Hoje, 29 de setembro, comemora-se em Mato Grosso do Sul o Dia do Policial Civil. Esta data faz parte do calendário de festividades do Estado desde 2013, através da Lei Nº 4.408/2013. Atualmente, há cerca de dois mil policiais civis na ativa, homens e mulheres de bem, graduados em nível superior que atenderam a um chamado: Servir e Proteger o cidadão.
Embora essa data pareça ser festiva, na realidade ela é de reflexão, pois são poucas as razões que a categoria tem para comemorar. Há décadas a profissão é desvalorizada tanto pelo governo estadual, que não dá condições suficientes para o desempenho da função, quanto pela sociedade que não compreende o trabalho que o policial civil desempenha e que às vezes parece ser truculento e excessivo.
É preciso que a sociedade saiba que o policial civil é um cidadão como qualquer outro, tem família, amigos, contas para pagar, dificuldades no seu cotidiano, porém seu trabalho é diferenciado, pois o seu dever é agir nos momentos mais difíceis. O policial civil investiga crimes, vê cenas deploráveis todos os dias, desde assassinatos frios e cruéis à violência contra crianças indefesas. Nestes momentos é preciso ter muita calma e treinamento. É preciso abstrair-se do ser humano e utilizar a razão. Mas como fazer isso se somos pais, mães, que enxergarmos naquela criança o nosso próprio filho? Se queremos tirar o mal da sociedade, retirando criminosos da rua?
Esses dois mil homens e mulheres enfrentam a bandidagem sem ter a certeza se vão voltar pra casa. Encaram o tiro do criminoso mesmo sabendo que o colete está vencido, vão para o confronto, mesmo sabendo que o calibre da arma do adversário é melhor. Trabalham em locais sem estrutura, com móveis quebrados, banheiros interditados e sem materiais básicos para a investigação como uma viatura descaracterizada ou papel para impressão do boletim de ocorrência. Mantendo-se um profissional capacitado, cumprindo a meta de alta resolução de crimes e prestando um atendimento humano ao cidadão.
Porém, será que vale a pena tanto sacrifício diante de tanta desvalorização? Se olhar nos semblantes desses homens e mulheres a resposta é SIM, pois a defesa da sociedade é feita pelo amor ao próximo, com desprendimento e desapego de si próprio em favor do coletivo. Essa vocação e sacerdócio talvez tenha a ver com o padroeiro da profissão, São Miguel, protetor e defensor da verdade e da justiça que luta incansavelmente contra o mal.
O policial civil quer, através do seu trabalho, que a criminalidade tenha a certeza que nenhum crime, mesmo que aparentemente encoberto, ficará sem investigação, pois em Mato Grosso do Sul há policiais civis dedicados a sua missão de dar paz à sociedade. Portanto, é necessário que todo cidadão valorize o policial civil, pois eles são seus amigos, defensores dos seus direitos e não recuarão mesmo em frente a tanta adversidade.