Artigos e Opinião

ARTIGO

A+ A-

J. Bandeira: "Os trauliteiros traulitam com jamanta a candidata Marina Silva''

Auditor fiscal da Receita Federal do Brasil aposentado e ex-vereador, em Campo Grande-MS

Redação

02/10/2014 - 00h00
Continue lendo...

Veja, caro (a) leitor (a), o que o quarteto-mágico do PT aprontou. É de causar pasmo, porém, tudo aconteceu no corrente mês, num jantar, no Hotel Unique, em São Paulo. Quem eram os componentes da mesa? Lula, Dilma, o ex-ministro Franklin Martins e o presidente do PT, Rui Falcão. Vamos a uma leve biografia dos ilustrados?

O deputado Roberto Jefferson, que mandou para as cucuias todo o sistema de corrupção do PT, bradou para o chefe da quadrilha: “Sai daí, ZÉ”, o Zé Dirceu, célere, escafedeu-se da Casa Civil.

Gente, não houve um simples gesto de Lula em defesa do seu ministro. Por quê? Porque, segundo Marcos Valério, do Trem Pagador do Mensalão, Lula tinha conhecimento total do esquema dos saqueadores do Erário Nacional. Ainda, em seu livro, “Quente”, o jornalista Merval Pereira, defendendo a “Teoria do Domínio do Fato”, testifica que, também, é autor do crime quem está no controle da ação criminosa, embora não se envolva diretamente com os atos ilegais. Daí, então, vocifera Merval: “Ministros do STF deixaram escapar que, pela tese do ‘Domínio do Fato’, se a cadeia de comando não terminasse no ex-ministro José Dirceu, teria de SUBIR UM PATAMAR E ATINGIR LULA”. E, desse modo, Lula continua fora da grade.

E a 2ª personagem da citada reunião no hotel em São Paulo? É a presidente Dilma. Jovem, com 16 anos, ingressou no Polop (Organização Política Operária), casando-se com o jornalista Cláudio Galeno Linhares, militante revolucionário clandestino e de concepção marxista-stalinista-cambojista-castrista. Dilma foi presa, aos 22 anos, no dia 16/01/1970, confinada no presídio Tiradentes em São Paulo, até 1973. Todavia, antes de sua prisão, seu marido abandonou-a, fugindo para Cuba num avião sequestrado. Com o seu segundo marido, o advogado Carlos Franklin de Araújo, Dilma participou da elaboração de assaltos aos bancos Banespa, Mercantil de São Paulo. O procurador militar que a denunciou referiu-se à Dilma como “Joana D’arc da subversão”.

E o 3º personagem? O ex-ministro Franklin Martins comandou o sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrik, como integrante da falange VAR-Palmares (Vanguarda Revolucionária Palmares).

E o 4º personagem da citada reunião no Hotel Unique? Rui Falcão é o tipo de político que galgou a honra de presidir o PT, em nível nacional, com poucos méritos e, dessa maneira, triunfos sem glória.

As manifestações de Rui Falcão como dirigente máximo do petismo traduzem castelos fundados sobre areia, semelhantes à estatua de Nabucodonozor, cujo corpo era feito de metais preciosos, mas assentados sobre pernas de saibro.

Considerando que, no período da reunião em São Paulo, no 1º turno, ocorria o empate entre Marina e Dilma, e, no 2º turno, a pesquisa sinalizava Marina com a vantagem de 10 pontos, o glorioso quarteto decidiu partir para os ataques acrimoniosos. Com 12 minutos de tempo na TV, contra 2 da Marina e máquina estatal à disposição, vamos partir para o tudo ou nada. E, assim, aconteceu: inescrupulosa sucessão de mentiras, manipulações e falsas acusações contra Marina.

Como bem assevera o renomado articulista da revista Veja (24/09/2014), J. R. Guzzo: “se Dilma não for eleita, GARANTE SUA CAMPANHA, a comida vai sumir das mesas, as crianças passarão a receber livros em branco. Os banqueiros vão ordenar demissões em massa, fechar escolas e acabar com o Bolsa Família. Por ser negra, magrinha e de origem paupérrima, ou por lembrar que passou fome na infância, a concorrente Marina Silva é acusada de ser uma-coitadinha-e-uma-pobre-diaba e, assim, sem condições de ser presidente”.

