Para o bom político, quatro anos de mandato, sem reeleição, é mais que suficiente. No Brasil, um dos problemas da reeleição é o governante passar a metade do mandato já pensando em reeleger-se. Medidas sérias “consideradas amargas” ou uma reforma para valer, nem pensar! Temem não se reelegerem. Outro problema: gastança na estratosfera para manter as alianças, que mais parecem um ajuntamento ou o samba do crioulo doido. Estilo torre de babel, com partidos que só se entendem na hora da distribuição da grana. Ou nas fatídicas emendas que, nem a metade delas, chegam ao destino (e que os parlamentares fazem questão de dizer que virão), ou seja, seus redutos eleitorais. Infelizmente essa é a realidade da política, de forma nua e crua; e o que menos se faz é administrar com competência os bens públicos. Quando se é bom administrador, criterioso nos gastos, honesto e transparente no uso do dinheiro público pode-se, sim, realizar e organizar um bom governo em quatro anos, sem necessidade de reeleição.
A minha justificativa em favor da proposta de mandato de 4 anos está na Constituição de 88, o qual foi encurtado em um ano, já que nela previa-se mandato de cinco anos sem reeleição. Defendo que só assim oxigenaríamos a política verdadeiramente e renovaríamos radicalmente seus quadros. O mandato de 4 anos sem reeleição, em todos os níveis, e mais unificação dos pleitos de mamando a caducando: vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, governadores, presidente, incluindo senadores. Esta reforma política reduziria drasticamente o tempo dos políticos no poder, e não só renovaria a política brasileira como promoveria uma efetiva alternância de poder.
Nós temos uma Constituição que é meio a meio; meio parlamentarista, meio presidencialista. É urgente a votação de uma reforma política profunda. Os parlamentares que nos representam no Congresso Nacional e, em sua maioria, estão buscando reeleição, não querem nem ouvir falar em mudar as regras do jogo para fortalecer nossa tão frágil democracia. Defendo o plebiscito para discutir a reforma política que tanto necessitamos.
Vamos fazer este grande debate. Acabar com a reeleição. Nosso estágio democrático exige alternância de poder e uma legislação eleitoral melhor. Hoje, ser político transformou-se numa profissão. Na proposta de 4 anos sem reeleição, se for um bom político poderá voltar e cumprir 8 anos de mandato, necessitando, antes, passar por uma “rescisão contratual” de 4 anos. E, após a reeleição, o candidato pode, inclusive, candidatar-se pelo mesmo cargo – tanto no Executivo quanto no Legislativo. Portanto, quem já foi presidente, governador, prefeito, deputado, vereadores e, inclusive, senador teria sua reeleição garantida nesta reforma. O mandato de senador também deve ser de 4 anos (porque teria de ser diferente?), acabando com a farra dos senadores, que se perpetuam até a morte, e o Senado deixaria de cheirar a naftalina.
Não temos muito tempo com uma questão que, em minha opinião, deveria já estar discutida e sacramentada. Com isso, questões mais relevantes que há tempos esperam análises profundas podem sair das gavetas de suas excelências.
A meu ver, a única maneira de revigorarmos realmente a política brasileira é extinguirmos com os políticos que fazem da política uma profissão. É fazer a tão esperada REFORMA POLÍTICA, JÁ!
Desta forma, acaba-se com a reeleição e institui-se o mandato de quatro anos em todos os níveis. Acredito que daremos um passo decisivo para tornarmos o Brasil um País de políticos sérios.