A revisão de procedimentos é importantíssima e deve ocorrer de forma célere para não agravar ainda mais o quadro de estagnação já enfrentado na Capital.
Há necessidade urgente de organizar o setor de licitações da Prefeitura de Campo Grande. Neste momento de dificuldades financeiras, é crucial evitar o desperdício e buscar o melhor preço nos itens considerados essenciais.
A administração municipal cancelou 243 certames que tinham sido lançados ainda na gestão de Alcides Bernal.
Na lista, há gastos que podem ser caracterizados supérfluos quando contrapostos com outras demandas, que precisam ser atendidas de forma emergencial, ou editais que apresentam falhas e valores acima da média de mercado.
A revisão de procedimentos é importantíssima e deve ocorrer de forma célere para não agravar ainda mais o quadro de estagnação já enfrentado na Capital.
Ineficiência dominou esse setor durante a gestão anterior e, consequentemente, paralisou várias outras ações. Assim, tornou-se impossível até mesmo iniciar obras com recursos já liberados.
Os certames, quando lançados, eram alvos de questionamentos e, em diversos casos, acabaram suspensos. Foi o caso da Avenida Ernesto Geisel, que desmorona a cada chuva diante do avanço da erosão das margens do Rio Anhanduí.
A lentidão em executar logo o projeto, mesmo com os recursos assegurados, acabou prejudicando os planos de investimentos. Os preços ficaram defasados e com o caixa no vermelho a prefeitura teve de reduzir a contrapartida. Assim, o trecho a passar por intervenção reduziu de 7,5 quilômetros para 1,8 quilômetro.
A falta de planejamento e organização ocorria até mesmo na hora de definir o que seria comprado. No estoque da Secretaria Municipal de Saúde, havia estoque de ataduras suficiente para os próximos 11 anos, enquanto faltavam pelo menos 52 tipos de medicamentos nos postos de saúde.
No total, ao menos 300 itens estavam em falta nas unidades, conforme levantamento feito pela atual gestão. Dinheiro público foi gasto de maneira equivocada, causando graves prejuízos à população numa área prioritária. Algo que deveria, inclusive, ser investigado pelo Ministério Público Estadual.
Agora, às pressas, a prefeitura precisa definir as compras prioritárias. Será essencial manter equipe técnica e qualificada para cuidar desse setor.
Os trâmites burocráticos - que acabam sendo instrumentos de controle para garantir mais lisura aos atos de gestores públicos - não podem se tornar entraves para o crescimento da cidade.
Uma das primeiras metas da atual gestão será lançar nova licitação para tapa-buraco da cidade. O certame iniciado na gestão de Bernal foi questionado na Justiça e os contratos em vigor não podem ser mais aditivados.
É preciso reformular a forma como esse serviço será executado, garantindo mais eficiência. Ainda, planejar corretamente a pintura de sinalização em vias para que o trabalho não precise ser refeito em pouco tempo, no caso de posterior recuperação das ruas.
A quantidade de procedimentos suspensos em menos de dois meses exemplifica a falta de critérios da antiga gestão. Algo que precisa ser corrigido com urgência para garantir mais eficiência nesse setor chave para conduzir o crescimento em todas as demais áreas.