É, por onde anda a tal da meritocracia na a gestão pública. Em primeiro momento, quando pensamos em administração pública, seja no município, Estado ou União, o primeiro mérito é o cidadão ser aprovado no concurso público. A gratificação de desfrutar da segurança do salário na conta, da estabilidade e de uma aposentadoria tranquila, entre outros benefícios da carreira pública é por meio do mérito de ter sido aprovado em um processo seletivo que, na maioria das vezes, a concorrência se aproxima de números astronômicos.
Porém, existem as pessoas que compõem o quadro da administração estatal sem as vantagens do servidor público, mas são indicados pelo comprometimento com a atual gestão, por ser pessoa da confiança da nova equipe ou pela capacidade técnica que tem para atuar na área determinada, pela tal Meritocracia. Bom, pelo menos essa deveria ser a premissa dos cargos em comissão. Mas não é.
O que vemos é um emaranhado de pessoas sendo atendidas pelos mais escusos motivos. Um apoio político em época de eleição – mesmo que tenham sido adversários – a garantia da governabilidade da atual gestão ou um favor para garantir a elegibilidade num próximo processo eleitoral. Há também quem sabe demais e melhor mesmo é mantê-los calados. Nada que possa ferir a lisura do processo e a ética dos seus gestores, não é mesmo.
Porém, a tal da meritocracia ninguém sabe onde foi parar, ninguém viu. Talvez tenha ficado no discurso vazio de campanha; ou na hora de negociar com seus verdadeiros “apoiadores” e ficou para trás. Ou pior ainda, acabou no cala boca do segredo inconfessável.
A tal da meritocracia, aquela que advém do mérito e da aptidão, aquela meritocracia que observa que para se atingir o topo, em tese, a base é o merecimento entre os valores associadas à educação, competência e principalmente, a moral, se esvaziou.
A tal tese de que uma gestão pública eficiente se faz pela meritocracia é verdadeira, mas em nossa atual gestão pública brasileira – em todas as esferas – é demagogia, utopia.
Há que diga que o maior problema na defesa da meritocracia é definir o que os governantes entendem por “mérito”. Um sistema que se diga meritocrático e não o é na prática se torna um mero discurso para mascarar privilégios e justificar indicações a cargos públicos.
Como já dizia o poeta Cazuza, “Não me convidaram para essa festa pobre que os homens armaram para convencer; Não me ofereceram nem um cigarro; fiquei na porta estacionando carro. Brasil mostra a sua cara !!!