Caro (a) leitor (a), é a regra do PT de tratear. Além da falta de decência, de lucidez e de bons modos da campanha, as imagens e narrações no programa de Dilma são para iludir o eleitor, e não para esclarecê-lo. Tal padrão de campanha visa apenas explorar a emoção dos eleitores. Isso é fugir do confronto de ideias. E, dessa forma, Dilma já ultrapassa Marina nas intenções de votos. Quem dominará a jamanta do PT? Só o voto do eleitor consciente.

ARTIGO

Tarifa social é tendência global

10/04/2024 07h30

Continue Lendo...

À medida que avançamos em 2024, é notável o aumento no número de cidades brasileiras adotando políticas de tarifa social no transporte público. Este movimento marca um avanço significativo na busca por uma mobilidade urbana mais inclusiva.

Um levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostra que o país tem 103 municípios, distribuídos por 14 estados e o Distrito Federal, que aderiram à prática, seja de forma universal (sete dias por semana), em dias específicos (aos domingos, por exemplo) ou para grupos em particular (como idosos, pessoas com deficiência e estudantes). São Paulo e Minas Gerais lideram a lista, com 29 e 26 municípios, respectivamente.

Vem crescendo o debate e as iniciativas que visam democratizar a mobilidade para o exercício da cidadania e a participação da vida política e cultural da cidade. No Enem 2023, 15 capitais do país ofereceram transporte público gratuito para garantir o acesso de todos os candidatos à prova. No segundo turno das Eleições 2022, 13 estados e o Distrito Federal também deram passe livre para os eleitores. No ano passado, Campinas (SP) deu exemplo no “Dia D” de vacinação de crianças e adolescentes, facilitando o acesso à saúde por meio da tarifa social.

Essas tendências respondem a um desafio crítico de mobilidade urbana, exacerbado pelo crescimento no uso do automóvel privado e pelo subfinanciamento do transporte público, levando a um aumento dos congestionamentos, da poluição e da desigualdade social, como aponta o pesquisador e jornalista pós-graduado pela PUC/SP, Daniel Santini, no livro “Passe Livre: as Possibilidades da Tarifa Zero contra a Distopia da Uberização”.

Só na cidade de São Paulo, o trânsito perdeu 1 bilhão de passageiros nos ônibus entre 2013 e 2022. Buscando atrair a população de volta ao transporte coletivo, a prefeitura criou a iniciativa “Domingão Tarifa Zero”, que dá gratuidade às viagens de ônibus aos domingos, no Natal, em 1º de janeiro e no aniversário da cidade (25 de janeiro). Com o slogan “Explore, descubra, viva São Paulo”, o governo espera ampliar o acesso ao lazer e contribuir para a economia do município. No primeiro domingo com isenção de tarifa, o número de passageiros em São Paulo aumentou 35%, de acordo com dados da prefeitura.

Tallinn, capital da Estônia, é um ótimo exemplo de implantação de tarifa social, que varia de preço conforme o tempo que o passageiro pretende usar o transporte e também das atividades que pretende realizar. Com € 2 é possível utilizar o transporte público por uma hora. Pagando € 5,50, esse período aumenta para 24 horas, e por € 30, garante-se 30 dias de transporte. A tarifa mais cara (Tallinn Card, por € 78) inclui 72 horas de transporte e entrada gratuita em todos os museus e pontos turísticos da cidade.

Estudos econômicos sugerem que a tarifa social, quando bem implementada, pode ajudar a equilibrar o sistema de transporte público, ao moderar a demanda e incentivar um uso mais racional do sistema. Além disso, análises de sistemas de transporte em cidades europeias, como Tallinn, revelam que a tarifa social, não apenas aumenta o acesso ao transporte, mas também contribui para uma melhoria geral na qualidade do serviço. Além disso, essa associação benéfica a outros setores da cidade, como as atividades culturais, gera a inclusão tanto de moradores da cidade em ações que talvez não pudessem estar inclusos, como beneficia o turismo local, podendo gerar mais renda para a cidade como um todo — em especial as mais turísticas.

 Lá fora há outras cidades atentas. Chama a atenção o caso dos EUA, que tem uma forte cultura automobilística e onde a posse de um carro está mentalmente associada a progresso, independência e ao “sonho americano”. No país onde o carro próprio é o desejo de todo jovem-adulto, Kansas City (Missouri) é conhecida por ser a primeira cidade a implementar a tarifa zero no transporte público, em 2017. Mostrando que esse é um sistema benéfico para a população, ao longo dos anos, vimos algumas cidades aderirem à ideia, como São Francisco, na Califórnia. Já em 2023, houve um salto: 25 cidades de estados como Washington, Colorado, Ohio, Virgínia, Nova Jersey, Oregon e Carolina do Norte começaram a fazer testes de tarifa zero, incluindo Boston (Massachusetts) e Nova Iorque.

