Quem se recorda de ter visto a Petrobras anunciar ao País a sua nova forma de reajustar os combustíveis para os dias atuais? Se alguém viu ou conhece adequadamente a novidade e os seus critérios objetivos que apresente a todos nós brasileiros e consumidores inveterados da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e outros produtos oriundos do petróleo, pois nada sabemos dos preços daquilo que compramos e pagamos toda hora, todo dia e a todo o momento, no Brasil.
É bem verdade que algumas vezes nos deparamos com alguma explicação técnica por aí, advindas de pseudoautoridades no assunto, que as destilam na imprensa de forma aleatória, sem preocupação nenhuma que a população, isto é, o consumidor comprador dos combustíveis, possa entender a nova política de preços da Petrobras, que encarece, sobremaneira, a gasolina, o diesel e principalmente o gás de cozinha a todos nós.
Aliás, o gás de cozinha, conforme notícias divulgadas em um site de notícias da Capital (12.11.17), já subiu 13,18% em um ano em Mato Grosso do Sul, cinco vezes mais a inflação acumulada no mesmo período no estado, que foi de 2,6%, conforme o IBGE.
Esse dado do Instituto é outra coisa também de difícil digestão, pois além dos preços dos combustíveis, outras altas pesam demasiadas nos bolsos dos sul-mato-grossenses, tipo a energia elétrica, os produtos de limpeza, por exemplo, e a inflação se mostra teoricamente baixa. Perguntem às donas de casa, aos cidadãos que vão frequentemente aos supermercados se esse número do IBGE é procedente. Não é mesmo.
A ninguém é desconhecido o fato de que se a gasolina ou o diesel sobem de preços, os preços de muitas tantas outras mercadorias tendem a subir também. Não existem milagres. Os combustíveis, principalmente o óleo diesel, num Pais onde os produtos são quase todos encaminhados aos centros consumidores via terrestre, se tornam elemento essencial na composição dos preços das mercadorias pelo seu transporte.
Urge saber imediatamente quais os critérios que são usados na política de definição dos preços dos combustíveis pela Petrobras, pois a desinformação não e benéfica a ninguém. O que de fato conta: as oscilações do valor do barril do petróleo no mercado internacional? A empresa usa critérios próprios? O governo interfere nas decisões sobre os preços? Quanto pesa a variação do dólar na composição dos preços? O humor dos árabes produtores ou as idiotices do sr. D. Trump? Se a Petrobras agisse com honestidade nos critérios, a presença da volatilidade deveria aparecer aos consumidores, entretanto, atualmente os preços só sobem e nunca descem a nós consumidores. Alguma coisa está errada.
Se a empresa quer adotar política internacional de preços aos derivados do petróleo é um direito dela. Todavia, deve usar toda transparência com essa medida e ser justa, pois além dos altos preços que pagamos, ainda temos que suportar a mistura do álcool na gasolina e diesel, o que, no mínimo, significaria uma sensível redução nos preços, por questões de justiça.
Todos os brasileiros sabem do massacre e sangramento causado a essa grande empresa nacional por políticos e integrantes dos governos passado e atual e todos nós torcemos pela plena recuperação desse importante patrimônio da nação brasileira. A hora é de recuperação da credibilidade e confiança interna e externa. O que o povo não espera é que a conta de todas as roubalheiras e desvios seja jogada no seu ombro, justamente, ele, o povo, o maior responsável pela grandeza da Petrobras nos seus 64 anos de existência.
Por isso, os preços dos combustíveis e seus derivados a serem cobrados da população brasileira devem conter toda clareza e toda justiça nas suas definições pela Petrobras. É o mínimo que se espera.