parte prejudicada de tal determinação.

A proposta da reforma previdenciária traz várias mudanças que atingem diretamente a massa dos trabalhadores brasileiros. Dentre outras alterações, teremos a implementação de idade mínima para aposentadoria, igualando homens e mulheres para a idade de 65 anos; a extinção das aposentadorias por tempo de contribuição, especial do professor e da regra de pontuação 85/95; valor da pensão por morte reduzida para 50% mais 10% para cada dependente se houver; benefício de prestação continuada com idade de acesso aos 70 anos e desvinculação do salário mínimo e o fim do acúmulo de benefícios, como pensão por morte e aposentadoria.

Partindo da premissa de que a previdência estaria falida, é plausível então compreender que uma reforma previdenciária seria elaborada de forma que prejudicasse seus segurados, visto que a regulamentação atual tem se mostrado prejudicial para os cofres da seguridade social.

Como esperado, a proposta da reforma causou corretamente um descontentamento da população, visto que realmente a PEC 287 irá prejudicar e muito os segurados da previdência social, porém, vários especialistas em economia e em direito previdenciário contrariam a sugestão do Governo de que a previdência estaria falida.

A professora de Economia da UFRJ, Dra. Denise Gentil, demonstrou em sua tese de doutorado que o Governo estaria executando uma fraude contábil nos cálculos das receitas e despesas com a seguridade social, sendo que na verdade a atual situação da Previdência Social, seria um superávit previdenciário, não tendo que se falar em déficit.

Daí ao mesmo tempo em que se iniciou uma esperança na população de que a reforma não venha a ser aprovada, deu margem para discussões de que o tal déficit previdenciário seria uma teoria da conspiração para criar um sistema de previdência pública mais rentável a algum esquema obscuro do Governo.

De fato, o Governo não tem se pronunciado quanto ao suposto superávit previdenciário, não oportunizando uma discussão quanto ao tema, porém na proposta da reforma da previdência, se discute o aumento na DRU (desvinculação de receitas da união), oportunidade em que, todas as receitas destinadas ao custeio da seguridade social, que abrange previdência, saúde e assistência social, poderão ser desvinculadas não mais 20% e sim 30% para o custeio de fontes diversas.

Para uma previdência social que se encontra falida, a proposta de reforma deveria então diminuir sua desvinculação de receitas ou no máximo manter os 20%, porém, se está aumentando, com certeza é porque há recursos a serem extraídos.

A sistemática de concessão de benefícios merece sim uma reforma (o que já foi defendido por esse escritor), porém a PEC 287 traz uma nova previdência que esquece totalmente os seus princípios basilares de seguridade social, sendo certo que prejudicará e muito os segurados, que estão cada vez mais desacreditados com o Governo e com o futuro da previdência.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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