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Confira o editorial desta segunda-feira:
Pesando na balança

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Pesando na balança

Redação

16/10/2017 - 03h00
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Pelo caminho da BR-163, ficaram valas abertas e a expectativa de quem queria acabar com o estigma de “rodovia da morte” 

A concessão das rodovias à iniciativa privada no Brasil entra em fase preocupante e que, como sempre, os efeitos recairão sobre o usuário do sistema. Inicialmente, o modelo era visto com a “salvação da lavoura”, tirando da adminstração pública o peso de reestruturar a malha rodovária, em estado deplorável, com prejuízo à segurança dos condutores e à economia do País. Porém, passadas mais de duas décadas desde as primeiras concessões, vê-se que os mesmos problemas ainda estão presentes.

Em Mato Grosso do Sul, três rodovias foram inicialmente incluídas no projeto de concessão, porém, apenas um vingou: o da BR-163, considerada por muito tempo a “rodovia da morte”. No Estado, são 845,4 quilômetros de extensão, historicamente, com altos índices de óbitos. Na conclusão do leilão, em dezembro de 2013, sagrou-se a Companhia de Participações e Concessões (CPC, parte do grupo CCR). Na disputa com outros seis grupos, ganhou a proposta de tarifa de R$ 0,04381 por quilômetro, ou R$ 4,381 para cada 100 quilômetros rodados, o que representou preço de pedágio 52,74% menor que o máximo fixado pelo governo, que era de R$ 0,0927 fixado pelo edital.  Em março de 2014, o contrato foi assinado e as obras começaram em julho daquele ano. 

O cenário já havia mudando quando a negociação foi fechada. Em julho deste ano, em entrevista ao Correio Braziliense, o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, disse que houve queda no tráfego e restrição do financiamento via BNDES, garantido no empréstimo ponte, mas regulado posteriormente. A terceira etapa das concessões obrigava duplicação em cinco anos, o que não teria condições de ser cumprido pelas empresas.  Em Mato Grosso do Sul, a obra foi feita em 138,5 quilômetros, mas, em abril deste ano, a CRR MSVia anunicou que iria paralisar os trabalhos. No mesmo mês em que os trabalhos foram retomados, em setembro, houve o segundo reajuste, com altas de R$ 040 a R$ 0,50. Pelo caminho da BR-163, ficaram valas abertas e a expectativa de quem queria acabar com o estigma de “rodovia da morte” que perdura na via. Somente este ano, foram 56 óbitos registrados.

O que era vantagem no período de concessão da rodovia deixou de ser atrativo. O reajuste, aliás, é um dos pontos mais controversos no modelo de negociação adotado pelo governo federal. O menor preço, muitas vezes, é oferecido no  período do leilão como uma ferramenta atrativa de negociação, não sendo, necessariamente, o que irá perdurar ao longo do contrato. 

Sob vários argumentos, atualmente, o de dificuldade financeira, a empresa considera inevitável o aumento. Para o ente público, restou aceitar a mudança do jogo, uma vez que  a burocracia para reverter a situação ou até de abrir novo leilão seria muito maior. No caso da BR-163, foram dois aumentos desde o início do contrato; desde a retomada dos trablahos, apenas dois trechos de obras, em Jaraguari e Nova Alvorada do Sul. Colocando na balança, fica a dúvida da real vantagem  da concessão, já que o plano muda  conforme a vontade da empresa,  à revelia do usuário e sob a aquiescência do governo.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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