A recessão econômica e problemas de gestão agravaram o quadro e até mesmo o tapa-buraco acabou prejudicado.
A falta de investimentos em infraestrutura pelo poder público impôs a Campo Grande cenário de retrocesso.
Nos últimos anos, o asfalto da cidade tornou-se mais precário e a pavimentação de ruas ficou estagnada. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) travou de vez e a esperança limita-se a projetos elaborados ainda em 2012, que não foram concluídos.
Há décadas, reivindicações para que o asfalto chegue a determinados bairros repetem-se e, por enquanto, não há perspectiva de atender tais apelos. A recessão econômica e problemas de gestão agravaram o quadro e até mesmo o tapa-buraco acabou prejudicado.
A missão agora é, ao menos, minimizar os danos no asfalto da cidade. Dinheiro público que, infelizmente, foi desperdiçado porque muitos remendos acabam tendo pouca durabilidade.
Em questão de semanas, os condutores já voltam a enfrentar os transtornos dos buracos novamente. Novo edital de licitação será lançado e espera-se mais critérios para que a manutenção seja de mais qualidade.
Nos últimos anos, os moradores tiveram de conviver com reparos que não duravam sequer duas semanas ou com casos ainda mais absurdos, como o que ficou conhecido por tapa-buraco fantasma. O ideal seria ampliar os investimentos em recapeamento e algumas parcerias já estão sendo formalizadas com esse propósito, a exemplo do Exército e com o Governo do Estado.
Sabe-se que, neste ano, a possibilidade de termos projetos novos de pavimentação são extremamente remotas, diante da situação calamitosa dos cofres públicos. Mas, é preciso que a atual equipe já se preocupe em iniciar esse planejamento. Em vários casos, faltou organização na hora de investir.
Asfaltos foram feitos sem drenagem e, posteriormente, tiveram de ser corrigidos. Somente depois da chuva forte e dos alagamentos, as falhas foram corrigidas. É o que aconteceu na região do Jockey Club, por exemplo.
Em outros pontos, a rede de esgoto ainda não estava disponível e, pouco tempo depois, o asfalto novo teve de ser quebrado para receber essa estrutura. Por isso, essa projeção deverá, essencialmente, envolver a Águas Guariroba.
Medidas simples que, infelizmente, não eram devidamente contempladas pelo poder público. É oportuno também que as ações sejam esquematizadas em consonância com o Plano Diretor, em fase de discussão.
Levar asfalto a todas as regiões da cidade pode até, em um primeiro momento, parecer brilhante investimento, mas se os projetos não forem bem elaborados o benefício pode se transformar em prejuízo.
A permeabilidade do solo diminui e os alagamentos podem se tornar mais críticos e frequentes. A perda ocorre em dobro: o asfalto novo é levado pela enxurrada e o morador sofre com os danos frequentes em casa. Ainda, é preciso disciplinar o avanço de novos empreendimentos, pensando no trânsito e no próprio impacto ao meio ambiente.
Por mais que não haja recurso para iniciar logo os investimentos, existem várias justificativas para iniciar estudo e planejamento. É preciso ir além dos planos iniciados há cinco anos, ainda não concretizados. Só assim, será possível evitar prejuízos futuros decorrentes da repetição de negligências.