Um dos mais antigos contos do mundo narra a história da menina Alice, no País das Maravilhas. A verdade é que este país imaginário, criado pela inspiração do escritor Lewis Carrol, deveria continuar, por toda a vida terrena, no campo da utopia: o que não existe mas imagina-se que, por obra de algum ser divino, se transforme em realidade.
Utopia, sonho ou imaginário fértil? A verdade é que este País das Maravilhas, ainda que não seja da menina Alice, mas de outras “alices” existe hoje, mais do que nunca. É o nosso amado Brasil. Do mensalão, do Petrolão e todos os demais escândalos criados pela imaginação fértil de Lula e companhia limitada. Parte das alices, estava até bem pouco tempo, confinada na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ou na penitenciária de Belo Horizonte. Maioria dos mensaleiros começa a deixar a cadeia, beneficiada, certamente, por leis especiais feitas por outras alices, que povoam o mundo político.
Que meu Jesus Cristinho me proteja e livre-me do mal, amém. De ver que Campo Grande e o meu Mato Grosso do Sul, gradativamente, sejam transformados em países tão maravilhosos quanto ao que foi criado para a menina Alice, da fantasia, hoje mais do que realidade.
Há pelo menos 72 horas, Campo Grande foi escandalizada com a grande malandragem da Solurb, cujos donos, tudo indica, não são donos porque os donos verdadeiros utilizaram-se de donos falsos ou “laranjas” para a formação do consórcio que ganhou uma licitação agora mais do que suspeita, ao tempo da administração do prefeito Nelson Trad Filho.
O Ministério Público, que estava a investigar algumas denúncias sérias, decidiu não mais investigar.
Ação típica deste nosso País das Maravilhas, versão tupiniquim. Mas tão maravilhoso quanto os demais.
Ontem, soube-se que do contrato firmado há dois anos passados, no apagar da outra administração, ocorreu outro fato maravilhoso: contratada, de acordo com o edital, por um pagamento da ordem de 52 mihões-ano, a Solurb já está recebendo aí pelos 108 milhões-ano. Como se Campo Grande tivesse dobrado de tamanho. Nossa Capital continua quase a mesma, mas o faturamento duplicado é mesmo digno de um País das Maravilhas.
Acusado de ser um dos reais donos, o empreiteiro milagroso João Amorim, que teria como sócio oculto outro João, não aparece para fazer a sua defesa. Também sumiram os que se apresentam como reais proprietários. Como se tivesse o direito de, simplesmente, ignorar as denúncias de que os atingem em cheio. Quem sabe, acreditando que no País das Maravilhas deles não há câmaras de julgamento. Ainda que pareça absurdo, tudo indica que elas não existam mesmo. Tamanha a tranquilidade de envolvidos e denunciados.
Mas as notícias trágicas não param por aí. Fala-se que, pela Assembleia, passaram milhões de reais no período eleitoral. Que falta faz o ex-deputado Ary Rigo para denunciar e dar nomes aos coelhos do País das Maravilhas. E o convênio do Detran, de 150 milhões de reais? Outro habitante do País das Maravilhas, o diretor, Santos Pereira, escafedeu-se e mandou Puccinelli afirmar que está tudo dentro da legalidade. Resta esperar que, afinal, o MPE resolva dar pelo menos uma olhadinha. Difícil...