Na China temos a maior experiência de incentivo social já realizada em todo o mundo, em Chengdu, a cidade dos pandas-gigantes, uma metrópole com mais de 20 milhões de habitantes. Em 2012, Chengdu liberou os passageiros do pagamento das viagens de ônibus até as 7 horas da manhã, com o objetivo de diminuir o congestionamento. Hoje, mais de dez anos depois, 116 linhas são gratuitas durante todo o dia e as restantes saem parcialmente gratuitas por meio do bilhete eletrônico.

O Brasil já possui as tecnologias necessárias para uma ampla e bem-sucedida adesão à tarifa social, garantindo transparência e confiabilidade nas operações. A bilhetagem eletrônica oferece um controle preciso sobre o fluxo de passageiros. Aliada a avanços como validadores com biometria facial e telemetria, a bilhetagem eletrônica poderia garantir uma transição suave rumo à maior adoção da tarifa social, com autenticação segura e geração de informações detalhadas para relatórios, evitando erros e fraudes no sistema. Em Florianópolis, por exemplo, a tecnologia por trás do transporte público foi fundamental para a isenção correta da tarifa nos dias determinados pela prefeitura.

Para que o país abrace definitivamente essas ideias, precisamos de um programa nacional de apoio às novas tarifas para garantir a sustentabilidade financeira do sistema. O envolvimento dos governos estaduais e federal é imperativo para fornecer subsídios, evitando prejuízos tanto para os municípios quanto para as empresas e operadoras do setor de transporte público, além de proporcionar mais qualidade de vida para a população.


ASSINE O CORREIO DO ESTADO 

ARTIGO

Crise na Bolsa de Valores? Um alerta para a economia

10/04/2024 07h30

Continue Lendo...

À medida em que a economia brasileira enfrenta um período turbulento e os sinais de alerta começam a piscar, a Bolsa de Valores assume um papel crucial na identificação desses sinais.

Recentemente, a fuga de investidores estrangeiros da B3 atingiu seu pior nível desde o início da pandemia, somando-se aos desafios econômicos que o Brasil enfrenta. Esse fenômeno não deve ser encarado como uma mera flutuação do mercado, mas como um indicador sério da necessidade de revisão das políticas econômicas do governo.

No último dia de março, os investidores estrangeiros retiraram um total de R$ 5,547 bilhões da B3, acumulando um resultado negativo de R$ 22,897 bilhões no ano. Essa tendência descendente é um sinal alarmante, refletindo a perda de confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira. Para um país que busca atrair investimentos e impulsionar o crescimento econômico, essa fuga de capital é profundamente preocupante.

Os investidores institucionais e individuais também demonstraram certa cautela em relação ao mercado de ações brasileiro (retirada de R$ 300 milhões). As instituições financeiras também não escaparam desse movimento, retirando R$ 13 milhões da Bolsa de Valores no mesmo período.

Um dos principais fatores que contribuíram para essa crise na bolsa é a interferência do governo Lula em empresas estatais e privadas. A instabilidade gerada por essas intervenções afeta negativamente a confiança dos investidores, prejudicando o desempenho do mercado de ações. A Petrobras e a Vale são exemplos claros dessa conduta, com o governo exercendo pressão em suas operações e decisões estratégicas.

Além disso, a Eletrobras encontra-se atualmente no centro das atenções, já que o governo expressa sua intenção de reverter a privatização estabelecida pelo governo anterior. Essa incerteza em relação às políticas governamentais cria um ambiente instável para os negócios, desencorajando potenciais investidores e contribuindo para a saída de capital da Bolsa de Valores.

 É crucial que o governo reavalie sua abordagem em relação às estatais e privadas, adotando uma postura mais transparente e pró-mercado. A estabilidade e a previsibilidade são fundamentais para atrair investimentos e promover o crescimento econômico sustentável. Caso contrário, corremos o risco de ver mais investidores estrangeiros se afastando do mercado brasileiro, agravando ainda mais nossa situação econômica.

 Em tempos de incerteza, é essencial que o governo adote medidas proativas para restaurar a confiança dos investidores e promover um ambiente de negócios favorável ao crescimento econômico. Caso contrário, o Brasil corre o risco de perder oportunidades de investimento e enfrentar consequências econômicas ainda mais severas no futuro.

ASSINE O CORREIO DO ESTADO 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).