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Caroline Mendes Dias: "Cópias piratas de software: direito de fiscalização dos fabricantes"

Advogada, Mestranda em Direito Empresarial pela Universidad de Ciencias Empresariales Y Sociales - UCES

Redação

12/02/2016 - 00h00
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Nos últimos anos as empresas fabricantes de softwares, como a Microsoft, vêm ampliando canais de fiscalização de empresas quanto aos seus licenciamentos de softwares, com o objetivo de combater a pirataria. Esses canais incluem parceiros que enviam e-mails, ligações ou notificações, para empresas de pequeno e médio porte em todo Brasil, solicitando que o responsável pela empresa ou área de TI apresente levantamento dos equipamentos existentes na empresa, bem como das licenças de software, ou ainda, pedem que seja feita a instalação de software que realiza tal levantamento de forma automática. 

A maioria dessas comunicações são feitas em tom intimidador, ameaçando a tomada de uma série de providências jurídicas em caso de não serem respondidas. A partir daí surge a dúvida sobre a necessidade de se atender a tais solicitações e quais as implicações do não acatamento.

De fato, um software possui a natureza de obra intelectual, e por isso sua propriedade é tutelada pela própria Constituição Federal, Lei de Direitos Autorais(Lei n.º 9.610/98), e especificamente, pela Lei do Software(Lei n.º 9.609/98), que impõe, em seu artigo 9º, que o uso de programa de computador será objeto de contrato de licença, sendo que na hipótese de eventual inexistência do contrato o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso.

Assim, o uso de programa de computador sem licença do proprietário pode acarretar responsabilidades nas áreas criminal e cível, incluindo indenizações por danos materiais e morais, e multa para quem editar e vender obra sem autorização do titular deverá pagar por cada um dos exemplares vendidos. Caso o número de exemplares vendidos não puder ser computado, o transgressor deverá pagar o valor de três mil exemplares, além dos apreendidos.

Com relação a esse direito de vistoria dos fabricantes de softwares, no sentido de fiscalizar a existência de cópias piratas de seus produtos, a Lei de Softwares (n. 9.609/98) prevê, em seu artigo 14, a possibilidade de o titular da propriedade do software promover medidas judiciais visando cessar o uso irregular do mesmo, além de responsabilizar o infrator. Entre as medidas viáveis pode estar o pedido judicial de vistoria nas dependências das empresas para constatar o uso e a quantidade de cópias ilegais e a partir de então serem tomadas as demais providências.

Quanto a esse pedido de vistoria judicial, a própria Lei de Softwares determina que a mesma deva ser tomada apenas mediante evidências de pirataria, sendo que quem requerer busca e apreensão e outras medidas previstas na lei por má-fé, emulação, capricho ou erro grosseiro fica sujeito a ser responsabilizado por perdas e danos, nos termos do Código de Processo Civil.

Nesse sentido, a própria Microsoft já fora condenada a indenizar empresa contra quem ajuizou ação de vistoria por desconfiar que ela utilizava indevidamente seus programas, o que não restou verificado. Nesse caso, houve condenação por danos morais, em razão de que a Cautelar fora ajuizada para mera fiscalização, sem qualquer indício de existência de irregularidades no uso de softwares de propriedade da apelante, extrapolando o direito que lhe é garantido por lei.

Ou seja, a vistoria na empresa usuária de softwares, pelas fabricantes de tais produtos é possível, porém a obrigatoriedade existe apenas mediante ordem judicial, e mediante indícios de pirataria (uso sem licença), não cabendo a imposição de tal vistoria de forma administrativa, ficando a cargo da empresa que recebe tais comunicados (notificações), o acatamento ou não dos pedidos ali apresentados.

Ainda assim, é recomendável que as empresas que recebam tais contatos realizem levantamentos das licenças dos softwares existentes, e da regularidade do uso, e em caso de não conformidade, efetue os ajustes necessários, tendo em vista que em algumas situações a irregularidade de uso de softwares pode não ser de conhecimento dos responsáveis pela empresa, por serem medidas tomadas pela equipe de TI, ou até por prestadores de serviços terceirizados.

É viável, ainda, que os comunicados dos proprietárias de softwares sejam atendidos, sendo realizados os procedimentos solicitados, que não sejam tão invasivos, uma vez que, via de regra, o intuito inicial não é a tomada de medidas judiciais, e sim incentivar a regularização, com a venda das licenças em deficit. Instalação de softwares, vistoria pessoal nos computadores da empresa já não parecem medidas viáveis de serem aceitas, pois podem expor dados confidenciais ou acessos que a empresa não pretende permitir a terceiros.

Por fim, ressalta-se que empresas que utilizam softwares precisam estar atentas a tais legislações, evitando que o uso seja irregular, para não serem surpreendidas com tais responsabilidades. Vale lembrar que cada usuário da empresa precisa possuir a licença dos softwares que utiliza.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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