Tenho-o, na área econômica, como o mais competente do Brasil. Também, poder-se-ia inclui-lo, nas lides políticas, em dados momentos.
Vamos a uma resenha pretérita do ex-ministro? Passageiro rápido pela LIBELU (Liberdade e Luta), que era um movimento radical de tendência trotskista, Palocci, logo-logo, desvinculou-se de suas engrenagens políticas, por se tratar de um esquerdismo infantil. Então, a grande verdade é que Palocci reciclou-se ideologicamente, ao ponto de SALVAR LULA DE SUA 4ª DERROTA, para presidente da República. Salvar de que maneira, perguntar-me-á o leitor (a)?
Ora, eu é que faço a indagação: Qual a CARTILHA ELEITORAL DO LULA, na sua campanha para a presidência da República em 2002? Rezava o seguinte: Calote no FMI; reestatização de empresas públicas privatizadas; a estatização do sistema financeiro; a vedação da remessa de lucro – das multinacionais para o exterior -; controle dos meios de comunicação; a revisão do direito de propriedade e outras medidas de natureza bolchevique. Lula, ainda, se insurgia nos debates eleitorais contra a lei dos pedágios; da responsabilidade fiscal; da aprovação do Plano Real, enfim, até da própria aprovação da Constituição vigente.
Inquestionavelmente, Lula já se sentia derrotado pela 4ª vez, quando, no firmamento, uma estrela brilharia a seu favor. A estrela foi Antônio Palocci, o ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP) que, convertido num defensor do equilíbrio fiscal e do controle rigoroso da inflação, passa às mãos de lula, um indiscutível documento de sua autoria, intitulado, CARTA AO POVO BRASILEIRO, que foi o seu salvo-conduto eleitoral. Indubitavelmente, a Carta ao Povo Brasileiro, materializava a renúncia de Lula à visão castrista, a favor das REGRAS ECONOMICAS DA ECONOMIA DE MERCADO, e, desse modo, a sua eleição do primeiro mandato foi salva por Palocci.
Já, presidente, nomeou-o o seu ministro da Fazenda, tornando Palocci o fiador da sua doutrina econômica. Seu desempenho frente à economia brasileira, foi de rara proficiência e singular brilhantismo, que o transformou, sim, numa UNANIMIDADE, como sucessor de Lula à presidência da República, embora na ordem natural, ou seja, na hierarquia petista, seria o chefe da Casa Civil, José Dirceu, logo fulminado pelo Mensalão.
Mas, como não era de se esperar, ainda em 2006, no apogeu de sua biografia, para quem sonhava ser o sucessor de Lula, surgiram os primeiros sinais de que Palocci cometia pecados. Foi, quando, inopidamente, resolveu violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo. Nessa circunstância, ocorreu a primeira queda de Palocci. Foi demitido como ministro da Fazenda.
Vamos aos fatos: Numa mansão no Lago Sul, em Brasília, de propriedade da cafetina cearense Jeany Mary Corner, Palocci rejubilava-se com amigos. Essa presença secreta no ambiente festivo foi delatada pelo caseiro Francenildo que levou o “inocente” Palocci a acreditar que o caseiro recebia propina da oposição para fazer a denúncia, daí Francenildo ter a sua vida chamuscada. Nada foi provado.
E a 2ª queda, como ocorreu? Aderindo à campanha de Dilma, tornou-se o seu coordenador. Como sempre, muito aplicado e inteligente, galgou-se ao posto de chefe da Casa Civil, no 1º mandato da presidente Dilma, oportunidade que não soube explicar o aumento do seu patrimônio, 20 vezes, em 4 anos.
E a 3ª queda? Bem aí, já acostumado, talvez, com as quedas, teve pela frente a Polícia Federal que descobriu que Palocci atuava como embaixador do PT, junto as grandes empresas. Arrecadava dinheiro sujo das empreiteiras do Petrolão. Apenas com a Odebrecht, arrecadou 128 milhões de reais. Não houve outro jeito, está preso.
É tão apocalíptica a trajetória política do ex-ministro, que a Revista Veja (05/10/16, pág. 57) estampa: “Honesto ou corrupto. Antônio Palocci preso na semana passada: parece o que não é ou é o que não parece”.