Certamente, por causa da falta de compreensão da realidade, pela presidente, que já não mantém a coerência em suas falas, ela também não percebe o rumo que seu governo está tomando
Pesquisa CNT/MDA, divulgada ontem, mostra que o governo da presidente Dilma Rousseff derrete a cada dia, e derrete, juntamente, o Partido dos Trabalhadores, do qual ela faz parte. Quando se pensava que a mandatária teria batido todos os recordes de falta de popularidade, vem uma nova pesquisa e mostra, novamente, que o fundo do poço para a presidente é sempre mais embaixo.
Conforme o novo levantamento, Dilma Rousseff tem 70,9% de avaliação considerada “ruim” ou “péssima”, praticamente 71%, reprovação recorde para um presidente da República avaliado pelo instituto de pesquisa. Na outra ponta, a quantia dos que a apoiam é pífia: 7,7%, somente.
Como a popularidade de Dilma tem sido pior a cada pesquisa publicada, a grande novidade do levantamento de ontem foram os 62,8% de pessoas que aprovam o impeachment dela. Na mesma questão, 32,1% dizem ser contra a saída da presidente, e outros 5,1% não souberam ou não opinaram sobre o assunto. Sinal mais do que claro do descontentamento da população com a situação do País.
O que também chama atenção ao analisar a queda da popularidade de Dilma é a falta de sintonia dela com a realidade. Os sinais de esgotamento da petista são visíveis. Um exemplo disso foi a fala da presidente durante evento com indígenas, há um mês, na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Brasília. Na ocasião, ela ressaltou a importância da mandioca como forma básica de alimentação, fez uma ode à planta, cultivada pelos índios há centenas de anos, e arrematou com a fala que deixou a plateia do evento perplexa: “Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”. Como era de se esperar, a fala de Dilma, que no mesmo evento falou da existência da “Mulher sapiens” (toda a espécie humana tem o nome científico Homo sapiens), arrancou risos de muitos e gerou repercussão nas redes sociais.
Certamente, por causa da falta de compreensão da realidade, pela presidente, que já não mantém a coerência em suas falas, ela também não percebe o rumo que seu governo está tomando. Em meio a escândalos de corrupção, aguda crise institucional e econômica e reprovação maior a cada dia, ela demonstra, cada vez, não ter mais nenhuma carta na manga para mudar o cenário turbulento.
Restam poucas alternativas a Dilma Rousseff. Uma delas, desejada por muitos, conforme apontam as pesquisas de opinião pública, seria entregar a administração para o vice-presidente Michel Temer e admitir que não tem mais condições de levar adiante seu governo.
O que se espera, diante de uma maré negativa de notícias ruins nestes últimos meses, é que o Brasil retome a direção do crescimento e resgate a paz entre as instituições rapidamente. Somente em um ambiente tranquilo é que os investimentos na economia aumentam, a qualidade de vida se intensifica, a renda dos cidadãos melhora e o País se desenvolve.