O nosso País vive um momento delicado na sua vida política e institucional. O seu embrião está encravado nas entranhas de um poder que não soube conduzir uma política econômica que proporcionasse a todos os brasileiros uma qualidade de vida digna. Envolvido em sucessivos e estarrecedores escândalos que aprofundaram a crise política expôs para a comunidade internacional a fotografia mais explícita da grande decepção que perturba todos os dias a vida de seus nacionais.
A situação não poderia ter outro desdobramento senão àquele que recentemente assistimos e o mundo civilizado também, sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em que a Câmara Federal aprovou o seu processo de admissibilidade com um placar folgado de votos. Tudo dentro da lei e sob a orientação da nossa mais alta Corte de Justiça. Não tem nada de golpe. O fato mostra que o atual governo se esvaiu. Não tem mais apoio parlamentar para implementar as políticas públicas que nos tirem desse marasmo que todos os dias destrói as nossas esperanças, machuca os nossos sentimentos e nos joga para um inferno que não somos merecedores. Agora a responsabilidade em dar prosseguimento a esse processo está com o Senado da República que, sendo a Casa da Federação não se eximirá da sua responsabilidade. Ele, não se acovardará. O país não pode ficar à deriva. O sofrimento não pode se constituir em regra para as nossas famílias. Especialmente, para aqueles que formam um grande contingente de desempregados à espera da oportunidade do emprego e de ver resgatada a sua dignidade como ser humano.
O empresariado precisa ver estabelecida as regras claras para se inclinar para os investimentos que vão gerar desenvolvimento, emprego, renda e vida para o povo brasileiro. Os investidores internacionais também. O tempo é muito precioso para o enfrentamento mais rápido possível do tema que nos angustia sem atropelar os prazos e consagrando o direito à ampla defesa, bem como ao devido processo legal. Os culpados, precisam assumir suas responsabilidades pelos malefícios que cometeram. Não interessa seus nomes nem as suas legendas partidárias. Os crimes que praticaram contra a Pátria, não lhe dão o direito de não serem alcançados pela Lei. No regime democrático todos estão subordinados, à égide da lei desde o mais simples do povo até o primeiro magistrado da nação. A nossa Justiça em todas as suas instancias, juízos ou tribunais precisará estar atentas para a evolução dos acontecimentos. As outras instituições também.
O Brasil não é qualquer país sul-americano. Somos uma população na ordem de mais de duzentos milhões de habitantes e com uma área territorial privilegiada, com um padrão de terras para as atividades do pastoreio do gado e do amanho da terra de primeira qualidade. Temos ainda homens e mulheres que sabem trabalhá-la para arrancar das suas entranhas os bens e riquezas que podem alimentar o mundo e cobrir de orgulho o nosso povo. Precisa apenas de um governante sério e que encarne com patriotismo e decência o anseio nacional. A corrupção e a roubalheira de uns poucos não podem se constituir em obstáculo para que a imensa maioria da nossa população que trabalha, é amante da paz e da concórdia e que respeita a lei, a ordem e a autoridade constituída possa continuar reféns de uma situação que não quis, não provocou, nem mesmo deu causa.
O Senado de Rui Barbosa, Teotônio Vilela, Tancredo Neves, Mario Covas, Ramez Tebet, dentre tantos outros ilustres brasileiros que por ali passaram não se acovardará em enfrentar e decidir da melhor forma possível, mas, sempre respaldado nos fundamentos fáticos e jurídicos que o delicado tema exige. Os senadores e senadoras pelas suas experiências na vida pública e na militância política,com o equilíbrio e a ponderação de seus atos e propósitos podem oferecer esse raro presente que nos cobrirá de civismo e de patriotismo tão importantes para a reconstrução de um novo futuro grandioso e do tamanho das nossas esperanças.