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Emerson Antonio de Oliveira e Marília Cunha Lignon: "Um novo olhar para as áreas úmidas brasileiras"

Emerson Antonio de Oliveira e Marília Cunha Lignon: "Um novo olhar para as áreas úmidas brasileiras"

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O mês de outubro trouxe boas notícias para o meio ambiente brasileiro: três unidades de conservação (UCs) que abrangem municípios dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul foram reconhecidas como Sítios Ramsar; são elas: Área de Proteção Ambiental (APA) Cananéia-Iguape-Peruíbe (SP), parte da APA Estadual de Guaratuba (PR) e o Parque Nacional de Ilha Grande (PR e MS). Mas o que o título quer dizer? Significa que, de fato, essas áreas que já eram protegidas agora ganharam reconhecimento internacional.

Os Sítios Ramsar são o principal instrumento adotado pela Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, conhecida como Convenção Ramsar – um tratado intergovernamental criado inicialmente no intuito de proteger os habitats aquáticos importantes para a conservação de aves migratórias, mas que ao longo do tempo ampliou sua preocupação com as demais áreas úmidas, de modo a promover sua conservação e uso sustentável, além do bem-estar das pessoas que delas dependem. No Brasil, para que áreas úmidas sejam incluídas na Lista de Ramsar, elas precisam estar inseridas em unidades de conservação.

O reconhecimento dos três novos Sítios Ramsar brasileiros reafirma, portanto, a importância daquelas unidades de conservação. O Parque Nacional de Ilha Grande, com 30 anos recém-completados, conserva as últimas áreas de várzeas do Rio Paraná, em solo brasileiro. As APAs de Guaratuba e Cananéia-Iguape-Peruíbe fazem parte do mosaico de áreas protegidas do Lagamar, que está dentro do maior remanescente de Mata Atlântica e é um verdadeiro “berçário” para a vida marinha. No Mosaico Lagamar, há níveis distintos de proteção: há ecossistemas bem preservados que fornecem serviços ambientais para a população do entorno, como proteção da zona costeira contra de eventos climáticos extremos e fornecimento de recursos pesqueiros; e também há outras regiões que permitem o uso sustentável dos recursos naturais pelas comunidades, inclusive as tradicionais, que ali vivem.

As três áreas também têm seus desafios. Em Ilha Grande, estão em andamento os processos de regularização fundiária e de retirada de construções irregulares, bem como ações para redução de ocorrências de incêndios. Na região da APA Cananéia-Iguape-Peruíbe existe um problema histórico que é o canal artificial chamado Valo Grande, o qual tem carregado muita água doce para o estuário, promovendo uma substituição dos manguezais por outras plantas aquáticas. Já na região do Paraná há a zona portuária (Portos de Paranaguá e Antonina e sua possível expansão para Pontal do Paraná), que traz diversas espécies exóticas e invasoras, poluição e uma série de outros impactos. A APA de Guaratuba ainda sofre pressões para expansão de áreas de cultivos, especialmente banana, extração de areia e especulação imobiliária. 

O título de Sítios Ramsar reconheceu a importância ambiental, social e econômica dessas três unidades de conservação. Agora, a expectativa é de que esse status internacional contribua para que elas sejam priorizadas em políticas públicas e privadas, fortalecendo a sua conservação. Até porque, entre os objetivos da Convenção estão o de estabelecer marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países, para promover a conservação e o uso racional das áreas, de acordo com o reconhecimento da sua importância ecológica e dos seus valores social, econômico, cultural, científico e recreativo. 

Outro ponto a ser ressaltado é a relação dos Sítios Ramsar para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU) – entre eles, os de número 14 e 15, relacionados respectivamente à conservação dos ecossistemas naturais marinhos e continentais. Uma série de propostas da convenção de Ramsar respondem a essas demandas dos ODS.

Questões como a importância da natureza conservada para a garantia dos serviços ecossistêmicos fundamentais para a manutenção e melhoria da qualidade de vida das comunidades locais, a exemplo de oferta de alimentos, qualidade e disponibilidade da água ou a estabilização das condições climáticas locais, entre muitos outros.

Atualmente, o Brasil conta com 22 Sítios Ramsar – já contabilizando essas três novas áreas –, um número que demonstra que a busca pela inserção de novas áreas na Lista de Ramsar precisa ser melhor explorada para garantir uma visibilidade maior às zonas úmidas. Estima-se que, no total, elas representem cerca de 20% do território brasileiro, englobando nos seus ecossistemas – tanto marinho e costeiros quanto continentais ­­– uma grande variedade de ambientes e espécies. 

Receber esse reconhecimento, portanto, tem um valor imenso para a conservação, mas é importante ressaltar que a conquista do título de Sítios Ramsar não pode parar por aqui. Como sociedade, é preciso garantir que essas áreas sejam efetivamente conservadas. A manutenção dessas e de outras unidades de conservação precisa ser perpétua, garantindo a disponibilidade de serviços ecossistêmicos. Ou seja, o reconhecimento internacional reforça a necessidade de valorização dessas UCs.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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