Embora, assunto pretérito, peço vênia ao leitor (a), para regressar-me ao ocorrido no impeachment da ex-presidente Dilma, oportunidade em que gregos, troianos, padres e sacripantas meteram a boca no trombone, pela decisão vergonhosa ocorrida no julgamento, livrando Dilma da perda de seus direitos políticos.
Eu me pergunto, por qual razão e, ainda, do porquê, da ausência, do bom senso, jurídico-constitucional, na decisão do Senado, que permitiu o fatiamento do julgamento do impeachment d da ex-presidente Dilma? Ora, caro leitor (a), o parágrafo único do art. 52 da Constituição Federal (incisos I e II), rezam que, simplesmente, os votos dos 61 Senadores, seriam necessários, não somente, para destituir Dilma do cargo, como também, para INABILITÁ-LA da função pública por 8 (oito) anos.
Porém, não foi o que aconteceu, pois o Senador Renan Calheiros (Investigado pela Lava-Jato), comungado, não sei por quais ideais, com o ministro Lewandowski, engendraram o fatiamento do impeachment e, desse modo, propiciou a Dilma candidatar-se até como presidente da República em 2018.
Quem bem traduz esse imbróglio, esse incestuoso acontecimento na política nacional, nesse emaranhado acordo injudicioso-inconstitucional operado entre Renan-Lewandowski, é o ministro Gilmar Mendes do STF, ora em exercício na Justiça Eleitoral: “Foi vergonhosa a decisão de Ricardo Lewandowski de fatiar o impeachment. Considero essa decisão constrangedora, é verdadeiramente vergonhosa. Um presidente do Supremo não deverá participar de manobras ou conciliábulos. Cada um faz com sua biografia o que quiser, mas não deveria envolver o Supremo nesse tipo de prática”. A grande e boa verdade é que ministros e ex-ministros estão escandalizados. Na história do STF, nunca um ministro atacou publicamente outro.
Vamos, em rápidos comentários, mudando totalmente a face inicial deste artigo, porém, trazendo à lume, o patrono da ex-presidente Dilma, agora, colocado pelo Juiz Sérgio Moro, no banco dos réus. À evidência, trata-se do Lula, ora vitimado com substanciosas acusações da operaçãoLava-Jato. O petista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel de propinas na Petrobrás.
Ainda, norteando-me fora do tópico das considerações aqui extraídas, deparo-me com matéria do Correio do Estado (25/09/16), anunciando que, Relatório do TCU, pede que ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobrás, entre eles a ex-presidente Dilma, sejam responsabilizados e tenham os bens bloqueados por perdas na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Afora, os comentários do Correio do Estado, compulsei o meu arquivo e, também, faço ao (a) leitor (a), as versões que se seguem.
Quando a ex-presidente Dilma ocupava a Casa Civil, no governo Lula e, ao mesmo tempo, presidia o Conselho de Administração da Petrobrás, qual foi o seu ato intempestivo? Dilma aprovou um dossiê fagulhoso do afilhado do ex-Senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o corruptoengenheiro Nestor Cerveró, AUTORIZANDO , no dia 03//02/06, a aquisição de 50% das ações do grupo belga Astral Oil, empresa localizada em Pasadena, no Texas (EUA), pela quantia de US$360 milhões.
Santo Deus, gente, veja o brutal superfaturamento, somente na compra de fatia de 50% das ações. Ora, se, em 2005, a Astral Oil, pagou pelos 100% das ações a cifra de US$42,5 milhões, como a ex-presidente poderia autorizar, no ano seguinte a compra dos 50% das ações por US$360 milhões? A novela ainda vai continuar. Em 2012, após um desacordo judicial com a Astral Oil, a Petrobrás, ainda, desembolsou a quantia de US$820 milhões, pelos outros 50% das ações, de uma refinaria sucateada e de baixa produtividade. Bem, no frigir dos ovos, qual foi o prejuízo total da Petrobrás nesse balaio todo autorizado pela ex-presidente? Simplesmente, US$ 792 milhões, ou, R$ 2,5bilhões.
Acabo de tomar conhecimento nas TVs e redes sociais, que o ex-ministro da Fazenda do governo Lula Antônio Palocci, já se encontra preso em Curitiba (PR), por ordem do Juiz Federal Sérgio Moro e que, também, bloqueou bens e conta bancária, na quantia de R$128 milhões. Não vai demorar a vez do Lula.