Todo o ser humano é portador de sentimentos e emoções. Sentimentos de alegria ou de tristeza, de conforto ou de insegurança, de esperança ou de desânimo. Sentimentos saudáveis ou doentios. São sentimentos que constituem um verdadeiro universo marcado por luzes e trevas por dias de sol ou por noites sombrias.
E pairam no ar muitas perguntas em busca de resposta. Existem muitos “porquês” incomodando o intelecto. Por exemplo: a doença é provação de Deus? Por que existem pessoas sofrendo mais do que as outras? Por que pessoas tão boas e tementes a Deus sofrem dolorosamente e sem perspectiva de cura?
Essas e muitas outras perguntas perpassam e inquietam nossa mente, ferem nossa sensibilidade, sem uma resposta convincente. Se olharmos por esse ângulo entraremos num caminho sem saída. Facilmente perderemos nosso endereço e o objetivo final de nosso existir que é a esperança de ser plenamente feliz.
A doença não pode ser vista como provação, ou castigo, da parte de Deus. Ela é consequência das limitações humanas. Por vezes é consequência da imprudência humana, do abuso na comida, na bebida, ou nas drogas.
Infelizmente a sociedade não vê por esse lado. É comum ver pessoas querendo aproveitar o máximo do prazer, do ter e do poder. Não pensam em outra coisa. Querem tão somente gozar a vida no presente. O futuro não está em seus planos.
E o doente, quer queira quer não, se torna um estorvo, pois vai exigir cuidados especiais e tempos também especiais. Acaba sendo tratado à distância. Diante dele perdemos a espontaneidade e a aproximação física. Temos medo de ser afetados e contrair a mesma doença.
O quadro familiar muda em seu jeito de conviver. A apreensão e o medo causam constantes transtornos e preocupações. E não há como mudar a realidade. Não há como fugir. Será preciso humildade em aceitar e muito respeito em conviver. É preciso pensar como gostaríamos ser tratados se estivéssemos na situação dessa pessoa.
Ninguém poderá afirmar que esteja livre dessas provações. Ninguém poderá se considerar tão sadio que jamais seja atingido por alguma doença. Pois não existe apenas a doença física. Existem outras que também são doenças.
Existem doenças que atingem a mente e transtornam o raciocínio e o poder de decisão. Existem as doenças do espírito que abalam a alma tornando-a insegura e indefinida perante Deus. Essas também não são do querer de Deus. São frutos da fragilidade do ser.
São doenças que preocupam a todos e precisam ser tratadas através dos meios que a ciência dispõe.
A doença pode ser oportunidade rica em que a pessoa se recolhe para rever sua vida, suas atitudes e seus projetos. Poderá ser uma escola sumamente sábia que ensina a cultivar virtudes, especialmente da paciência, da humildade e da conformidade.
A doença poderá se constituir um meio, nem sempre agradável, de unir a família, de exercer a caridade, de praticar a hospitalidade e exercitar a disponibilidade.