Neste fim do mês de junho, a crise econômica derrubou bolsas de valores em todo o mundo por conta da instabilidade na Grécia. O País não conseguiu honrar a dívida e foi o primeiro do primeiro mundo a dar o calote no Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa crise pode causar uma desvalorização no euro, moeda europeia.
A crise que assola o Brasil – independentemente da crise mundial – foi anunciada há muito tempo, ou seja, não se pode dizer que atingiu a população de surpresa. Os primeiros indícios vieram à tona ainda em 2013, quando, na tentativa de segurar o preço da gasolina e da energia, sem cortar gastos públicos, a economia ficou represada envolta de densa maquiagem. Não por muito tempo, contudo.
Com juros cada vez mais altos, sem planejamento e/ou novos investimentos, a economia brasileira começou a desacelerar. O desemprego está com índices cada vez mais altos e vários setores têm contribuído para essa derrocada.
Em Mato Grosso do Sul, não é diferente. Podemos usar como exemplo a arrecadação comparada por segmento em 2015. No comércio e na indústria, a queda chegou a 9,35%, com as máquinas e equipamentos em geral foi a 18,66% e, na construção civil, o índice atingiu os 65,52%.
Para enfrentar essa crise, o governo de Mato Grosso do Sul lançou, entre outras medidas, o projeto que baixa a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do óleo diesel de 17% para 12%. O objetivo é retomar investimentos no Estado, beneficiando diretamente a sociedade, haja vista que a grande maioria do comércio utiliza o transporte rodoviário. Além disso, a proposta é estimular o setor produtivo a aumentar sua competitividade, pois o óleo diesel é um dos principais produtos consumidos por todos os setores da economia.
O governo do Estado fará um grande sacrifício tributário, reduzindo em cerca de 30% a arrecadação nominal neste segmento. Mas para que esta proposta seja viabilizada é necessário que os postos de gasolina diminuam o preço nas bombas, o transportador diminua o frete e, assim, em escala ascendente, a redução chegue ao consumidor final, que terá à sua disposição produtos mais baratos.
Espera-se que, mesmo com perdas de arrecadação no primeiro momento, seja criado um círculo virtuoso em nossa economia em médio e longo prazos, fazendo com que as taxas de consumo reflitam diretamente em aumento de arrecadação geral, beneficiando ao mesmo tempo a população e fortalecendo o caixa do governo.
Em momentos de crise, temos de ser ousados e criativos. Só que não podemos esquecer que devemos manter o controle das contas, fazendo o dever de casa e mantendo a austeridade para não deixar a economia despencar. A estratégia para reverter o problema deve, com certeza, ser pautada pelo planejamento e adequação de investimentos. Acredito que com a determinação do governador Reinaldo Azambuja e a colaboração de toda a sua equipe vamos superar todas as dificuldades.