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"Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai?"

Nylson Reis Boiteux - Coronel Reformado do Exército Nacional Brasileiro, doutor em aplicações, planejamento e estudos militares

Redação

11/01/2015 - 00h00
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Estamos às vésperas do sesquicentenário da Guerra do Paraguai. Esse conflito, ainda hoje, é o mais expressivo referencial da história do Exército Brasileiro. As forças, então em operações, com o pessoal oriundo de todas as Províncias adquiriram o caráter nacional e do povo em armas, com efetiva participação junto ao Exército Nacional, dos Voluntários da Pátria e da Guarda Nacional. 

Mas, a consagrada e tradicional “Guerra do Paraguai” vem, desafortunadamente, sendo substituída por “Guerra da Tríplice Aliança” ou “Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai”.  Estas desusadas designações seguem hoje o que está, tão em moda, pela utilização desses vocábulos por vários historiadores que contestam a legitimidade do nosso conflito com o Paraguai. Afirmam eles que “institucionalmente” na produção historiográfica brasileira dá-se o nome de “Guerra da Tríplice Aliança” ou “Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai”. 

Considerando esse enfoque do conflito, fica a impressão que foi o Paraguai a grande vítima hipossuficiente da Tríplice Aliança, dando uma visão reducionista da Guerra a favor do nosso adversário.  O certo e comprovado é que Solano Lopez e o iludido povo paraguaio foram os únicos responsáveis pela guerra perdida. Os historiadores que adotam a linha da “Tríplice Aliança”, não trazem argumentos lógicos nem bibliográficos históricos (civil ou militar) em defesa dessas designações. 

Não resta dúvida, de que no passado um numero mínimo de historiadores militares brasileiros (Tasso Fragoso, Tristão de Alencar Araripe, Marechal Castelo Branco, Francisco Ruas Santos, Nelson Wernek Sodré e Rui Alencar Nogueira) usou as expressões “Tríplice Aliança” e outras assemelhadas, contrariamente ao entendimento de inumeráveis historiadores, pensadores, escritores, periodistas, articulistas e professores nacionais e estrangeiros, também daquela época e da atualidade, particularmente da América do Sul. 

Entretanto, na época dos escritos o sentido era um e hoje está orientado para outro.  É preciso que se contextualizem as expressões no tempo em que foram ou estão sendo utilizadas. Se considerarmos o ponto de vista estritamente militar poder-se-ia admitir que fossem “três poderosos países” a esmagar um “desprotegido Paraguai”. Assinale-se que, por verdadeiro, caiu sobre o Brasil o pesado ônus da guerra.  A força militar dos países integrantes da Tríplice Aliança somava no início da Campanha: 27.200 combatentes assim distribuídos (20.000 brasileiros; 6.000 argentinos e 1.200 uruguaios). A essa força aliada se opunham 64.000 paraguaios mobilizados, milhares dos quais ocupando território da Argentina e do Brasil (Mato Grosso e Rio Grande do Sul). Participação modesta, como se vê, da Argentina e do Uruguai.

Com o avançar da Campanha os efetivos dos aliados  foram sendo aumentados, particularmente dos brasileiros. A Argentina e o Uruguai tiveram muita dificuldade em recompletar suas tropas no Teatro de Operações, devido à necessidade de manterem a ordem interna nos seus respectivos países e não terem reservas suficientes para atender o desenrolar da guerra. Continuaram com apoio bastante discreto, em relação às forças brasileiras. Muitas delas nem voltaram mais ao “front”.

Acresce-se, ademais, que toda força naval era brasileira, pois nem a Argentina nem o Uruguai dispunham de Esquadra e sendo assim, só o Brasil teria condições de enfrentar, com êxito, as fortificações que Lopez levantara em diversos pontos ao longo das margens do Rio Paraguai. 

No que tange as denominações das guerras e batalhas, desde a Antiguidade Clássica, são conferidas em sua esmagadora maioria, considerando-se e referenciando-se o local, “o locus”, onde elas se travaram. Assim, temos a “Guerra do Peloponeso”, a “Guerra das Gálias”, a “Batalha das Termopilas”, a “Batalha de Salamina”, etc.; mais tarde a “Guerra do Cáucaso”, a “Guerra da Criméia”, a “Guerra do Paraguai” (denominação bastante tradicional e consagrada, de há muito por nossa historiografia militar e sul-americana e pela sua vasta coleção didática da História do Brasil). Recentemente temos a “Guerra da Coreia” a “Guerra do Vietnã”, a “Guerra das Malvinas”, a “Guerra dos Balcãs”, a “Guerra do Golfo”, a “Guerra do Iraque”, a Guerra do Afeganistão”, a Guerra do Sudão”, e por aí elas seguem.

Na oportunidade, lembraria que o único Órgão, no Brasil, que pode, “institucionalmente”, se pronunciar  acerca da discordância é o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, por ser o “Órgão Consultivo Oficial de História Militar”, no Brasil, “ex vi” do Decreto 27.512, de 28 de novembro de 1949, publicado no DOU, de 1º de dezembro de 1949, ainda em pleno vigor. 

Por derradeiro, a pergunta é: enquanto o IGHMB não se pronuncia, e, em vista do exposto, qual a denominação  mais condizente com o conflito:  “Guerra do Paraguai” ou “Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai”?

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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