O metano é um gás incolor e altamente combustível que não produz fuligem e cujo índice de poluição atmosférico é inferior ao do butano, presente no gás de cozinha. Atualmente, sua transformação em biogás vem sendo bastante difundida, principalmente na produção de aves e suínos, já que ele é uma alternativa de geração de energia renovável.
Em se tratando da produção agrícola, ainda que a energia gerada possa variar durante o período de produção, que o mecanismo de armazenamento seja complexo e que se exija um investimento inicial alto, a utilização de biogás vem sendo cada vez mais difundida e utilizada no Brasil, principalmente em decorrência dos benefícios ao meio ambiente que a prática possibilita.
Um dos sistemas de obtenção do biogás mais conhecidos é o biodigestor para aplicação rural, existindo grande número de unidades instaladas, principalmente nos países originários dos modelos mais difundidos, Índia (com aproximadamente 300 mil) e a China (com mais de 8 milhões).
No Brasil, o interesse pelo biogás intensificou-se nas décadas de 1970 e 1980, especialmente entre os suinocultores, quando vários programas estimularam a implantação de biodigestores focados, principalmente, na geração de energia e na produção de biofertilizante e energia térmica para diversos usos. Infelizmente, o programa não deu certo, principalmente em decorrência da utilização de tecnologias estrangeiras não viáveis.
Podemos afirmar que o biogás é vantajoso, principalmente para as pequenas propriedades rurais, já que reduz os custos de produção, com a utilização de restos que até então seriam facilmente descartados pelo pequeno produtor rural. Além disso, com a crise energética e a alta dos preços do petróleo, o meio rural vem buscando, cada vez mais, alternativas de energia barata.
Em Mato Grosso do Sul existem vários biodigestores instalados. A maior parte deles está localizada na região de São Gabriel do Oeste, um importante polo produtor de grãos e suínos. Lá, os dejetos das produções são direcionados aos biodigestores gerando gás para que as propriedades sejam autossuficientes em energia elétrica, o que vem se tornando um negócio bastante rentável aos produtores.
Um das alternativas viáveis para aproveitamento deste biogás seria sua utilização pelas indústrias do polo cerâmico de Rio Verde, distante cerca de 60 quilômetros de São Gabriel. Dessa forma, as cerâmicas abandonariam a utilização de lenhas para aquecer os fornos. Já existem estudos que comprovam a viabilidade desta utilização, gerando ainda mais desenvolvimento para aquela região.
É fato, então, que, considerando todos estes aspectos, é necessário haver políticas públicas que voltem a atenção à questão da utilização de rejeitos de produção rural e até mesmo de lixo urbano, para a produção do biogás. Temos tecnologias altamente qualificadas para atender esta demanda. É preciso apenas incentivo e políticas públicas para ampliar a utilização deste tipo de energia renovável para o bem da produção e do meio ambiente brasileiros