Próximo às eleições, os alarmistas, pitonisas, profetas apocalípticos travestidos de especialistas de mercado e de política econômica anteveem dificuldades, crises inexistentes colocando em risco a saúde econômica. Inflação, desemprego, desaceleração da economia, desindustrialização, queda da bolsa, bolha imobiliária, são assuntos recorrentes. São profissionais de consultorias desconhecidas, de tendências estrangeiras, fundações e centros de estudos econômicos, ex-ministros aposentados donos de corretoras e algum joão-ninguém, presidente de firma familiar.
Desenterrados pela mídia dão conotação de veracidade às notícias, criando expectativas ou mudanças de rumo na política, advogando que a situação é grave e sujeita à volta dos que já eram, ao descontrole da ordem pública, à falta de governabilidade, ao aparelhamento de estado, à censura da mídia e outras tantas idiocrasias.
Ora, o Brasil é a 7ª economia mundial e vai seguindo como exportador agropecuário (US$ 256 bilhões), como quarto mercado de veículos (3,7 milhões de unidades vendidas), atrás apenas da China, dos EUA e do Japão. Em 2014 (Fenabrave), foram vendidas 20 mil picapes, sendo impressionante a quantidade de importados (112 mil de veículos) (Abeiva), além da venda de 660 mil motos, as mais caras acima de R$ 100 mil reais.
Não existe desindustrialização, e sim a insatisfação de setores industriais onde houve redução do lucro (faturamento) em relação aos anos anteriores, sinal que o consumo se estabiliza frente à crise internacional, como a estagnação econômica francesa, a recessão alemã, a inflação argentina, o desemprego da Grécia, os juros da Venezuela, o imposto da Suécia e o custo de vida em Cingapura.
O brasileiro viaja mais; deixa cerca de US$ 17 bilhões no exterior, estando entre os cinco países que mais gastam. Os aeroportos (Mtur-infraero) registraram 85 milhões de desembarques domésticos (us Media Consulting).
Os dados se contrapõem às opiniões sem fundamento das organizações estrangeiras de análise de investimentos e riscos ao proteger os interesses financeiros dos associados e contraditam o que se verifica: o brasileiro vive melhor, come melhor, e mais, está engordando e frequentando academias como lazer. Tem seu Carnaval caro, paga o preço de ingresso padrão Fifa, vai aos festivais de rock a preço de Euro, sem reclamar. Tem iPhone, iPad, iPod, iTudo!
O mapa do consumo mudou com as vendas de produtos e serviços sofisticados, fenômeno alimentado pelo enriquecimento da população (Trendwatching), e, no mundo, as taxas de desemprego de jovens aumentam (Espanha, 55%; Portugal, 38%; 27% na zona do Euro) e são mascaradas pelos empregos temporários, o seguro-desemprego e a falta de garantia dos direitos trabalhistas.
Fala-se no exemplar sistema de saúde do Canadá: 2ª maior extensão territorial, detentor de 30% das reservas mundiais de urânio e de grande produção de riquezas naturais, com 36 milhões de habitantes (6 vezes menos que o Brasil). Enaltece-se o sistema educacional do Chile (98% de 16 milhões de alfabetizados) contra 92% do Brasil (de 200 milhões de habitantes), assim como a revolução educacional da Coreia e da China, onde o método escolar é a “decoreba”.
Comenta-se a escalada das drogas, do corredor do tráfico nas fronteiras e o pífio combate das autoridades, embora Holanda, Polônia e Bélgica liderem a produção. O que se vê não é exatamente o que se escreve. O brasileiro está melhor, mais confiante, esperançoso, criativo, autônomo e cidadão, fato esse que preocupa as forças conservadoras. O impostômetro é testemunha de que a economia formal está pagando 1 trilhão de reais até o momento. Os informais e os sonegadores não contam? Será mesmo que nossa economia vai mal?